Kienen, NádiaSilva, Ester König da2016-11-302020-11-292016-11-302020-11-292011https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/10145A realidade dos profissionais da saúde no Brasil tem demonstrado que, muitas vezes, as experiências cotidianas no ambiente de trabalho têm produzido adoecimento. Considerando isso, esta pesquisa teve por objetivo caracterizar a percepção de profissionais que compõem as equipes de Saúde da Família acerca das dificuldades em realizar suas intervenções junto aos usuários e as consequências destas dificuldades para as condições de saúde mental desses profissionais. A fim de alcançar este objetivo, foram selecionados profissionais da área da saúde que compõem três equipes de Saúde da Família do município de Palhoça/SC. Participaram da pesquisa 16 sujeitos, entre médico, dentista, enfermeiros, técnicos/auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário composto por 32 questões entre abertas e fechadas, elaboradas a partir dos objetivos específicos e aplicado junto aos participantes em seus respectivos locais de trabalho. Para a construção do questionário foram consideradas as seguintes variáveis: caracterização das intervenções afetadas devido a dificuldades na unidade de saúde, situações estressoras, desempenho nas atividades, sentimentos relacionados ao trabalho, possíveis transtornos mentais e a relação entre o trabalho e a saúde mental estabelecida pelos profissionais. Como técnica de análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. Para as questões fechadas os dados foram tratados por meio de análise de estatística descritiva. Como resultados, foi possível perceber que as principais dificuldades dos profissionais de saúde são a falta de apoio dos órgãos responsáveis pela ESF, assim como a falta de verba da prefeitura, e as condições precárias do ambiente de trabalho. Essas categorias também foram apontadas como as dificuldades que causam maior incômodo aos profissionais. A maioria dos participantes afirmam que estas dificuldades afetam as intervenções realizadas nas unidades de saúde, entre as quais, as mais ressaltadas foram as atividades que envolvem intervenções em grupo com usuários, os encaminhamentos para outros níveis de atenção a saúde e as atividades de assistência básica. Sobre os sentimentos e percepções frente às dificuldades, os participantes buscam soluções para as dificuldades e afirmam que não há interferência das dificuldades sobre outros contextos da vida, em contrapartida, ressaltam sentirem-se frustrados diante das dificuldades. As análises das características da saúde mental dos profissionais indicam que, apesar de não terem um estilo de vida adequado, os profissionais, em sua maioria, não apresentam sintomas incapacitantes, sendo que apenas dois participantes possuem diagnóstico psiquiátrico. Quanto à relação estabelecida pelos profissionais entre sua saúde mental e as condições de trabalho, foram identificadas as seguintes categorias: cisão entre a vida profissional e a vida pessoal do sujeito, condição de trabalho geradora de sofrimento, estratégias defensivas para enfrentar as condições geradoras de sofrimento, bem estar pessoal para boa atuação profissional e bem estar emocional gerado pela realização profissional. Portanto, percebe-se que a maior parte dos profissionais participantes consegue lidar com as dificuldades, apesar da frustração existente. No entanto, os agentes comunitários de saúde demonstram pouca motivação e dificuldade para lidar com os problemas e situações existentes no trabalho, além de sentimento de pouca realização com a profissãopt-BRAcesso AbertoSaúde pública - Aspectos psicológicosSaúde mentalPsicologia aplicada'Eles ficam sem atendimento adequado e nós frustramos por não poder fazer mais'Monografia