Potencial efeito anti-hiperalgésico, anti-inflamatório e pró-resolutivo da inalação do óleo essencial Pogostemon Cablin em camundongos: análise da via Anexina a1 / FPR2 / Opioide

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Data
2018
Tipo de documento
Tese
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Área do conhecimento
Ciências da Saúde
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Emer, Aline Armiliato
Orientador
Martins, Daniel Fernandes
Coorientador
Resumo
Introduction: Natural products have been targeted for the development of novel therapeutic strategies for the treatment of inflammatory diseases. In particular the Pogostemon cablin essential oil (PcEO), rich in sesquiterpenes, has traditionally been shown to produce anti-inflammatory effect. However, the mechanism of action involved in the anti-inflammatory effect of inhaled PcEO, has not yet been investigated. Objective: To evaluate the antihyperalgesic, antiinflammatory and pro-resolution effect of PcEO inhalation in preclinical models of inflammation and to analyze the AnxA1/FPR2/opioid pathway. Methods: Initially the phytochemical profile of PcEO was characterized by chromatographic analysis. In the behavioral experiments were used female Swiss mice. The animals underwent intraplantar (i.pl.) injection with complete Freund's adjuvant (CFA). The mechanical hyperalgesia was evaluated by the von Frey test and the paw thickness evaluated by the micrometer. The animals were treated with PcEO for up to 5 days. The evaluation of the antihyperalgesic mechanism was performed by analyzing the involvement of formyl-peptide receptor (FPR2) and opioids. Subcutaneous administration (s.c.), i.pl. and intrathecally (i.t.) of the antagonist for the FPR2 receptor or naloxone were performed on the first and fifth day after CFA. Pro- and anti-inflammatory cytokines were analyzed. Animals knockout (AnxA1 -/-) were assessed for mechanical hyperalgesia and paw thickness. In pleural inflammation induced by carrageenan, cytokines were analyzed, total and differential leukocyte count. Anosmia was induced by the intranasal injection of zicam, the animals were evaluated in the olfactory discrimination test, mechanical hyperalgesia, locomotor activity and tail suspension test. Results: The chemical compounds present in the PcEO were identified as patchoulol, α-bulnesene, α-guaiene, α-copaene, β-patchoulene, β-elemene, cycloseichelene, trans-β-caryophyllene, seichhelene, α-patchoulene, guai-4,11-diene and pogostol. The inhalation of PcEO reduced mechanical hyperalgesia, but not edema. It had no effect on pro-and anti-inflammatory cytokine concentrations. FPR2 receptors (systemic and spinal) and opioids (systemic, peripheral and spinal), as well as the participation of AnxA1, participate in the antihyperalgesic effect of the inhaled PcEO. In the pleurisy model, there was reduction of cellular infiltrates and inflammatory cytokines. Olfactory pathway activation is not necessary for the antihyperalgesic effect of PcEO inhalation. Conclusion: The present study showed that inhalation of PcEO was effective in reducing mechanical hyperalgesia in the persistent inflammation model, in which the AnxA1/FPR2/opioid pathway is involved, but did not reduce edema and had no effect on pro-and anti-inflammatory cytokine concentrations. In addition, it has been demonstrated that olfactory pathway activation is not required for the antihyperalgesic effect. In the model of pleurisy, the inhaled PcEO showed an anti-inflammatory effect.
Introdução: Produtos naturais têm sido alvo para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para o tratamento de doenças inflamatórias. Em especial o óleo essencial Pogostemon cablin (OEPc), rico em sesquiterpenos, tradicionalmente tem sido demostrado produzir efeito anti-inflamatório. No entanto, o mecanismo de ação envolvido no efeito anti-inflamatório da inalação do OEPc, ainda não foi investigado. Objetivo: Avaliar o efeito anti-hiperalgésico, anti-inflamatório e pró-resolutivo da inalação do OEPc em modelos pré-clínicos de inflamação e analisar a via AnxA1/FPR2/opioides. Métodos: Inicialmente foi caracterizado o perfil fitoquímico do OEPc por meio de análise cromatográfica (GC-MS). Nos experimentos comportamentais foram utilizados camundongos Swiss fêmeas. Os animais foram submetidos a injeção intraplantar (i.pl.) com adjuvante completo de Freund (CFA). A hiperalgesia mecânica foi avaliada pelo teste de von Frey e a espessura da pata avaliada pelo micrômetro. Os animais foram tratados com OEPc por até 5 dias. A avaliação do mecanismo anti-hiperalgésico foi realizada por meio da análise do envolvimento dos receptores receptor 2 para peptídeos formilados (FPR2) e opioides. Administrações subcutânea (s.c.), i.pl. e intratecal (i.t.) do antagonista para o FPR2 ou de naloxona foram realizadas no primeiro e quinto dia após CFA. Citocinas pró e anti-inflamatórias foram analisadas. Animais nocautes (AnxA1-/-) foram avaliados a hiperalgesia mecânica e a espessura da pata. Na inflamação pleural induzida por carragenina, foram analisadas citocinas, contagem de leucócito total e diferencial. Anosmia foi induzida pela injeção intranasal de zicam, os animais foram avaliados no teste de discriminação olfatória, hiperalgesia mecânica, atividade locomotora e teste de suspensão da cauda. Resultados: Foram identificados como compostos químicos presentes no OEPc: o patchoulol, α-bulneseno, α-guaieno, α-copaeno, β-patchouleno, β-elemeno, cicloseicheleno, trans-β-cariofileno, seicheleno, α-patchouleno, γ-patchouleno, guai-4,11-dieno e pogostol. A inalação do OEPc reduziu a hiperalgesia mecânica, mas não edema. Não apresentou efeitos sobre as concentrações de citocinas pró- e anti-inflamatórias. Os FPR2 (sistêmicos e espinais) e opioides (sistêmicos, periféricos e espinais), assim como, a participação da AnxA1, participam do efeito anti-hiperalgésico da inalação do OEPc. No modelo de pleurisia, o tratamento induziu redução de infiltrados celulares e citocinas inflamatórias. A ativação da via olfatória não é necessária para o efeito anti-hiperalgésico da inalação do OEPc. Conclusão: O presente estudo mostrou que a inalação do OEPc foi efetiva em reduzir a hiperalgesia mecânica no modelo de inflamação persistente, no qual a via AnxA1/FPR2/opioides está envolvida, porém não reduziu edema e não apresentou efeitos sobre as concentrações de citocinas pró- e anti-inflamatórias. Além disso, foi demonstrado que ativação da via olfatória não é necessária para o efeito anti-hiperalgésico causado pela inalação do OEPc. No modelo de pleurisia a inalação do OEPc, apresentou efeito anti-inflamatório.

Palavras-chave
Inflamação crônica, Mediadores pró-resolutivos, Práticas integrativas e complementares, Aromaterapia, Óleo essencial de patchouli
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