Pega a visão: Fotografia participativa, culturas juvenis e Educação Física Escolar

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Data

2023-03-08

Tipo de documento

Dissertação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Área do conhecimento

Ciências da Saúde

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

Siqueira, Thales Rodrigo

Orientador

Marques, Bruna Gabriela

Coorientador

Freire, Elisabete dos Santos

Resumo

A escola é um ambiente diverso, onde jovens oriundos de diversas localidades, inseridos em diferentes contextos culturais e socioeconômicos se encontram. Nesse sentido, considera-se o espaço escolar como um recinto de troca de experiências, saberes e aprendizados, tanto para jovens estudantes como para professores e professoras. A partir dessas demandas, o componente curricular de Educação Física assume nova função social, baseada fundamentalmente no diálogo, na vivência e na problematização das mais variadas manifestações culturais que reverberam por meio das práticas corporais da juventude. Neste ínterim, diversas culturas juvenis emergem dentro e fora da escola como manifestações de identificação e sociabilidade dos jovens, de processos culturais e simbólicos que exercem grande influência na produção de saberes e na formação das identidades juvenis. Todavia, as culturas juvenis enfrentam certos dilemas e barreiras para serem reconhecidas pela cultura escolar, seja pelos discursos preconceituosos ou pela cultura do silêncio. Diante do exposto, os objetivos deste trabalho consistem em: a) conhecer e refletir sobre as percepções e experiências com jovens acerca das culturas juvenis no cotidiano escolar; b) co-construir espaços para o diálogo e reconhecimento das culturas juvenis nas aulas de Educação Física Escolar dos anos finais do ensino fundamental II; c) refletir sobre os limites e as potencialidades das estratégias participativas para o trabalho com jovens nas aulas de Educação Física Escolar do ensino fundamental II. Para tanto, recorremos ao campo dos Estudos da Juventude, às concepções de Cultura Corporal e à abordagem teórico-metodológica da Fotografia Participativa. Desse modo, inspiramo-nos na pesquisa de natureza qualitativa crítica e interpretativa e na metodologia da IAP (investigação ação participativa) ou PAP (pesquisa ação participativa). Sendo assim, descrevemos que o trabalho foi realizado em uma unidade estadual de ensino em tempo integral com 14 estudantes do ensino fundamental II, dentro do componente curricular de Educação Física. Como processo de análise dos dados, utilizamos a triangulação de métodos. Os resultados da investigação indicaram três categorias de análise – conivência, fotografia, práticas corporais/culturas juvenis – as quais revelaram as dinâmicas e tensões existentes na diversidade cultural juvenil, os limites e as potencialidades dos processos educativos participativos e a possibilidade da produção de uma Educação Física Escolar mais juvenil e contra-hegemônica que reconhece, valoriza e assume as culturas juvenis como forma de conhecimento, resistência, vida e amor; afinal, o que eles falam sobre o jovem na tevê não é sério.
The school is a diverse environment where young people from different places and different cultural and socioeconomic cultures are brought together. In this sense, the school is considered a place of exchange of experiences, knowledge and learning, for the young students as well as for teachers. Based on these demands, the curricular component of Physical Education takes up a new social function, fundamentally based on dialogue, experiences and problematization of the most varied cultural manifestations that reverberate through the bodily practices of the youth. Many young cultures emerge inside and outside of the school as manifestations of identification and sociability of young people, of cultural and symbolic processes that have a great influence on the production of knowledge and in the formation of juvenile identities. However, juvenile cultures face certain dilemmas and obstacles in their attempts to be acknowledged by school culture, whether it be due to prejudiced discourses or to the culture of silence. In view of the above, the goals of this work are: a) To get to know and to ponder on the perceptions and experiences with young people regarding juvenile cultures in everyday school life; b) To build together spaces for dialogue and acknowledgment of juvenile cultures in the Physical Education classes of the last years of Ensino Fundamental II (grades 6-9); c) To reflect on the limits and potentialities of participatory strategies for working with young people during Physical Education classes in Ensino Fundamental II. For this purpose, we resorted to the field of Youth Studies, to the conceptions of Bodily Culture and to the theoretical-methodological approach of Participatory Photography. We found our inspiration on critical and interpretative qualitative research and on the participatory action research (PAR) methodology. We therefore describe that the work was carried out in a state-run, full-time school, with 14 students of Ensino Fundamental II, within the curricular component of Physical Education. The data analysis process employed was method triangulation. The result of the research showed three categories of analysis – connivance, photography, juvenile cultures/bodily practices – that revealed the dynamics and tensions existing in the juvenile cultural diversity, the limits and potentialities of participatory educational processes, and the possibility to produce a discipline of Physical Education that is more juvenile and counter- hegemonic and that acknowledges, treasures and takes up juvenile cultures as a form of knowledge, resistance, life, and love; after all, what they say about young people on TV is not serious.

Palavras-chave

Fotografia Participativa, Juventudes, Culturas Juvenis, Educação Física Escolar

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