Luto e Envelhecimento Ativo: aspectos psicossociais e vivências de mulheres idosas longevas

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Data

2024-04

Tipo de documento

Dissertação

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Modalidade de acesso

Acesso fechado

Editora

Autores

MARCIAL, Laíse da Silva Dias

Orientador

SALLES, Rodrigo Jorge

Coorientador

GOZZO, Débora

Resumo

O envelhecimento populacional no Brasil é acompanhado do aumento da expectativa de vida, o que direciona o país para a longevidade da população. A longevidade também é reflexo do fenômeno da feminização da velhice, que retrata a presença majoritária das mulheres na faixa etária de 80 anos ou mais, e destaca as condições de baixa qualidade de vida e aumento da vulnerabilidade desse grupo com o avanço da idade. A sucessão de perdas e a consciência da passagem do tempo podem direcionar a pessoa idosa ao processo psíquico do luto como uma forma de elaborar as alterações em sua vida que são provenientes do envelhecimento. Desta forma, este estudo teve como objetivo analisar a vivência das perdas e o processo de luto em mulheres idosas longevas. Trata-se de um estudo de campo, transversal, com abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa 10 mulheres idosas, com idade igual ou superior a 80 anos, não institucionalizados. Para a coleta de dados, foi utilizado o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), um Questionário de Caracterização Socioeconômica, um Roteiro de Entrevista Semiestruturado e oito pranchas da Técnica de Apercepção Temática para Idosos (SAT). Como principais resultados da análise da entrevista, observou-se que as participantes dispuseram da capacidade elaborativa das perdas provenientes da passagem do tempo, de modo que essas não ocupam um caráter de pendência na longevidade. A valorização dos ganhos em detrimento das perdas direciona essas mulheres longevas a produção de um envelhecimento ativo a partir da prática de exercícios físicos que proporcionam a preservação da autonomia e independência, bem como a participação da comunidade e boas relações interpessoais e familiares. O reconhecimento dos desafios impostos pela longevidade e a consciência da passagem do tempo, colocam as participantes em contato com as próprias perspectivas de futuro, que indicam a valorização das relações familiares e investimentos psíquicos e afetivos em realizações a curto prazo, prezando a qualidade e não a quantidade desses feitos. Em relação aos resultados do SAT, as histórias construídas pelas participantes foram majoritariamente de adequação típica e de qualidade discriminada, sendo que as narrativas foram em sua maioria motivadas para a interação relacional, o que confirma a valorização das relações interpessoais descrita pelas participantes na análise das entrevistas. Quanto aos sentimentos identificados, há uma ambivalência da implicação de sentimentos nas histórias, o que sugere a identificação das participantes quanto aos sentimentos positivos e negativos em relação à própria história de vida e o momento presente. Por fim, para a categoria de perspectivas futuras, pode ser observado perspectivas positivas para o futuro imediato e a dificuldade de elaboração de perspectivas para o futuro remoto. Desta maneira, os resultados do SAT confirmam os achados na análise da entrevista e possibilitaram um maior contato com temáticas sensíveis como a finitude, doença e a solidão, que foram pouco abordadas ao longo das entrevistas.

Palavras-chave

Envelhecimento, Longevidade, Luto, Técnicas Projetivas

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