Relação entre trabalho doméstico, fatores associados ao sofrimento psíquico e dinâmica familiar entre as mulheres donas de casa
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Data
2022-12-16
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências Humanas
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Marques, Mariangela Braga
Orientador
Lopes, Paula Helena
Coorientador
Resumo
O baixo status do trabalho das donas de casa as coloca em situação de vulnerabilidade e prejudica a saúde e qualidade de vida delas. Assim, o pressente estudo busca compreender a relação entre trabalho doméstico, fatores associados ao sofrimento psíquico e a dinâmica familiar entre as mulheres donas de casa presente nos artigos científicos nos últimos vinte anos. Para isso traçou como objetivos específicos duas categorias de análise: identificar a dinâmica familiar em relação ao trabalho doméstico e a mulher dona de casa presente na literatura cientifica nos últimos vinte anos; e caracterizar os fatores relacionados ao sofrimento psíquico das mulheres dona de casa presente na literatura cientifica nos últimos vinte anos. Assim, trata-se de pesquisa qualitativa, exploratória, e bibliográfica elaborada a partir de materiais já produzidos, principalmente artigos científicos (Gil, 2002). Os resultados apontam que os transtornos mentais comuns (TMC) são mais prevalentes entre as donas de casa e estão associados ao trabalho doméstico, pois as mulheres aparecem como as principais responsáveis pelas tarefas domésticas como lavar, passar roupas, cozinhar cuidar dos filhos, revelando uma tendência ao modelo tradicional na dinâmica familiar. Desse modo, a divisão desigual do trabalho doméstico entre os gêneros vem contribuindo para o sofrimento psíquico das donas de casa tanto pela invisibilidade das tarefas realizadas como pela sobrecarga de trabalho que recai sobre elas. Bem como o ser dona de casa estava associado a pior qualidade de vida relacionada a saúde (QVRS), sobretudo nos aspectos mentais entre aquelas de nível baixo de renda familiar e escolaridade em comparação as trabalhadoras remuneradas. Além disso, ao considerar as características sociodemográficas as mulheres de baixa escolaridade, e renda, cor de pele negra/parda, viúvas ou divorciada são o grupo que apresentam maior incidência de transtornos mentais comuns (TMC) experimentando sofrimento psíquico. Assim como, a saúde mental das donas de casa fica prejudicada pela realização de um trabalho em um espaço privado, sem remuneração, considerado improdutivo, desvalorizado tanto pela sociedade como pelos familiares, que não promove a autonomia econômica da mulher, afetando a percepção dela quanto ao seu próprio valor. Assim, destaca-se a importância da psicologia na criação de grupos de apoio, discussão e reflexão nos espaços de saúde, entre outros a fim de desmistificar o trabalho doméstico como atividade feminina. Uma vez que as tarefas domésticas não remuneradas atreladas a condição de ser mulher (esposa, donas de casa e mãe), reforçam a manutenção da desigualdade social e econômica entre os gêneros repercutindo de forma negativa na saúde e qualidade de vida da mulher.
Palavras-chave
Trabalho doméstico, Donas de casa, Dinâmica familiar, Sofrimento psíquico