Lopes, Ana Maria PereiraSampaio, Lanay2021-12-202021-12-202021-12-14https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/20406O movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil consolidou uma série de transformações na assistência em saúde mental no Brasil, tendo como uma de suas maiores conquistas a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como um dispositivo substitutivo aos hospitais psiquiátricos. Este, diferentemente das instituições de características asilares, constitui-se como um serviço de saúde aberto e comunitário, de cuidado intensivo, territorializado, personalizado e promotor de vida para pessoas em sofrimento psíquico severo e persistente, realizando o acompanhamento clínico e visando a reinserção social dos usuários. O autor Abílio Costa-Rosa aponta que a reelaboração de ideias a partir da Reforma Psiquiátrica viriam a se contrapor ao hospital psiquiátrico e ao modelo de suas práticas, em direção a um Paradigma Psicossocial capaz de se colocar como substituto ao modo asilar e suas tecnologias operadas pela lógica manicomial. Ambos os paradigmas só são possíveis dentro do campo da saúde mental, sendo um alternativo ao outro, por serem contraditórios, uma vez que a essência de suas práticas encaminha-se em sentidos opostos. Sendo o paradigma Psicossocial um referencial teórico-técnico e ético-político necessário para viabilização dos avanços e para a continuidade da Reforma Psiquiátrica, o presente trabalho objetiva analisar como o paradigma psicossocial se faz presente nas práticas de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Florianópolis. Para o alcance de tal objetivo, foram realizadas entrevistas com os profissionais integrantes da equipe do CAPS-II de Florianópolis, sendo esta pesquisa classificada como exploratória e descritiva, de natureza qualitativa e delineando-se enquanto um estudo de caso. Os dados coletados foram organizados em quatro categorias de análise, tendo como resultados o alcance do Paradigma Psicossocial dentro dos seguintes parâmetros: em relação ao seu ‘objeto’ e ‘meios de trabalho’ através de estratégias de cuidado fundadas na perspectiva da clínica ampliada, e nos desdobramentos que envolvem essa clínica, como a construção de espaços de sociabilidade que promovam a vinculação, a circulação, a convivência e o acolhimento dos usuários e de seus familiares com o serviço; em relação às formas de organização dos dispositivos institucionais, por meio da horizontalização das relações de trabalho e de gestão do serviço, que promovem um deslocamento da racionalidade médico-centrada para a criação coletiva e multiprofissional de estratégias e práticas de trabalho, em conjunto também com os usuários do serviço, que são consonantes com o que seja Psicossocial; em relação às modalidades do relacionamento com os usuários e com a população, através do incentivo à organização dos usuários e promoção de cidadania por meio de ações políticas, de forma a promover o deslocamento subjetivo dos usuários, que se apropriam do direito de decidir por si aquilo que diz respeito a ele, bem como de participar ativamente nas decisões da vida política e do cotidiano do serviço; por fim, nas implicações éticas dos efeitos de suas práticas, a partir do trabalho pautado na construção de cidadania e autonomia dos sujeitos, buscando a singularização O movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil consolidou uma série de transformações na assistência em saúde mental no Brasil, tendo como uma de suas maiores conquistas a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como um dispositivo substitutivo aos hospitais psiquiátricos. Este, diferentemente das instituições de características asilares, constitui-se como um serviço de saúde aberto e comunitário, de cuidado intensivo, territorializado, personalizado e promotor de vida para pessoas em sofrimento psíquico severo e persistente, realizando o acompanhamento clínico e visando a reinserção social dos usuários. O autor Abílio Costa-Rosa aponta que a reelaboração de ideias a partir da Reforma Psiquiátrica viriam a se contrapor ao hospital psiquiátrico e ao modelo de suas práticas, em direção a um Paradigma Psicossocial capaz de se colocar como substituto ao modo asilar e suas tecnologias operadas pela lógica manicomial. Ambos os paradigmas só são possíveis dentro do campo da saúde mental, sendo um alternativo ao outro, por serem contraditórios, uma vez que a essência de suas práticas encaminha-se em sentidos opostos. Sendo o paradigma Psicossocial um referencial teórico-técnico e ético-político necessário para viabilização dos avanços e para a continuidade da Reforma Psiquiátrica, o presente trabalho objetiva analisar como o paradigma psicossocial se faz presente nas práticas de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Florianópolis. Para o alcance de tal objetivo, foram realizadas entrevistas com os profissionais integrantes da equipe do CAPS-II de Florianópolis, sendo esta pesquisa classificada como exploratória e descritiva, de natureza qualitativa e delineando-se enquanto um estudo de caso. Os dados coletados foram organizados em quatro categorias de análise, tendo como resultados o alcance do Paradigma Psicossocial dentro dos seguintes parâmetros: em relação ao seu ‘objeto’ e ‘meios de trabalho’ através de estratégias de cuidado fundadas na perspectiva da clínica ampliada, e nos desdobramentos que envolvem essa clínica, como a construção de espaços de sociabilidade que promovam a vinculação, a circulação, a convivência e o acolhimento dos usuários e de seus familiares com o serviço; em relação às formas de organização dos dispositivos institucionais, por meio da horizontalização das relações de trabalho e de gestão do serviço, que promovem um deslocamento da racionalidade médico-centrada para a criação coletiva e multiprofissional de estratégias e práticas de trabalho, em conjunto também com os usuários do serviço, que são consonantes com o que seja Psicossocial; em relação às modalidades do relacionamento com os usuários e com a população, através do incentivo à organização dos usuários e promoção de cidadania por meio de ações políticas, de forma a promover o deslocamento subjetivo dos usuários, que se apropriam do direito de decidir por si aquilo que diz respeito a ele, bem como de participar ativamente nas decisões da vida política e do cotidiano do serviço; por fim, nas implicações éticas dos efeitos de suas práticas, a partir do trabalho pautado na construção de cidadania e autonomia dos sujeitos, buscando a singularização O movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil consolidou uma série de transformações na assistência em saúde mental no Brasil, tendo como uma de suas maiores conquistas a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como um dispositivo substitutivo aos hospitais psiquiátricos. Este, diferentemente das instituições de características asilares, constitui-se como um serviço de saúde aberto e comunitário, de cuidado intensivo, territorializado, personalizado e promotor de vida para pessoas em sofrimento psíquico severo e persistente, realizando o acompanhamento clínico e visando a reinserção social dos usuários. O autor Abílio Costa-Rosa aponta que a reelaboração de ideias a partir da Reforma Psiquiátrica viriam a se contrapor ao hospital psiquiátrico e ao modelo de suas práticas, em direção a um Paradigma Psicossocial capaz de se colocar como substituto ao modo asilar e suas tecnologias operadas pela lógica manicomial. Ambos os paradigmas só são possíveis dentro do campo da saúde mental, sendo um alternativo ao outro, por serem contraditórios, uma vez que a essência de suas práticas encaminha-se em sentidos opostos. Sendo o paradigma Psicossocial um referencial teórico-técnico e ético-político necessário para viabilização dos avanços e para a continuidade da Reforma Psiquiátrica, o presente trabalho objetiva analisar como o paradigma psicossocial se faz presente nas práticas de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Florianópolis. Para o alcance de tal objetivo, foram realizadas entrevistas com os profissionais integrantes da equipe do CAPS-II de Florianópolis, sendo esta pesquisa classificada como exploratória e descritiva, de natureza qualitativa e delineando-se enquanto um estudo de caso. Os dados coletados foram organizados em quatro categorias de análise, tendo como resultados o alcance do Paradigma Psicossocial dentro dos seguintes parâmetros: em relação ao seu ‘objeto’ e ‘meios de trabalho’ através de estratégias de cuidado fundadas na perspectiva da clínica ampliada, e nos desdobramentos que envolvem essa clínica, como a construção de espaços de sociabilidade que promovam a vinculação, a circulação, a convivência e o acolhimento dos usuários e de seus familiares com o serviço; em relação às formas de organização dos dispositivos institucionais, por meio da horizontalização das relações de trabalho e de gestão do serviço, que promovem um deslocamento da racionalidade médico-centrada para a criação coletiva e multiprofissional de estratégias e práticas de trabalho, em conjunto também com os usuários do serviço, que são consonantes com o que seja Psicossocial; em relação às modalidades do relacionamento com os usuários e com a população, através do incentivo à organização dos usuários e promoção de cidadania por meio de ações políticas, de forma a promover o deslocamento subjetivo dos usuários, que se apropriam do direito de decidir por si aquilo que diz respeito a ele, bem como de participar ativamente nas decisões da vida política e do cotidiano do serviço; por fim, nas implicações éticas dos efeitos de suas práticas, a partir do trabalho pautado na construção de cidadania e autonomia dos sujeitos, buscando a singularização e a a interlocução dos usuários com o território. Tais ações dentro da ética do Paradigma Psicossocial tem efeitos que esbarram em todos os aspectos não só do serviço, mas na vida dos usuários, de sua rede de apoio e do território como um todo, que articulados às práticas citadas na presente pesquisa, mudam substancialmente suas formas de relação com o serviço de saúde mental.43 f.ptAtribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 BrasilReforma psiquiátricaCAPSParadigma psicossocialO paradigma psicossocial no cotidiano de um Centro de Atenção Psicossocial da Grande FlorianópolisArtigo Científico