Dificuldades relacionadas à alta do CAPS encontradas por usuários com transtornos mentais frente ao novo modelo assistencial em saúde mental
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Data
2012
Tipo de documento
Monografia
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências Humanas
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Oliveira, Cesar Ramos
Orientador
Stotz, Maria do Rosário
Coorientador
Resumo
Com o advento da Reforma Psiquiátrica no país, foram implantadas práticas que objetivaram preservar a subjetividade daqueles acometidos por sofrimento psíquico, reformulando a assistência psiquiátrica convencional referenciada como um modelo biomédico pautado em internações hospitalares, resgatando assim a cidadania e direitos destes sujeitos. Por consequência, foi constituída junto ao SUS a Rede de Atenção à Saúde Mental com o objetivo de realizar a reinserção dos pacientes psiquiátricos na sociedade mediante a substituição gradual das práticas em um sistema de internação por atendimentos extra-hospitalares, através da implantação de serviços substitutivos. Os CAPS possuem um papel estratégico frente às propostas da Reforma Psiquiátrica. Esta pesquisa tem como objetivo identificar junto aos profissionais deste tipo de unidade de saúde, as dificuldades encontradas pelos usuários desses serviços substitutivos no processo de “alta” proposto pelo novo modelo assistencial. Para tanto, foi elaborada esta pesquisa qualitativa de cunho exploratória, realizada com profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial do subtipo II da Região da Grande Florianópolis. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados uma entrevista semiestruturada e os dados obtidos forneceram subsídios para análise. Ao fim deste processo, constatou-se que a definição dos profissionais sobre o processo de alta é um processo continuum de cuidados dentro da rede. Os entrevistados apontam que não existe a “cura”, mas sim níveis de suporte para que o usuário reestabeleça seu poder de contratualidade e de empoderamento. Entretanto, os profissionais envolvidos também sinalizaram alguns fatores que dificultam no processo de “alta” dos usuários como a má estruturação da rede com a falta de profissionais envolvidos e de qualificação dos mesmos, a ausência de trabalho transdisciplinar e deficiência do princípio de integralidade na rede. Portanto, as percepções dos profissionais que atuam em CAPS II conduzem a relevância em reavaliar se o funcionamento da Rede de Atenção à Saúde Mental está seguindo apenas os protocolos e portarias do Ministério da Saúde como determinantes para seu funcionamento junto ao SUS ou se há uma compreensão do real significado que ocasionou a transformação do modelo assistencial com bases na Reforma Psiquiátrica.
Palavras-chave
Reforma psiquiátrica, CAPS, Alta, Rede de atenção à saúde mental