A atuação de psicólogas hospitalares em cuidados paliativos na oncologia pediátrica

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2020
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências Humanas
Modalidade de acesso
Acesso embargado
Editora
Autores
Machado, Gabriela Pazuch
Orientador
Langaro, Fabíola
Coorientador
Resumo
In Brazil, cancer is the leading cause of death (8% of the total) due to illness, considering children and adolescents between 1 and 19 years old. In the past few decades, the treatment of childhood cancer has progressed considerably. However, even though pediatric oncology is a specialty that seeks to expand children's chances of cure, in addition to seeking to reduce the consequences of treatment, not all children and adolescents will survive. In view of this, palliative care is of fundamental importance for the proper care of the child, from the first moment of diagnosis, until the result of the disease, in addition to providing monitoring and assistance in the grieving process of families. From this context, the present research aimed to know the perception of hospital psychologists about their performance in palliative care in pediatric oncology, having as specific objectives: to investigate the interventions performed by psychologists with children in palliative care in pediatric oncology, describe the interventions by professionals with the children's families and to investigate the difficulties and potentialities in the relationships of psychologists with multidisciplinary teams in the services. The study is characterized as qualitative, of an exploratory nature, and the data were collected through a semi-structured interview, being analyzed later from a content analysis. Five psychologists, who have worked in the area and who are currently working in the respective cities, participated in this research: Florianópolis, Curitiba, Joinville and Blumenau. For content analysis, three thematic categories were defined a posteriori: (a) Hospital Psychology and palliative care in undergraduate curricula; (b) The palliative practice of psychologists in pediatric oncology and the differences in performance with adults; (c) Psychologists' relations with children, families and multidisciplinary teams in pediatric oncology. It was concluded that in Western society there is a belief in a “natural law of life”, so when cancer is in children, the difficulties and suffering are high, since by law they should go through all stages of development. Regarding the psychologists' relations with the children and their families, it was possible to verify that they are not subject to division, that is, one crosses the other and there is a strong connection with the children. According to the participants, the relationship with the other professionals on the team is very good and there is an appreciation of Psychology. The discussions allow us to conclude that Hospital Psychology and palliative care are often not part of the Psychology curricula, even though psychologists must be present in multidisciplinary teams, which makes it difficult to immerse the category in this very important area.
No Brasil, o câncer corresponde à primeira causa de morte (8% do total) por doença, considerando crianças e adolescentes entre 1 e 19 anos. Nas últimas décadas, o tratamento do câncer infantojuvenil progrediu consideravelmente. Porém, ainda que a oncologia pediátrica seja uma especialidade que busca expandir as chances de cura das crianças, além de procurar diminuir as sequelas consequentes do tratamento, nem todas as crianças e adolescentes irão sobreviver. Em vista disso, os cuidados paliativos são de fundamental importância para o atendimento apropriado da criança, desde o primeiro momento do diagnóstico, até o resultado da doença, além de proporcionarem um acompanhamento e uma assistência no processo de luto das famílias. A partir desse contexto, a presente pesquisa teve como objetivo conhecer a percepção de psicólogas hospitalares acerca da sua atuação em cuidados paliativos na oncologia pediátrica, tendo como objetivos específicos: investigar as intervenções realizadas por psicólogas com crianças em cuidados paliativos na oncologia pediátrica, descrever as intervenções das profissionais com as famílias das crianças e investigar as dificuldades e potencialidades nas relações das psicólogas com as equipes multidisciplinares nos serviços. A pesquisa caracteriza-se como qualitativa, de cunho exploratório, e os dados foram coletados através de uma entrevista semiestruturada, sendo analisados posteriormente a partir de uma análise de conteúdo. Participaram desta pesquisa cinco psicólogas, que já trabalharam na área e que estão trabalhando atualmente, das respectivas cidades: Florianópolis, Curitiba, Joinville e Blumenau. Para a análise de conteúdo, foram definidas a posteriori três categorias temáticas: (a) A Psicologia Hospitalar e os cuidados paliativos nos currículos de graduação; (b) A prática paliativa de psicólogas na oncologia pediátrica e as diferenças da atuação com adultos; (c) As relações das psicólogas com as crianças, famílias e equipes multidisciplinares na oncologia pediátrica. Concluiu-se que na sociedade ocidental existe a crença de uma “lei natural da vida”, portanto quando o câncer está nas crianças, as dificuldades e os sofrimentos são elevados, visto que pela lei elas deveriam passar por todas as fases do desenvolvimento. Sobre as famílias, foi possível constatar que as relações construídas entre as psicólogas e os familiares estão correlacionadas aos vínculos desenvolvidos com as crianças, ou seja, uma relação atravessa a outra e há uma forte vinculação com as crianças. De acordo com as participantes, a relação com os outros profissionais da equipe é muito boa e existe uma valorização da Psicologia. Por fim, as discussões permitem concluir que a Psicologia Hospitalar e os cuidados paliativos muitas vezes não compõem os currículos de Psicologia, mesmo que psicólogas/psicólogos devam estar presentes nas equipes multidisciplinares, o que dificulta a imersão da categoria nessa área tão importante.

Palavras-chave
Psicologia Hospitalar, Cuidados paliativos pediátricos, Câncer infantojuvenil
Citação
Coleções