Corpos surdos na arte De’via: resistências políticas das imagens
dc.contributor.advisor | Souza, Ramayana Lira de | |
dc.contributor.author | Neves, Gabriele Vieira | |
dc.coverage.spatial | Palhoça | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2021-07-16T12:03:58Z | |
dc.date.available | 2021-07-16T12:03:58Z | |
dc.date.issued | 2021 | |
dc.description.abstract | Na década de 1980 surgiu nos Estados Unidos um movimento cultural, liderado por artistas visuais surdos, denominado de Arte De'VIA - Deaf View Image and Art. Esse movimento buscava desnaturalizar aquilo que, até então, era chamado de arte surda. Neste sentido, o objetivo desta tese é analisar as estratégias de resistência política da surdidade na produção de imagens de crianças surdas na arte De’VIA. Busca-se, também, reconhecer os traços caracterizados como gestos políticos de resistência ao poder normalizador ouvinte; compreender os efeitos que as imagens do corpo da criança produzem nas telas dos pintores do Movimento De’VIA; apontar os elementos que compõem uma contra-narrativa surda sobre a sua própria história e a sua surdidade. Fundamentando-se no referencial teórico-metodológico de Jacques Ranciére, Giorgio Agamben, Georges Didi-Huberman, Judith Butler, Paddy Ladd e Conceição Evaristo, a pesquisa consiste na análise de obras de arte do referido movimento artístico, com enfoque nas produções de duas artistas surdas contemporâneas: Nancy Rourke e Susan Dupor. Foram observados, também, elementos que, concatenados, ativam o pensamento e a potência política da linguagem e da visualidade, tais como: escala, composição do espaço pictórico, formas, linhas, cores, luz, tonalidades, texturas, padrões e repetições. Observou-se que a apropriação das imagens injuriosas sobre a criança surda transforma em resistência aquilo que serviu de justificativa para a colonização dos corpos surdos: a sua suposta indocilidade, a sua animalidade ou a sua monstruosidade. Na mesma direção, a exposição da condição de “ser objetificado” expõem as tentativas massivas de normalização e de governo das populações surdas. Uma vez que as imagens das infâncias surdas remetem a um passado em comum, vivido na singularidade indissociável da experiência coletiva da surdidade, a tarefa das pintoras se aproxima do conceito de escrevivência da escritora Conceição Evaristo. Isso porque, para além da escrita de si, que relata e reflete sobre a experiência individual do sujeito, a escrevivência trata da experiência individual que se repete no coletivo. Simultaneamente, em contraposição aos ideais romantizados de família, de feminilidade, de infância e de criança deficiente, as artistas expõem outro enquadramento para além do tradicional, do estável, do fixo, enfim, do adulto. A pintura da surdidade ganha assim, um rosto profanador, que recusa os modos de vida subalternizados, historicamente relegados às pessoas surdas ao redor do mundo. | pt |
dc.format.extent | 156 | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/14648 | |
dc.language.iso | pt | pt_BR |
dc.rights | Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil | * |
dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ | * |
dc.subject | resistência política | pt_BR |
dc.subject | surdidade | pt_BR |
dc.subject | Imagens da infância | pt_BR |
dc.subject | arte De'VIA | pt_BR |
dc.title | Corpos surdos na arte De’via: resistências políticas das imagens | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
local.author.curso | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem | pt_BR |
local.author.unidade | UNISUL | pt_BR |
local.dateissued.semester | 1 | pt_BR |
local.rights.policy | Acesso aberto | pt_BR |
local.subject.area | Linguística, Letras e Artes | pt_BR |
local.subject.areaanima | Ciências Humanas | pt_BR |