A percepção de pessoas idosas com câncer e sua autonomia possível: uma interpretação psicanalítica

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Data

2024-03

Tipo de documento

Dissertação

Título da Revista

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Área do conhecimento

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

GOMES, Maria Carolina Pereira
MARQUES, Bruna Gabriela
SALLES, Rodrigo Jorge

Orientador

MARQUES, Bruna Gabriela

Coorientador

JORGE, Rodrigo Jorge

Resumo

Com o envelhecimento populacional, é natural o aumento do número de pessoas idosas e suas demandas peculiares, como os quadros oncológicos; porém, não se trata apenas de submeter o indivíduo ao tratamento cientificamente comprovado, mas entender como este percebe sua participação nesse processo e sua autonomia para decidir o que faz sentido a ele, visto fatores internos, como características pessoais e recursos psíquicos conscientes e inconscientes, e externos, como rede de apoio, local de tratamento, etarismo e finanças. Assim, objetivou-se compreender e analisar psicanaliticamente a percepção de pessoas idosas com câncer quanto à sua autonomia e participação na definição de seu próprio tratamento. Foi realizada uma pesquisa de campo descritiva, observacional, transversal, com análise de dados de forma qualitativa, utilizando-se da análise de conteúdo de Bardin. A aplicação de um questionário socioeconômico precedeu uma atividade de foto-elicitação abordando os tipos de autonomia física e cognitivo/emocional. Em seguida, foram conduzidas entrevistas semiestruturadas com dez participantes de ambos os sexos, com uma média de idade de 67,6 anos, diagnosticados com diferentes tipos de câncer, todos provenientes de um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital de São Paulo. Com a análise de conteúdo, conseguiu-se obter três categorias temáticas: 1- A definição positiva de autonomia e a dependência associada; 2- Desejo quanto a participação do tratamento e mudanças comportamentais: pulsões de vida e de morte; 3- A espiritualidade como resposta ao desamparo e a possível relação de poder e obediência. Na primeira categoria, observou-se que os participantes destacaram o lado positivo de poder escolher seu caminho, embora reconhecessem a necessidade de contar com o apoio de pessoas próximas. A segunda categoria revelou que o desejo de participação se manifesta por meio de mudanças comportamentais dos pacientes, que se submetem às orientações médicas. Na terceira categoria, notou-se a presença do discurso de fé diante do desamparo, evidenciando a necessidade de uma figura de poder. Conclui-se, portanto, sobre a importância da rede de apoio e da fé na percepção de participação da pessoa idosa. Além disso, destaca-se a necessidade de estudos mais abrangentes que relacionem a autonomia mental do idoso e a associação da autonomia na teoria psicanalítica. Sugere-se, ainda, a expansão das investigações para analisar a influência da religiosidade e espiritualidade na autonomia vivida e percebida.

Palavras-chave

oncologia, autonomia pessoal, idoso, teoria psicanalítica

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