Disbiose intestinal: Correlação com doenças crônicas da atualidade e intervenção nutricional

Nenhuma Miniatura disponível

Data

2022-12-08

Tipo de documento

Artigo Científico

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Área do conhecimento

Ciências da Saúde

Modalidade de acesso

Acesso fechado

Editora

Autores

Freire, Krissia Rogéria Falcão Bezerra
Silva Filho, Jairo Severino da
Silva, Vanessa Alves Raimundo da
Neves, Suellem Vivyan Melo

Orientador

Albuquerque, Mariana

Coorientador

Resumo

Até o nascimento, o ser humano possui um trato digestivo estéril, o qual somente será colonizado por microrganismos, cuja formação inclui fungos, bactérias e vírus, a partir do parto, sendo estes condicionados pelo tipo de parto, período de gravidez em que o mesmo ocorreu, dieta e idade da gestante, além de outros determinantes pré-natais. Desde então, a microbiota intestinal começa a se desenvolver, alcançando uma composição madura após o indivíduo atingir o terceiro ano de vida e permanecendo estável por longos anos (PAIXÃO; CASTRO, 2016). Para a preservação dessa estabilidade, bem como das funções da microbiota intestinal, entretanto, é imperioso que esta seja formada por uma composição celular consistente de cerca de 30 a 400 trilhões daqueles microrganismos, principalmente de bactérias dos filos Bacteroidetes, Firmicutes e Actinobacteria, de modo que quaisquer alterações na razão entre eles ou que impliquem no aumento de outros filos bacterianos podem levar a um desequilíbrio intestinal e, conseguintemente, à disbiose (ABRAN, 2019). A disbiose pode ser compreendida, assim, como toda forma de desequilíbrio da microbiota intestinal, provocada em razão de fatores como alterações na composição funcional, na distribuição local e/ou nas atividades metabólicas dos microrganismos que a compõem. Dentre as causas para este desequilíbrio, encontram-se o uso excessivo de fármacos hormonais e não hormonais, como antibióticos e anti-inflamatórios, dietas ricas em processados e ultraprocessados, baixa imunidade, faixa etária, abuso de laxantes, estresse, entre outras (CACAU, 2019). Essas mudanças na composição da microbiota intestinal podem influenciar no aumento da permeabilidade intestinal, com consequências sobre o crescimento de lopopolissacarídeo (LPS) em passagem para a circulação sanguínea, o que desencadeia a endotoxemia metabólica e um estado inflamatório crônico. Em razão disso, o indivíduo pode apresentar sintomas bastante específicos de disbiose, como gases, diarreia ou constipação, além de, em longo prazo, desenvolver doenças cardiovasculares, síndromes metabólicas e outras patologias (VIEIRA, 2016). São muitos os estudos e discussões, no âmbito acadêmico, que tentam elucidar a relação entre a disbiose e a patogênese de algumas doenças, inclusive as doenças crônicas. Dentre esses estudos, está o de Malaquias (2019), que concluiu pela associação entre a disbiose e o acometimento e/ou agravamento de doenças crônicas, com sintomatologia própria do trato intestinal, como a doença inflamatória intestinal, a colite ulcerosa e a Doença de Crohn. Considerando, assim, que, segundo Maia, Fiorio e Silva (2018), o comportamento alimentar, como mencionado, é fator relevante para o equilíbrio da microbiota intestinal e para a prevenção de agravos crônicos, o presente estudo tem sua relevância demonstrada na medida em que se destina a discutir, reunindo evidências já abordadas na literatura existente sobre a temática e em pesquisas realizadas nos últimos anos, a existência de uma correlação entre a intervenção nutricional para a prevenção e controle da disbiose intestinal e das doenças crônicas conexas. Do mesmo modo, a pesquisa também se mostra apta a contribuir com a comunidade acadêmica no sentido de trazer, através da reunião dos resultados de pesquisas semelhantes sobre o tema, novos parâmetros de observação sobre a importância de estratégias nutricionais na prevenção de disfunções do organismo e de doenças a estas relacionadas. Diante do exposto, o trabalho tem como objetivo mostrar a importância da adoção de práticas dietéticas saudáveis e sua correlação com a disbiose e o surgimento de doenças crônicas. De modo específico, são também objetivos deste trabalho: a) descrever as características dos artigos selecionados, listando seus resultados sobre a relação entre padrões alimentares, disbiose e agravos crônicos; b) comparar os resultados dos artigos entre si e com os de outras obras acerca da temática abordada; e c) correlacionar as conclusões dos artigos levantados sobre intervenções nutricionais com a prevenção e o controle da disbiose e de doenças crônicas da atualidade, no intento de pontuar as melhores estratégias de padrões alimentares.

Palavras-chave

Disbiose, Doenças Crônicas, Padrões Alimentares, Dieta

Citação

Coleções