Teixeira, Mariana CaetanoFerreira, Manoela Silveira2023-01-092023-01-092022-11https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/30947O sistema urinário é composto por um par de rins, um par de ureteres, uma bexiga e uma uretra (GRANADO, M.F.S, 2022). Ele é dividido em duas partes: trato urinário superior felino, que engloba os rins e os ureteres, e trato urinário inferior felino, que é composto pela bexiga e pela uretra (FAVARETO, I. R. et al.2022). A hidronefrose é definida como a dilatação da pelve renal e dos cálices renais, causando comprometimento funcional e progressivo do parênquima renal. Geralmente está associada às alterações do fluxo urinário, diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG), provenientes de processos obstrutivos totais ou parciais do trato urinário inferior (MORAILLON et al., 2013; MERCK, 2013; GUIMARÃES, J.L, 2018). Existem diversos fatores predisponentes para esta afecção, mas em geral ela pode ocorrer por causas intraluminais, como ureterólitos, cálculos de sangue seco solidificado, plugs mucosos e mucopurulentos, causas intramurais, como estenoses ureterais, neoplasias, edema, fibrose do ureter, uretrites crônicas e parasitas (Dioctophyma renale) e causas extramurais, como trauma ureteral e obstrução ureteral iatrogênica ocasionada por ligadura do ureter (PAIS, 2020; GUIMARÃES, J.L, 2018). Existe uma diversidade de sintomatologia expressa pelos gatos com hidronefrose secundária à obstrução ureteral. Os sinais clínicos dependem muito do grau de obstrução, duração e número de rins acometidos. Os felinos com obstrução ureteral aguda unilateral geralmente são assintomáticos, mas podem manifestar sensibilidade abdominal, prostração, êmese, disorexia, hematúria e não apresentam uremia, pois o rim contralateral compensa a função renal (FAVARETO, I. R. et al.2022). Já nas obstruções agudas bilaterais e completas, as manifestações clínicas mais observadas são hiporexia ou anorexia, perda de peso, desidratação, polidipsia, poliúria, renomegalia palpável, assimetria renal, letargia, polaquiúria, estrangúria, hipertermia ou hipotermia, vocalização e alterações de comportamento, além dos outros sinais já descritos (sensibilidade abdominal, prostração, êmese, disorexia, hematúria e não apresentam uremia). (FAVARETO, I. R. et al.2022). Dependendo do grau de comprometimento renal, muitos gatos apresentam uma uremia com evolução para oligúria, anúria e síndrome urêmica (PAIS, 2020). O diagnóstico é realizado através da anamnese do paciente, da sintomatologia clínica, do exame físico e dos exames complementares (GUIMARÃES, J.L, 2018). Os exames complementares auxiliam bastante no diagnóstico da obstrução ureteral felina (FAVARETO, I. R. et al.2022). As alterações laboratoriais são muito variáveis e dependem do quadro clínico associado; alguns pacientes podem até não demonstrar alterações. No hemograma, pode ser observada anemia normocítica normocrômica (estando presente em 50% dos pacientes) e leucocitose com neutrofilia (FRADE, M.M, 2021). Nos exames bioquímicos, os achados mais comuns são uremia, que consiste no aumento da concentração da ureia e creatinina com a presença de sinais clínicos, onde possuem como papel fundamental a avaliação da função renal, mas também é possível aparecer alterações como hipercalemia, hiperfosfatemia e hipocalcemia. O manejo médico pode ser feito por, no máximo, dois a três dias, sendo o primeiro passo a estabilização desse paciente. A terapêutica expulsória consiste na administração de fluidoterapia intravenosa, diuréticos, fármacos analgésicos e relaxantes de musculatura lisa, bem como correção de desequilíbrios bioquímicos, eletrolíticos e ácido-base associados à uremia (GRANADO, M.F.S, 2022; FAVARETO, I. R. et al. 2022). Quando o tratamento conservativo é ineficaz ou contraindicado, baseando-se na gravidade da doença do paciente, o procedimento cirúrgico é a abordagem terapêutica ideal (FAVARETO, I. R. et al. 2022; FRADE, M.M, 2021). O prognóstico é muito variável, pois depende da capacidade de recuperação renal, período obstrutivo, causa e grau de obstrução, espécie, acompanhamento contínuo no pós-operatório e tempo de início do tratamento (FAVARETO, I. R. et al. 2022; GRANADO, M.F.S, 2022).45 f.ptAtribuição-SemDerivados 3.0 BrasilHidronefroseFelinoRelatório de estágio