Percepções de motoristas de transporte privado individual de passageiros sobre a relação trabalho-saúde

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Data
2020
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
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Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências Humanas
Modalidade de acesso
Acesso embargado
Editora
Autores
Möllerstrand, Camomila
Orientador
Gomes, Quele de Souza
Coorientador
Resumo
O avanço das tecnologias da informação e comunicação nos últimos dez anos trouxe consigo novas formas de organização do trabalho, tais como a inserção de aplicativos como mediadores da relação entre trabalhadores e consumidores que buscam a prestação de serviços, com destaque para o transporte privado de pessoas. Frente a um cenário cujos dados da realidade brasileira parecem revelar uma correlação entre trabalho “uberizado” e o processo de precarização, surgiu a necessidade de se buscar maior compreensão das experiências vividas por motoristas que trabalham por meio de aplicativos de transporte e como eles percebem a relação entre o trabalho que exercem e seus desdobramentos na saúde. Assim, essa pesquisa teve como objetivo analisar as percepções de motoristas de transporte privado individual de passageiros sobre sua relação entre trabalho e saúde, por meio da caracterização da organização e das condições desse trabalho mediado por aplicativos, além de descrever os principais aspectos de suas relações socioprofissionais e identificar suas percepções sobre os elementos do contexto de trabalho que influem sobre a saúde. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa de natureza básica, caráter exploratório e descritivo, com delineamento de um estudo de caso. Foram entrevistadas três pessoas e tal amostra foi alcançada através da técnica da bola de neve e por indicação. Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo. Os relatos dos participantes revelaram a possibilidade de flexibilização da jornada de trabalho como principal aspecto da organização do trabalho presente em sua atividade como motoristas. Sobre as condições de trabalho, destacou-se a satisfação dos motoristas quanto ao suporte organizacional, porém houve insatisfação quanto a taxa retida pelo aplicativo sobre o valor das corridas. Das relações socioprofissionais, sobressaíram-se a boa relação dos motoristas com os passageiros e a necessidade de adaptação à forma de se relacionar de cada pessoa que transportavam. Quanto à saúde no trabalho, destacaram-se as dores musculares como um aspecto físico, consequência de longas jornadas ao volante. Já a falta de garantia de rendimento financeiro e a prestação de um bom serviço de transporte foram apontados como causas de preocupação e satisfação, respectivamente.

Palavras-chave
Aplicativos de transporte, Precarização do trabalho, Saúde do trabalhador
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