A autopercepção como método ineficaz de avalição da qualidade técnica da assistência pré-natal

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Data

2020

Tipo de documento

Artigo Científico

Título da Revista

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Título de Volume

Área do conhecimento

Ciências da Saúde

Modalidade de acesso

Acesso embargado

Editora

Autores

Hames, Mayara Seemann

Orientador

Nery, Luisa Aguiar da Silva

Coorientador

Nunes, Rodrigo Dias

Resumo

Objective: To identify whether the prenatal self-perceived quality might be used as a marker of the offered and recommended technical quality. Methods: A cross-sectional study was carried out in a reference hospital in the southern region of Brazil, between July and December 2019, involving patients admitted to the puerperium nursery. Information on self-perceived prenatal quality was achieved from the Prenatal Care Quality Questionnaire (QPCQ), such as technical, sociodemographic and clinical-obstetric information. An adjusted model by Poisson regression was carried out, considering significant all variables with a p-value < 0.05, in order to identify associated factors with a poor self-perceived quality and an inadequate technical quality of prenatal care. Self-perceived and technical quality of prenatal care were correlated by the Pearson's correlation coefficient and the Kappa coefficient. Results: The study involved 220 puerperal women, 51.9% of whom had a positive self-perception of the quality of prenatal care and 54.7% had a prenatal considered technically inadequate. Women aged 35 or older were 14% more likely [PR 1.14 (95% CI 1.02-1.27)] to perform an inadequate prenatal care (p = 0.026). A negligible positive correlation (r = 0.249; p <0.001) and weak agreement (k = 0.154; p = 0.024) between the self-perceived quality and the technical quality of prenatal care were demonstrated. Conclusion: To reduce perinatal results, technical criteria should prevail as quality markers of a service, once it is not correlated to the self-perceived quality of the prenatal care.
Objetivo: Identificar se a qualidade autopercebida do pré-natal pode servir como indicador da qualidade técnica ofertada e preconizada. Métodos: Foi realizado estudo transversal em uma maternidade de referência da região Sul do Brasil, entre julho e dezembro de 2019, envolvendo pacientes admitidas na enfermaria de puerpério. Foram obtidas informações sobre a autopercepção da qualidade do pré-natal por meio do Questionário de Qualidade da Assistência Pré-natal (QPCQ), além de informações técnicas, sociodemográficas e clínico-obstétricas. Utilizou-se um modelo ajustado por regressão de Poisson, considerando significativas as variáveis com valor de p < 0,05, a fim de identificar fatores associados à qualidade autopercebida ruim e à qualidade técnica inadequada da assistência pré-natal. A autopercepção e a qualidade técnica do pré-natal foram correlacionadas por meio do coeficiente de correlação de Pearson e do coeficiente Kappa. Resultados: O estudo envolveu 220 puérperas, sendo que 51,9% tiveram uma autopercepção positiva da qualidade do atendimento pré-natal e 54,7% apresentaram um pré-natal considerado tecnicamente inadequado. Mulheres com 35 anos ou mais, apresentaram 14% maior probabilidade [RP 1,14 (IC95% 1,02-1,27)] de realizarem um pré-natal inadequado (p=0,026). O estudo mostrou correlação positiva desprezível (r = 0,249; p < 0,001) e concordância fraca (k = 0,154; p = 0,024) entre a qualidade autopercebida e a qualidade técnica do atendimento pré-natal. Conclusão: Para a redução dos resultados perinatais negativos, os critérios técnicos devem prevalecer como marcadores da qualidade de um serviço, por não haver correlação com a qualidade autopercebida do pré-natal.

Palavras-chave

Cuidado pré-natal, Qualidade da assistência à saúde, Autopercepção

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