Características sociodemográficas, laborais, estilo de vida e condição de saúde de trabalhadores de indústria siderúrgica: Qual a relação com o absenteísmo?
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Data
2021
Tipo de documento
Tese
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências da Saúde
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Viana, Michell Vetoraci
Orientador
Figueira Jr, Aylton José
Coorientador
Resumo
Introdução: Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos gestores de recursos
humanos e do departamento de saúde e segurança do trabalho nas empresas, está
relacionado ao afastamento do posto de trabalho por determinado tempo. Analisar
este fenômeno faz-se necessário, bem como, estabelecer um modelo abrangente
para reconhecer as razões da ausência, controlá-la e reduzi-lo. Objetivo: Avaliar os
fatores associados ao absenteísmo por doença em trabalhadores de uma siderúrgica
em Vitória, Espírito Santo/Brasil. Método: Trata-se de uma investigação
observacional, analítica e transversal em que as variáveis independentes ou fatores
influenciadores, características sociodemográficas, estilo de vida, características
laborais, condições clínicas, estado nutricional e autoavaliação do estado de saúde.
A determinação da amostra, foi não probabilística e de conveniência considerando o
universo de 4.500 colaboradores e intervalo de confiança (IC) 95%, considerando um
erro de 5,5% no desfecho principal, apontou mínimo de segurança para 297
indivíduos, sendo avaliados 317 indivíduos do sexo masculino (média de idade de
36,3 ± 10,05 anos), seguindo power da amostra calculado pelo software Epidat 4.2.
Resultados: Os siderúrgicos que trabalhavam no setor operacional apresentaram
quase quatro vezes mais chances de se afastarem por doença (OR 3,96, IC95% 1,86 –
8,44, P<0,001). Da mesma forma, os indivíduos pouco ativos tiveram quase o triplo
de chances de se absterem do trabalho (OR 2,92, IC95% 1,14 – 7,46, P=0,025) e os
que se autoavaliaram como tendo um estado de saúde regular ou ruim apresentaram
mais que o dobro de chances de absenteísmo por doença no período analisado (OR
2,14, IC95% 1,07 – 4,29, P=0,032). Identificou-se que com o aumento da idade, há
relação aumentada de mais de 1 vez de chance em HDL-c abaixo (OR 1,11, IC95%
1,06 – 1,15, p<0,001), enquanto trabalhar 12 horas ou mais aumenta em 26% a
chances de ter HDL-c abaixo do recomendado (OR 0,26, IC95% 0,08 – 0,81, P=0,020).
Ao avaliar os hábitos de vida, constatou-se que os colaboradores insuficientemente
ativos apresentaram 3,52 vezes mais chances de HDL-c abaixo do recomendado (OR
3,52, IC95% 1,40 – 8,89, p=0,008). Após as análises múltiplas identificou-se que
indivíduos pouco ativos, tem uma relação aumentada de mais de 14 vezes de chance
em se autoavaliarem de ruim/muito ruim (OR 14,13, IC95% 3,34 - 59,74, p<0,001),
enquanto perimetria elevada aumenta em mais de 50% a chances de se
autoavaliarem ruim/muito ruim (OR 0,504, IC95% 0,23-1,10, p=0,087). Ao avaliar o
estado de saúde, constatou-se que os colaboradores com HDL-c baixo apresentaram
mais de 1 vez chances de se autoavaliarem ruim/muito ruim (OR 1,47, IC95% 0,731-
4,178), p=0,210). Conclusão: Diante do exposto, conclui-se que o absenteísmo no
setor siderúrgico desta empresa foi multifatorial. Desta forma, sugere-se às empresas
que desenvolvam programas de condicionamento físico para melhora dos fatores
relacionados ao absenteísmo por doença.
Palavras-chave
Absenteísmo, Estilo de vida, Categorias de trabalhadores, Inatividade física, Saúde do trabalhador