Modulação autonômica cardiovascular e velocidade de onda de pulso em pacientes com doença de Parkinson

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Data

2021

Tipo de documento

Dissertação

Título da Revista

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Área do conhecimento

Ciências da Saúde

Modalidade de acesso

Acesso fechado

Editora

Autores

Pereira, Eliana

Orientador

Scapini, Katia

Coorientador

Sanches, Iris

Resumo

Introdução: A doença de Parkinson (DP) é amplamente reconhecida pela degeneração dopaminérgica da via nigroestriatal que determina seus sintomas motores característicos, porém sintomas considerados não motores estão presentes, dentre eles a disfunção autonômica. A disautonomia cardiovascular pode levar a distúrbios do ritmo cardíaco e da regulação do fluxo coronariano e está associada a sobrevida pós-evento cardiovascular em pacientes com DP. Além disso, a disautonomia cardiovascular contribui para o desenvolvimento de hipotensão ortostática, hipertensão supina e redução do descenso noturno da pressão arterial (PA). Essas alterações autonômicas do controle da PA podem estar relacionadas com injúria microvascular cerebral e, consequentemente, declínio cognitivo em pacientes com DP. Objetivo: Avaliar os parâmetros hemodinâmicos, a modulação autonômica cardiovascular, a velocidade de onda de pulso e a cognição em pacientes com DP. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal descritivo exploratório com amostra composta por cinco indivíduos com DP (estágios I a III na Escala de Hoehn e Yahr) e sete indivíduos saudáveis (grupo controle). Foram realizados registros não invasivos contínuos das curvas da PA batimento a batimento, em repouso e após exercício estático de preensão manual, para análise de parâmetros hemodinâmicos, da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da PA no domínio do tempo e da frequência. Além disso, foi avaliada a rigidez arterial por meio da mensuração da velocidade de onda de pulso carótida-femoral. A cognição foi avaliada por meio de rastreio de sintomatologia cognitiva utilizando os questionários Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA). Resultados: A média de idade foi de 64 anos no grupo Parkinson (GP) e de 61 anos no grupo controle (GC). A PA sistólica em repouso foi 122,7 no GP e 123 mmHg no GC, enquanto a diastólica foi 72,6 no GP e 70,8 mmHg no GC. Os pacientes com DP apresentaram uma menor reposta pressórica ao exercício sométrico de preensão manual quando comparados aos controles para a PA diastólica (7,27 ± 10,9 vs. 24,6 ± 6,6 mmHg, p = 0,03) e média (11,7 ± 16,8 vs. 37,3 ± 7,6 mmHg, p = 0,02). Quanto a VFC no domínio do tempo, o GP apresentou menor variabilidade geral, evidenciada pelo desvio padrão do intervalo de pulso (26,9 ± 8,5 vs. 37,9 ± 5,2 ms, p = 0,03), enquanto não houve diferença no RMSSD, um indicativo da modulação parassimpática. Na VFC no domínio da frequência observou-se uma menor modulação simpática cardíaca nos pacientes com DP representada pela banda de baixa frequência em valores absolutos (137,3 ± 101,1 vs. 428,5 ± 134,7 ms2, p = 0,00), bem como um menor balanço simpatovagal (0,85 ± 0,19 vs. 2,09 ± 0,34, p = 0,00), enquanto não houve diferença para a banda de alta frequência, representativa da modulação parassimpática. Já para a variabilidade da PA não houve diferença entre os grupos GP e GC. Na análise do barorreflexo espontâneo, os pacientes do GP apresentaram um menor índice de eficiência do barorreflexo quando comparados ao GC (0,34 ± 0,10 vs. 0,58 ± 0,12, p = 0,01). Em relação à rigidez arterial, a velocidade de onda de pulso média foi de 9,2 no GP e de 7,1 m/s no GC (p = 0,03). Quanto ao rastreio de sintomatologia cognitiva, o grupo GP apresentou pontuação média de 27 no MEEM e de 22,4 na MoCA, e o GC de 26 no MEEM e de 22 na MoCA, sendo que não houve diferença significante entre os grupos. Considerações finais: Embora os pacientes com DP não tenham apresentado alterações nos níveis pressóricos em repouso, a resposta pressórica ao exercício isométrico de preensão manual foi atenuada nesses pacientes, bem como a VFC e a modulação simpática cardíaca. Ainda, os pacientes com DP apresentaram uma menor eficiência do barorreflexo e maior rigidez arterial.

Palavras-chave

Sistema Nervoso Autônomo, Doença de Parkinson, Rigidez Vascular, Cognição

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