"Diferentes volumes de treinamento físico em modelo experimental de menopausa e obesidade: efeitos metabólicos, hemodinâmicos e autonômicos"
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Data
2021
Tipo de documento
Dissertação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências da Saúde
Modalidade de acesso
Acesso fechado
Editora
Autores
SANTOS, NICOLAS
Orientador
Sanches, Iris
Coorientador
Scapini, Kátia
Resumo
Após a menopausa, há maior tendência a um estado pró-inflamatório, acúmulo de gordura visceral e aumento de pressão arterial, contribuindo para a obesidade e aumento do risco cardiovascular. Por outro lado, o treinamento físico promove benefícios importantes sobre fatores de risco cardiometabólicos. Nesse sentido, o Colégio Americano de Medicina do Esporte sugere que a frequência semanal para prática de atividade física regular seja, no mínimo, 3 dias por semana. Entretanto, essa recomendação se aplica a população geral, de modo que não se considera a associação de fatores de risco tão frequentemente observada após a menopausa. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de diferentes volumes de treinamento físico aeróbio moderado sobre parâmetros metabólicos, hemodinâmicos e autonômicos em um modelo experimental de menopausa alimentado com dieta hiperlipídica. Para isto, foram utilizadas 32 camundongos C57BL/6J ooforectomizadas alimentadas com dieta hiperlipídica, divididas em 4 grupos (n=8 cada): sedentário (OSD); treinado 3 dias por semana em moderada intensidade (OTD3); treinado 5 dias por semana em moderada intensidade (OTD5); treinado 7 dias por semana em moderada intensidade (OTD7). A administração da dieta hiperlipídica teve duração de 9 semanas, sendo que a ooforectomia foi realizada ao final da 4a. Glicemia de jejum e tolerância oral à glicose foram avaliadas antes da ooforetomia e ao final do estudo. O treinamento físico teve duração de 4 semanas (6a a 9a semana do protocolo). Ao final do estudo, os animais foram canulados para registro direto de pressão arterial (PA), análise da sensibilidade barorreflexa e da modulação autonômica cardiovascular. Os resultados demonstram que o maior volume de treinamento físico (OTD7) proporcionou redução acentuada do peso corporal, tecido adiposo (OSD: 0,060±0,007; OTD3: 0,051±0,005; OTD5: 0,052±0,009; OTD7: 0,029±0,003 gramas) e glicemia de jejum (OSD: 158±6; OTD3: 145±5; OTD5: 143±5; OTD7: 133±5 mg/dL). Em parâmetros cardiovasculares, os grupos que treinaram 5 (OTD5) e 7 (OTD7) dias na semana apresentaram redução na PA sistólica e média (OSD: 113±2; OTD3: 111±2; OTD5: 102±3; OTD7: 103±2 mmHg), na frequência cardíaca (OSD: 655±14; OTD3: 538±30; OTD5: 532±36; OTD7: 520±12 bpm), melhora na sensibilidade barorreflexa (resposta bradicárdica - OSD: 1,5±0,2; OTD3: 2,1±0,1; OTD5: 2,5±0,3; OTD7: 2,4±0,1 bpm/mmHg), redução no balanço simpato-vagal (BF/AF - OSD: 2,7±0,6; OTD3: 1,7±0,2; OTD5: 0,9±0,3; OTD7: 0,9±0,2) e na modulação simpática vascular (VAR-PAS - OSD: 20±4; OTD3: 19±2; OTD5: 10±2; OTD7: 11±2 mg/dL). Por outro lado, a prescrição de treinamento físico aeróbio 3 dias na semana parece ser insuficiente para manejo dos fatores de risco cardiometabólicos observados com a associação da privação ovariana e obesidade. Concluindo, o público feminino, especialmente após a menopausa, carece de diretrizes específicas de orientação para a prática de atividade física, já que o mínimo recomendado para a população geral (3 dias por semana) não é eficaz no manejo dos fatores de risco cardiometabólicos observados na associação de privação ovariana e obesidade.
Palavras-chave
privação ovariana, volume semanal, exercício aeróbio, modulação autonômica cardiovascular