Almeida, Eneida deSilva, Nathalia de Oliva2023-11-172023-11-172023-09-12https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/37077No âmbito da luta por direito à cidade e à moradia, há o reconhecimento do papel central e organizativo desempenhado por mulheres, decorrente, principalmente, da necessidade de sobrevivência imposta pela estrutura social. O objetivo deste trabalho foi compreender a atuação dessas mulheres nos movimentos de luta por moradia enquanto sujeitos de resistência às diversas opressões a que são submetidas, a fim de reconhecer e evidenciar sua contribuição na construção de comuns urbanos enquanto processos contra-hegemônicos de produção da cidade. Nesse sentido, iniciativas coletivas foram investigadas com o intuito de incentivar a reflexão acerca de novos modos de planejamento da cidade, apoiados na autogestão, bem como a construção de narrativas autorreflexivas situadas num campo de disputas, em determinado contexto histórico político, as quais possibilitam diálogos que colaboram para o alargamento da emancipação feminina na luta pelo direito à cidade. Buscando um olhar aproximado sobre o tema, direcionou-se o enfoque para a Zona Leste de São Paulo – cujo papel nesse cenário é simbólico – visando a abordagem acerca de ações femininas e feministas vinculadas a movimentos de luta por moradia e o estudo de caso do “Mutirão Paulo Freire”, em que a presença feminina foi fundamental para o processo de autogestão. Os procedimentos metodológicos exploram leituras de autores do campo urbanístico interseccionados com estudos sobre comuns urbanos, gênero, raça e classe sob uma perspectiva feminista. Em concomitância com a revisão bibliográfica de fundamentação teórica, de documentação da gestão pública e da participação popular nos processos de produção de moradia popular nesse recorte geográfico selecionado, foram realizadas entrevistas com mulheres engajadas em mobilizações. Dentre os instrumentos de natureza participativa foram adotadas adaptações dos instrumentos “photovoice” e “grupo focal”, como forma de reconhecer (e mapear) discursos e representações que possam favorecer a compreensão de múltiplas cidades e diferentes formas de experienciá-las e apreendê-las, a partir do conceito de lugar de fala atrelado à noção de emancipação cidadã, por meio da pedagogia da práxis freiriana. Os resultados vão na direção de acessar um horizonte de possibilidades em ações propositivas, autogeridas, que buscam novas formas de produzir arquitetura e cidade, em concomitância com novas formas de cooperação e sociabilidade a partir das experiências apreendidas. Dessa forma, os saberes alcançados em ações como a do Mutirão Paulo Freire colaboram para a construção de modelos alternativos e com potencial transformador que vão de encontro às discriminações acometidas e colaboram com a construção de comuns urbanos, por meio de sua capacidade de mobilizar redes de colaboração social.98 f.ptAtribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 BrasilCidadaniaComuns UrbanosAutogestãoFeminismo InterseccionalPerspectivas femininas e feministas: A construção de comuns urbanos nos movimentos de moradia na Zona Leste de São Paulo.Dissertação