Enriquecimento ambiental com saltator similis (d'orbigny e lafresnaye, 1837) (trinca-ferro) em reabilitação no ceptas-Unisul: um estudo comportamental e de bem-estar animal

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Data

2023-06-30

Tipo de documento

Monografia

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Área do conhecimento

Ciências Biológicas

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

Piffero, Valentina Müller

Orientador

Mendonça, Rodrigo Avila

Coorientador

Resumo

Manter aves em gaiolas é uma prática frequente na cultura brasileira. Assim como outras espécies da família Thraupidae, Saltator similis é altamente requisitado por seu melodioso canto e, por consequência, é alvo dos traficantes de animais no país. O cativeiro é um ambiente restrito e pouco motivador, o que facilmente pode causar frustração e estresse aos animais, para tanto, o enriquecimento ambiental (EA) pode ser desenvolvido na tentativa de estimular o comportamento natural, na busca de um melhor bem-estar animal. São ferramentas desenvolvidas para proporcionar um ambiente mais motivador, com novas estruturas, estímulos, atividades e alternativas para os animais. Uma das formas para compreender os efeitos do EA sobre o bem-estar é com análises comportamentais. Assim, o objetivo do estudo foi analisar o comportamento de Saltator similis apreendido e conduzido para o Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Silvestres (CEPTAS) da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) (SC) com e sem enriquecimento ambiental no recinto. Os 16 indivíduos foram separados em dois grupos, dos quais apenas um recebeu o tratamento com EA, o outro foi observado sem qualquer novidade na gaiola. Foi elaborado um etograma com técnica ad libitum e um check-list para a análise comportamental, em que cada indivíduo foi observado individualmente por cinco minutos, durante os meses de maio e junho, totalizando 17 horas e 30 minutos de esforço amostral. Neste período, o grupo com EA recebeu nove instalações diferentes em suas gaiolas. Foram identificados comportamentos estereotipados, como o pacing, em ambos os grupos. Juntamente, a categoria do comportamento “locomoção” foi a mais frequente nos grupos, contudo, houve uma diferença de 31% da frequência do comportamento entre eles, indicando que o grupo que recebeu o tratamento teve a oportunidade de realizar outras atividades e expressar novos comportamentos, dedicando menos tempo e energia com comportamentos rotineiros e estereotipados. No final do estudo, alguns indivíduos puderam ser destinados à natureza depois da sua recuperação no CEPTAS. Mesmo com a restrição de espaço de uma gaiola, métodos simples de EA puderam estimular o aumento do repertório comportamental dos indivíduos da espécie. Logo, os métodos desenvolvidos podem ser utilizados a fim de criar um ambiente mais motivador para Saltator similis em gaiola e para auxiliar na melhoria do seu bem-estar, contudo, há a necessidade de desenvolvimento e teste de outras ferramentas de EA, bem como maior motivação do seu uso para a criação e reabilitação em cativeiro.

Palavras-chave

Animal silvestre, Cativeiro, Estresse, Enriquecimento ambiental, Bem-estar animal

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