Efeitos da exposição precoce a canabinoides sintéticos em comportamentos relacionados a recompensa

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-06

Tipo de documento

Monografia

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Área do conhecimento

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

COSTA, Luiza Freire

Orientador

Neves, Gilda Angela

Coorientador

Souza, Isis Nem de Oliveira

Resumo

A adolescência, uma fase crucial para o desenvolvimento cerebral, é um período no qual os indivíduos tornam-se mais suscetíveis à utilização de drogas de abuso. Os canabinoides sintéticos, criados para replicar os efeitos do THC, têm sido utilizados no estudo do sistema endocanabinoide e de seus efeitos sobre as vias de recompensa. Atualmente, atingiram as ruas e seu abuso se tornou um problema de saúde pública, especialmente entre os jovens. Dado que o início do consumo de drogas é frequentemente observado na adolescência, essa prática precoce está associada a um aumento do risco de distúrbios relacionados ao uso de substâncias na vida adulta. Apesar de diversos estudos já terem sido realizados com THC, poucos estudos abordam as consequências do uso de altas doses de canabinoides sintéticos na adolescência. Portanto, este estudo tem como objetivo investigar as alterações comportamentais relacionadas ao perfil hedônico à recompensa em camundongos expostos a um canabinoide sintético na adolescência, visando identificar potenciais consequências a longo prazo. Utilizamos camundongos Swiss machos, a partir do dia pós-natal (PND) 28. Realizamos uma exposição de 10 dias com WIN 55,212-2 (2 mg/kg i.p.), um canabinoide sintético, ou veículo (DMSO 3% em solução salina 2 mL/100 g i.p.) uma vez ao dia. Durante este período, os animais foram pesados a cada dois dias. Na idade adulta (PND>70), realizamos os seguintes testes: 1) splash test, que avalia o comportamento de autocuidado dos animais; 2) preferência por sacarose, que avalia o perfil hedônico; e 3) preferência condicionada ao lugar (CPP) com o WIN, que avalia alterações na resposta de recompensa. No nosso estudo, não houve diferença de peso entre os grupos durante os 10 dias de administração. No splash test, o grupo WIN apresentou redução no tempo de latência para o primeiro comportamento de auto limpeza, porém não houve diferença no tempo total de grooming. Já no teste de preferência por sacarose, não houve diferença de consumo percentual de sacarose entre os grupos, apesar do grupo WIN apresentar menor ingestão total de líquidos. Por fim, no teste de CPP, não observamos diferenças de tempo de permanência nos compartimentos, indicando ausência de preferência ou aversão condicionada ao lugar induzida pelo WIN. Assim, nossos dados apontam para um aumento de ansiedade nos animais expostos ao WIN na adolescência, mas não outras alterações comportamentais relacionadas ao perfil hedônico ou à recompensa.

Palavras-chave

WIN 55,212-2, Adolescência, Recompensa, Anedonia

Citação

Coleções