Metodologias de redução de danos em um CAPS AD da grande Florianópolis

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Data
2020
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
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Área do conhecimento
Ciências Humanas
Modalidade de acesso
Acesso embargado
Editora
Autores
Pyskliewitz, Julia Moraes
Orientador
Lopes, Ana Maria Pereira
Coorientador
Resumo
A Redução de danos é uma estratégia de cuidado com o usuário de substâncias psicoativas. Tem como função de ampliar as possibilidades no tratamento do sujeito, oferecendo um espaço de diálogo e o tornando mais participativo em seu processo de tratamento. Promove intervenções que não estejam focadas em práticas morais e na abstinência como objetivo central do tratamento, mas sim, em reduzir riscos e danos para minimizar o sofrimento do sujeito. O presente artigo tem por objetivo descrever como ocorrem as práticas profissionais em um Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS ad) da Grande Florianópolis, assim como compreender os processos de acolhimento junto a pessoas que fazem uso de drogas, entender quais as dificuldades enfrentadas para a efetivação da teoria da Redução de Danos (RD), e quais são esses conhecimentos e procedimentos utilizados pelos profissionais que atuam no serviço. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo. Foi realizada entrevista com 04 profissionais por meio de um roteiro semiestruturado. A análise de dados foi realizada por meio da análise de conteúdo e da categorização deles. De acordo com os resultados, em um primeiro tópico sobre o acolhimento do usuário sob efeito de drogas, pode se perceber a busca pelo cuidado entre a equipe e o cuidado com o usuário, quando neste primeiro momento se buscava observar a demanda, como o sujeito se encontra, se apresentava riscos a ele ou à equipe, buscava-se diminuir o sofrimento do sujeito naquele momento e a melhor estratégia para o acolhimento para o usuário sob efeito de drogas é respeitar o movimento dele, um atendimento com menos exigência. Para o acolhimento com o usuário sem efeito de substâncias é observado a demanda para inserção, técnicas para colher dados e buscar compreender a necessidade que trouxe ele para o serviço. Em um outro tópico, as falas apresentam que o trabalho no caps ad acontece de forma integrativa, com todas as especialidades discutindo o mesmo caso, pois não se pode reduzir o fenómeno da dicção à apenas uma profissão. A partir das falas dos entrevistados se constatou-se as várias formas de se fazer redução de danos, ampliando o protagonismo do usuário frente ao seu tratamento, respeitando as escolhas do sujeito, possibilitando a troca de experiencias e informações nos momentos de atendimento individual e grupal. Percebeu-se também algumas facilidades e dificuldades para a operacionalização da RD, sendo as dificuldades, falta de profissional suficiente na equipe, infrequentes capacitações, e também uma dificuldade cultural e socioeconômica pelo sistema em que vivemos hoje. Quanto às facilidades, há o envolvimento técnico, as tecnologias de cuidado, e um movimento de empatia com o usuário. E em último tópico, é constatado que os profissionais do CAPS ad não priorizam a abstinência como recurso, mas que ela pode ocorrer em alguns momentos, quando o usuário deseja parar ou quando o usuário possui complicações e pode vir a óbito. Com isso, conclui-se que existem várias reduções de danos, ou seja, várias formas e estratégias de se colocar em prática e buscar diminuir os riscos e sofrimentos do sujeito, essas várias maneiras perpassam as singularidades e desejos de cada usuário.

Palavras-chave
Redução de Danos, Saúde Mental, CAPS ad
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