Câncer de ânus e pênis: os estigmas e tabus que envolvem as doenças nos estados do nordeste
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Data
2023-06-19
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências da Saúde
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Calazans, Cláudia Conceição
Santos, Sandy Salustiana dos
Orientador
Carvalho, Fabio Luiz Oliveira de
Coorientador
Costa, Dalmo de Moura
Resumo
O câncer anal e peniano além de acometer a estrutura física dos pacientes, compromete também a saúde mental, pois, apesar dos tratamentos serem eficazes, há vários casos em estágio avançado que resulta com a penectomia, afetando a autoestima, a vida sexual e emocional do indivíduo. Esse artigo elucidou dados e fatores de riscos importantes para
o desenvolvimento do câncer de pênis e ânus, em especial, na região Nordeste, que
juntamente com a região Norte lideram, majoritariamente, os números de casos.
Enfatizou-se também a relação dos estigmas e tabus com os fatores de risco e o aumento da mortalidade, principalmente, no Maranhão, que é lider mundial no número de óbitos. Diante do exposto, o presente estudo tem enquanto objetivo geral: discutir a respeito dos números de casos do câncer de ânus e pênis nos estados do Nordeste e os estimas e tabus que envolvem a doença; já os objetivos específicos foram descritos como os estigmas e tabus podem influenciar no desenvolvimento do câncer anal e peniano, traçando os fatores emocionais do câncer de ânus e de pênis, e como a penectomia leva ao adoecimento psicológico. O método utilizado foi o levantamento bibliográfico de artigos a partir de 2013 que evidenciaram quais são os estigmas e tabus que envolve o câncer de ânus e pênis no Nordeste, nas bases de dados da SCIELO, BVS, RESEARCH, portal de periódicos CAPES, biblioteca digital de teses e dissertações da USP e google acadêmico. Os resultados encontrados demonstraram que o câncer de pênis representa 2%, em comparação aos outros tipos, entretanto, os números aumentaram progressivamente. Em contrapartida, o câncer de ânus representa 3% em ambos os sexos, porém, com maior prevalência em mulheres. O acometimento da saúde mental do paciente foi um fator semelhante nos casos supracitados, sobretudo, nos homens, pois compromete a vida sexual, acarretando em um sentimento de inutilidade e masculinidade corrompida. Contudo, os estudos demonstraram que dentre outros fatores para o desencadeamento da doença, a cultura e a ideia que a sociedade perpetua de homem forte e invulnerável, o qual não necessita de cuidados, é um dos fatores principais para o desenvolvimento desses tipos de câncer. Apesar da doença possuir tratamento, os estigmas e tabus contribuem para a escassa procura da população masculina aos serviços de saúde, tornando o tratamento tardio e ineficaz. Dessa forma, é de extrema importância a desconstrução dos estigmas na sociedade para a redução dos números de casos e, consequentemente, de óbitos, além da importância da promoção e educação em saúde relacionado ao tema, bem como, a missão dos profissionais de saúde em
ofertar um tratamento/cuidado humanizado, livre de tabus e segregação.
Palavras-chave
Câncer de ânus e pênis, Estigmas, Masculinidade, Penectomia, Tabus, Epidemiologia