Sentidos atribuídos por adultos com HIV acerca da infecção em sua existência: uma análise fenomenológica

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Data

2020

Tipo de documento

Artigo Científico

Título da Revista

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Área do conhecimento

Ciências Humanas

Modalidade de acesso

Acesso embargado

Editora

Autores

Andrade, Jady Rodrigues

Orientador

Lopes, Ana Maria Pereira

Coorientador

Resumo

a percepções de adultos com HIV acerca da infecção em suas existências é um importante exercício para a psicologia, que ainda precisa trabalhar sobre esse tema em sua prática, uma vez que esse assunto ainda é recorrente e o preconceito em torna dessa doença persiste a existir na vida dessas pessoas. Ou seja, envolve mais que uma infecção, uma condição subjetiva. Este estudo ocupou-se de analisar os sentidos de pessoas que vivem com o HIV sobre essa condição – e mais especificamente – teve como objetivo identificar os efeitos de viver com HIV nas relações sociais dessas pessoas, bem como em suas emoções e sentimentos, suas formas de enfrentar preconceitos e suas relações com as políticas públicas direcionadas ao HIV. O caminho percorrido para o alcance destes objetivos foi uma pesquisa qualitativa, de cunho exploratório, delineada como estudo de multicasos. Para tanto, realizaram-se entrevistas semiestruturadas com três indivíduos que possuíam contato direto ou indireto com o Grupo de apoio à prevenção da AIDS (GAPA). Em relação aos procedimentos metodológicos, este estudo utilizou-se de análise de conteúdo. As falas dos entrevistados foram transcritas e organizadas de acordo com categorias que possuíam relação com os objetivos dessa pesquisa. Como resultados, pode ser constatado que há poucos efeitos de viver com HIV no cotidiano dos entrevistados, sendo, normalmente, a ingestão dos remédios que trazem a lembrança de sua infecção. Por outro lado, é percebido entre os entrevistados os efeitos em suas redes de apoio, relatando que só conseguiam contar para as pessoas mais próximas, reduzindo conversas sobre o HIV e resultando em menos influência de sua infecção perante outras áreas de suas vidas, já que não conversam muito sobre suas condições. Outro tópico importante trazido nos discursos, é o medo perante o futuro, tanto em suas relações amorosas, ideias de maternidade, bem como um vislumbre de futuro que carrega os desdobramentos de uma infecção que pode envolver o risco à vida. O ponto mais importante e extenso trazido nas falas dos entrevistados é acerca da convivência com os estigmas. Todos eles sofreram algum tipo de preconceito, indireta ou diretamente. Percebem a ideia da sociedade perante a doença hoje em dia, muito mais evoluída do que em alguns anos atrás, mas ainda imbuída de uma visão que carrega alguma moral e entendimentos distorcidos do que é o HIV/AIDS e que afetam suas vidas diariamente, curiosamente, mesmo que poucas pessoas tenham conhecimento acerca de suas infecções. E por fim, há forte presença nos discursos dos entrevistados da presença de seguimento na saúde pública, bem como os serviços que eles utilizam e a maneira como são tratados. De forma geral, os entrevistados veem as políticas públicas relacionadas ao HIV/AIDS de uma forma inclusiva.

Palavras-chave

HIV., Fenomenologia., Subjetividade.

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