Operações de paz e violência de gênero: o caso Minustah sob a perspectiva do feminismo decolonial

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Data

2023-12

Tipo de documento

Monografia

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Área do conhecimento

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

SANTOS, Mariana Catenacci dos

Orientador

HOFF, Natali Laise Zamboni

Coorientador

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo compreender quais fatores influenciaram na violência de gênero ocorrida durante a operação MINUSTAH sob a ótica do feminismo decolonial. Essa operação de paz foi deflagrada no Haiti em 2004 após a intensificação da onda de violência no país e de um novo golpe de Estado que destituiu o presidente em exercício. Tendo em vista que o Haiti é um Estado com notório histórico colonial além de possuir diversas fragilidades, para analisar a violência de gênero ocorrida no contexto de uma intervenção internacional é preciso considerar diferentes fatores e como esses se relacionam com a estrutura presente. É nesse sentido que explica-se o uso da abordagem feminista decolonial, uma vez que esta visa entender a experiência de ser mulher considerando fatores interseccionais e sua relação com a colonialidade presente na sociedade. Para atingir esse objetivo, este trabalho buscou, primeiramente, estabelecer uma linha teórica das abordagens que tiveram influência no feminismo decolonial, como o pós-estruturalismo, pós-colonialismo e o pensamento decolonial. Em seguida, é descrita a evolução das operações de paz desde a Guerra Fria, que foi o contexto em que surgiram, até a contemporaneidade, passando por suas características e em como abordam a questão de gênero. Por fim, realiza-se o estudo de caso com a operação MINUSTAH entendendo o contexto histórico do Haiti, os objetivos, ações e resultados da operação e casos de abuso e exploração sexual perpetrados pelas tropas pacificadoras, especificando os fatores interseccionais presentes que influenciaram nesse acontecimento.
This paper aims to understand what factors influenced the gender-based violence that occurred during the MINUSTAH operation from the perspective of decolonial feminism. This peace operation was launched in Haiti in 2004 after an intensified wave of violence in the country and a new coup d'état ousted the incumbent president. Given that Haiti is a State with a notorious colonial history, as well as a number of fragilities, in order to analyze the gender-based violence that has occurred in the context of an international intervention, it is necessary to consider different factors and how they relate to the current structure. This explains the use of the decolonial feminist approach, which seeks to understand the experience of being a woman by considering intersectional elements and how they relate to coloniality present in society. In order to achieve this objective, this work first sought to establish a theoretical line of approaches that have influenced decolonial feminism, such as post-structuralism, post-colonialism and decolonial thinking. Next, the evolution of peace operations is described, from the Cold War, which was when they emerged, to contemporary times, including their characteristics and how they address gender issues. Finally, a case study of the MINUSTAH operation is carried out, putting in perspective the historical context of Haiti, the objectives, actions and results of the operation and cases of sexual abuse and exploitation perpetrated by peacekeeping troops, specifying the intersectional factors that influenced this event.

Palavras-chave

Feminismo decolonial, Operações de paz, Gênero, Haiti, Colonialismo, Abuso sexual, Racismo

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