As representações sociais de universitários sobre o processo de adoção de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional

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Data

2020

Tipo de documento

Artigo Científico

Título da Revista

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Título de Volume

Área do conhecimento

Ciências Humanas

Modalidade de acesso

Acesso embargado

Editora

Autores

Mattos, Marília Silva de

Orientador

Silveira, Anderson da

Coorientador

Resumo

Atualmente no Brasil, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (2020) existem 36.597 postulantes à adoção cadastrados, sendo que apenas 2,7 % dos pretendentes aceitam adotar crianças e adolescentes acima da faixa etária de 10 anos de idade. Por outro lado, encontram-se aptos juridicamente para serem adotados 4.995 crianças e adolescentes, desses 83% têm idades acima de 10 anos. A compreensão das crenças, atitudes e dos significados atribuídos socialmente ao processo de adoção tem sido alvo de pesquisas no campo da Teoria das Representações Sociais. Tais estudos podem contribuir para a compreensão do fenômeno da adoção, uma vez que as representações sociais são formas de entender determinados fenômenos relacionados aos seus contextos histórico-sociais, sendo essas concepções construídas por meio das comunicações compartilhadas por grupos de pessoas em sua dinâmica social. Esse trabalho partiu da compreensão de que a obtenção do conhecimento acerca das representações sociais da adoção de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional possibilita o entendimento sobre o modo como os sujeitos elaboram imagens, crenças e valores sobre este fenômeno social, permitindo compreender de que forma o conhecimento do senso comum organiza tais informações e guia as ações dos indivíduos. A presente pesquisa é justificada por proporcionar subsídios ao poder público e às instituições implicadas com o tema da adoção, para que possam elaborar e contribuir com campanhas de conscientização sobre este fenômeno, assim como tencionar e estimular a construção de políticas públicas sobre o tema. O objetivo geral da pesquisa foi descrever as representações sociais de universitários sobre o processo de adoção de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional. Participaram da pesquisa 39 pessoas com mais de 18 anos, regularmente matriculadas nos cursos de Psicologia, Direito ou Serviço Social, de instituições localizadas no Sul do Brasil. Quanto ao método empregado a pesquisa possui natureza qualitativa, baseada em um estudo de corte transversal. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário compartilhado via web, com perguntas abertas e fechadas com o objetivo de identificar atitudes, informações e possíveis elementos do núcleo central e periférico acerca da adoção de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional. Os dados coletados a partir das questões abertas foram analisados com o auxílio do software IRAMUTEQ, software livre que permitiu o processamento de análises estatísticas sobre os textos produzidos. Para este estudo foram utilizadas as técnicas de análise lexicográficas simples, nuvem de palavras, análise de similitude e análise prototípica. Para análise dos dados quantitativos, foi utilizado o software JAMOVI, que permitiu realizar a análise estatística descritiva dos dados coletados das questões fechadas. A partir dos resultados deste estudo, foi possível observar que existe uma diferença quanto à compreensão dos participantes em relação à adoção de crianças e de adolescentes. Observou-se que a adoção de crianças é mais associada à dimensão afetiva, enquanto a adoção de adolescentes é mais focada nas questões relacionadas à responsabilidade, com grande centralidade na ideia de que a adoção de adolescentes é sinônimo de dificuldade.

Palavras-chave

Adoção, Crianças, Adolescentes, Teoria das Representações Sociais

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