Mulheres não monogâmicas: Trajetórias em uma sociedade mononormativa
Carregando...
Data
2021-12
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências Humanas
Modalidade de acesso
Acesso embargado
Editora
Autores
Viera, Eliane
Orientador
Pretto, Zuleica
Coorientador
Resumo
Considerando que as pessoas são diversas e que a monogamia é uma construção social e histórica naturalizada, socializada e imposta de forma normativa no Ocidente, esta pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória objetivou conhecer como mulheres não monogâmicas experienciam suas relações afetivas e sexuais em uma sociedade predominantemente mononormativa. Para isso, valeu-se de entrevistas semiestruturadas que foram guiadas por pontos de interesse, de maneira on-line, com seis mulheres não monogâmicas participantes de grupos que discutem não monogamia política no WhatsApp. As entrevistas foram analisadas por meio do método hermenêutico-dialético e a partir da teoria existencialista e das interseccionalidades, centrando-se nos seguintes aspectos: constituição dos sujeitos e projeto afetivo e sexual, trajetórias, identidade e desafios das mulheres não monogâmicas em uma sociedade mononormativa. Levando em conta que os sujeitos se constituem em processos histórico-dialéticos e, assim, são singulares-coletivos, evidencia-se que a mononormatividade interfere nas experiências afetivas e sexuais das mulheres que transcendem as normas. Assim, os sentidos atribuídos pelas entrevistadas à escolha pela não monogamia são provenientes de reflexões críticas lançadas ao sistema monogâmico, que se coaduna com outras estruturas produtoras de opressão. Dessa forma, essas mulheres percebem essa escolha como afirmação da autonomia, autenticidade e liberdade. Todavia, destacam dificuldades devido a estigmas, preconceitos, objetificações que sofrem, mas também percebem potência nessa escolha, pois a entendem como resistência e luta contra os sistemas de opressão.
Palavras-chave
Não monogamia, Mulheres, Existencialismo, Mononormatividade