Cetros, coroas e tronos invisíveis: a colonialidade como força motriz aos golpes de estado na região do Sahel entre 2020 e 2023
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2023-12
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
MATOS, Igor Fernandes
Orientador
MEDEIROS, Murilo da Silva
Coorientador
Resumo
Este estudo investiga a relação de causalidade entre a colonialidade e os golpes de Estado na região do Sahel entre 2020 e 2023. Para tal, divide-se o presente em artigo em três seções. Em primeiro momento, contextualiza-se o processo de colonização como um processo de internalização do imaginário cultural europeu como o único modo de interação com a natureza, com o mundo social e com a própria subjetividade. Num segundo momento, apresenta-se o conceito de Colonialidade, conceito crucial no âmbito da Teoria Decolonial. Para o alcance de tal objetivo, utiliza-se uma abordagem bibliográfica, destacando-se escritos de Aníbal Quijano, Enrique Dussel e Ramón Grosfoguel. Por fim, na terceira seção, busca-se examinar como os padrões de poder eurocêntrico cristalizados pela colonialidade moldaram as relações sociais, políticas e econômicas no Sahel, criando condições propícias para instabilidades políticas e golpes. Quanto à metodologia adotada, o presente estudo se caracteriza como exploratório, qualitativo e bibliográfico, apoiando-se, principalmente, nos escritos dos autores supracitados. Dessa forma, a partir das contribuições bibliográficas consistentes para o embasamento desta pesquisa, verificou-se que a colonialidade cristalizou-se na política internacional, subordinando os Estados africanos do Sahel a uma posição subalterna com instituições políticas frágeis baseadas em valores eurocêntricos impostos na intersubjetividade do sujeito africano e a uma economia instável e dependente daquele que um dia foi seu algoz. Assim, conclui-se que os cetros, coroas e tronos coloniais ainda sobrevivem, mesmo que de forma invisível.
Palavras-chave
colonialidade, colonização, eurocentrismo, golpe de estado, Sahel