A face da bruxa sem lado esquerdo
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Data
2004-12
Tipo de documento
Dissertação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Fiamoncini, Mazilda
Orientador
Furlanetto, Maria Marta
Coorientador
Resumo
Este estudo propõe uma abordagem discursiva do tema da formação conflituosa da imagem da mulher, na qual se projeta a imagem da bruxa que desvirtua, que ilude e que destrói, questionando essa idéia maniqueísta, que permeia os contos de fada e outras narrativas literárias, bem como a própria história da mulher, procurando-se mostrá-la como construtora de um eu mais firme, capaz de enfrentar e vencer as forças destrutivas que “habitam” o ser humano e estigmatizam a imagem da bruxa, mostrando-a como uma mulher; mostrando a face integral do ser
que se modela e se constrói alicerçado no confronto das oposições, cuja coexistência se faz imprescindível à sua constituição. Explora também o sentido do “esquerdo” instaurado historicamente como o lado do mal, do negativo, restabelecendo sua importância para a afirmação do bem. Para uma melhor compreensão dos efeitos da dominação do discurso masculino sobre o feminino, procedeu-se a um retrospecto histórico da construção da imagem da mulher desde os tempos mais remotos, perpassando os séculos XVI, XVII e XVIII – quando a Inquisição estava no auge –, alcançando os tempos hodiernos. A revisão teórica focaliza o discurso em sua interface com o ideológico e o psicanalítico, bem como, subsidiariamente, alguns aspectos da estrutura narrativa dos contos. Com o aprofundamento do estudo pôde-se perceber a complexidade da tarefa de distinguir o mal do bem, face ao intricado das vozes que se entrelaçam e se alternam nos discursos
das personagens femininas dos contos analisados e às conseqüências de suas ações. São vozes atravessadas por várias formações discursivas e por isso mesmo passíveis de contradição.
Palavras-chave
Enunciação, Discurso feminino, Sentido