Karam, HenrieteNascimento, Valquiria De Jesus2023-07-272023-07-272022-03https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/36142O presente estudo se inscreve no campo de intersecção das áreas do Direito, da Literatura e da Psicologia e tem como objetivo investigar em que medida a precariedade da posição feminina nas relações de poder, que se fundam no domínio da linguagem e na produção de narrativas, reforça a desigualdade de gênero e dificulta a efetivação dos direitos da mulher. Para tanto, (1) apresenta a hipótese de correlação entre o domínio da linguagem e a produção de narrativas próprias, questionando criticamente os discursos hegemônicos da cultura patriarcal; (2) discute a posição da mulher na sociedade brasileira, refletindo sobre as relações de poder que legitimam a desigualdade de gênero e, consequentemente, favorecem a violência contra a mulher; (3) analisa três obras literárias, todas tematizando a violência contra a mulher, com protagonistas mulheres e produzidas por escritoras nordestinas: A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha; Os seios de pandora, de Sônia Coutinho; Pai, não grite com a sua filha, de Míria Moraes; (4) problematiza a (in)efetividade na aplicação das leis que garantem os direitos da mulher, a partir da não inclusão da mulher na construção da identidade do sujeito constitucional e da posição de marginalização do feminino no que se refere às garantias constitucionais. Conclui-se, assim, que a cultura patriarcal tende a limitar o acesso das mulheres ao domínio da linguagem, restringindo-lhes as possibilidades de produzirem narrativas próprias e mantendo-as na posição de objeto do discurso do outro, o que dificulta a constituição da mulher enquanto sujeito psíquico e, portanto, social e jurídico.120 f.ptAtribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 BrasilFeminismoInvisibilidadeLiteraturaSilenciamentoDiscurso, narrativa e poder: a mulher como sujeito de direitosDissertação