Lá eu não vou: a insegurança urbana e a percepção feminina do espaço.
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Data
2023-12
Tipo de documento
Monografia
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
SILVA, Marcelly Lobão
Orientador
ZANUZO, Dalila Roggia
Coorientador
CHIANELLO, Marco Aurelio
Resumo
Se todos temos o direito de diariamente construirmos a cidade, por meio da vivência do nosso cotidiano também temos o direito de usá-la, ocupá-la e desfrutar de seus espaços públicos. Entende-se que ocupar e se apropriar dos espaços da cidade - que não é neutro - ocorrem de forma diferente entre gêneros, idades e grupos sociais, e por isso deve existir o debate em relação à perspectiva de gênero. Questões ligadas a mobilidade urbana vem sendo muito discutidas, mas somente nos últimos anos foi trazido a tona as diferenças por gênero na forma de se locomover e realizar o seus trajetos diários. Mulheres em sua maioria são responsáveis por realizar a denominada "mobilidade do cuidado", nomeado assim por Madariaga (2013), que nos faz pensar sobre como o planejamento e a mobilidade urbana, que prioriza o trajeto de carros e linhas de ônibus em horários de pico, prejudicam os trajetos diários realizados por uma ampla parte dos usuários. Pessoas que usufruem deste tipo de mobilidade (mulheres, idosos, pessoas com deficiência e pessoas de baixa renda), realizam mais trajetos andando ou utilizando do transporte público, ou até mesmo de bicicleta. Há falta de segurança e de acesso por meio destes meios de locomoção no seu bairro, fazendo com que estas pessoas não utilizem dos espaços urbanos ou, se até o fazem, há uma sensação de insegurança. Com o crescimento exponencial das cidades, as ruas e os espaços públicos, localizados principalmente na área central da cidade de Joinville/SC, não vem sendo utilizados principalmente no período noturno, onde as ruas ficam praticamente sem vida, tornando-se um risco sair para uma caminhada até o mirante, por exemplo. Para a realização de uma revitalização urbana, praticamente uma “acupuntura urbana” foi escolhido com base nas pesquisas 3 trechos que apresentam, diversos aspectos que nos ligam a uma percepção de insegurança, são eles: Praça Lauro Muller, Praça Nereu Ramos e Av Hermann August Lepper. Esta monografia que faz parte dos requisitos para conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo tem por objetivo definir diretrizes arquitetônicas e urbanísticas para o planejamento urbano de Joinville, com base em conceitos utilizados em programas de gênero existentes e na percepção feminina. Neste documento consta uma base teórica com informações de grandes autores e
referenciais projetuais que irá ser a orientação para o anteprojeto que será desenvolvido no semestre consecutivo a este. Ao finalizar este anteprojeto, e verificar que este assunto tão teórico se tornou palpável e material somos capazes de não dizer mais “lá eu não vou” mas sim dizer, “já estou aqui, e pertenço a todos os lugares da cidade”.
Palavras-chave
percepção feminina, arquitetura e urbanismo, mobilidade, cuidado, mulheres