Infecção pela proteína S do SARS-CoV-2 altera o ciclo estral em camundongas
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Data
2023-12
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
DIAS, Larissa Simões
ALVES, Rakel
GOMES, Hanailly
VALIM, Alessandra Cristina
LIMA, Emanuelle de
CLARKE, Julia
Orientador
ORTIGA CARVALHO, Tania Maria
Coorientador
NASCIMENTO, Verônica Müller de Oliveira
Resumo
Em 2020, houve uma pandemia relacionada à doença do coronavírus (COVID-19), ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2. Apesar de ter sido associada a problemas cardiorrespiratórios, também foram
observadas consequências negativas em gestantes, como o aumento do risco de parto prematuro e morte fetal. Sendo assim, estudos clínicos têm sido realizados para investigar o impacto da COVID-19 durante e após a gestação. Porém, ainda existem poucos estudos sobre os efeitos do vírus na fertilidade feminina e utilizando modelos animais. Portanto, nosso objetivo foi analisar o ciclo estral de camundongas após o insulto da proteína Spike (S) do SARS CoV-2. Para isso, foram utilizadas camundongas da linhagem Swiss (CEUA: 083/21) com idades de 5 (G1) e 3 meses (G2). Para investigar as alterações causadas pela proteína S no ciclo estral, foi realizada a citologia vaginal durante 55 dias consecutivos.
Inicialmente, o ciclo estral das camundongas foi acompanhado durante 16 dias. No 17º dia, as camundongas do G1 e do G2 foram sub divididas, aleatoriamente, em 2 grupos: Spike (GS1: n=3; GS2: n=4) e Controle (GC1: n=4; GC2: n=4), sendo administrada a 1ª dose da proteína S purificada ou solução salina (10 μL, via subcutânea), respectivamente. O ciclo estral foi, então, acompanhado por mais 14 dias. No 31º dia, foi administrada a 2ª dose da proteína S purificada ou solução salina e o ciclo estral foi acompanhado por mais 24 dias. Foram realizadas análises qualitativas e quantitativas do ciclo estral. As análises estatísticas foram realizadas pelo teste Two-Way ANOVA. As diferenças entre os grupos foram consideradas significativas quando p<0,05. Vimos que, inicialmente, as camundongas do G1 e do G2 apresentaram ciclos estrais regulares (4, 5 dias).
Porém, após a administração da 1ª dose da proteína S, os ciclos estrais tornaram-se irregulares (6-7 dias). Após a 2ª dose da proteína S, a irregularidade aumentou e foi caracterizada pela parada nos ciclos estrais por até 9 dias consecutivos e permanência nas fases luteais. Observamos também que a duração dos ciclos estrais das camundongas infectadas pela proteína S foi aumentada tanto no GS1 (p=0,0008) como no GS2 (p=0,0089). Porém, ao analisarmos a quantidade de dias que as camundongas permaneceram em cada fase do ciclo estral, vimos que apenas as camundongas infectadas do GS2 permaneceram mais tempo no metaestro e no diestro (p=0,0004) em comparação às controles. Além disso, a infecção pela proteína S diminuiu a quantidade de ciclos estrais no GS1 (p=0,0003) e GS2 (p=0,0037). Dessa forma, os dados sugerem que a infecção pela protteína S foi capaz de causar irregularidades no ciclo estral das camundongas
Palavras-chave
COVID-19, Ciclo estral, Fertilidade, Proteína S