Mudanças nos padrões alimentares e a relação do consumo de ultraprocessados e Transtornos mentais

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Data

2022-12-05

Tipo de documento

Artigo Científico

Título da Revista

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Área do conhecimento

Ciências da Saúde

Modalidade de acesso

Acesso fechado

Editora

Autores

Celi, Xavier
Cyntia, Jesus
Jessica, Silva
Vanessa, Salomão

Orientador

Gallo, Caroline

Coorientador

Resumo

Introdução: A evolução humana é acompanhada por profundas mudanças na alimentação. O processamento de alimentos surgiu com o objetivo de aumentar a durabilidade da prateleira, facilitar o preparo ou torná-los mais palatáveis. Modificações mais recentes nos métodos de processamento, contudo, levaram ao surgimento de alimentos ultraprocessados (AUP), que são formulações industriais feitas a partir de partes de alimentos, contendo pouco ou nenhum alimento integral, geralmente compostas por grande quantidade de sal, açúcar, óleos e gorduras, além de diversos aditivos químicos. As características deste grupo de alimentos os tornam hiperpalatáveis, hipercalóricos, com menor capacidade sacietógena e pouco nutritivos, aspectos que os relacionam à ocorrência de ganho excessivo de massa corpórea e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Estudos recentes têm associado o consumo deste grupo de alimentos, cada vez mais disponíveis nas dietas ao redor do mundo, com o desenvolvimento de transtornos mentais diversos. Objetivo: Compreender a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a ocorrência de transtornos mentais. Material e Métodos: Esta revisão narrativa de literatura se deu por consulta nas bases de dados Scielo, PubMed e Lilacs, tendo como critério de inclusão publicações de artigos científicos sobre a temática nos últimos dez anos. Resultado e Discussão: Foram encontradas 7 pesquisas relacionadas à temática, de diferentes delineamentos, com estudos de coorte de duração de até dez anos. As pesquisas, em conjunto, apontam para uma associação significativa entre o consumo de AUP e o desenvolvimento de transtornos mentais como depressão e ansiedade, declínio cognitivo, doença de alzheimer e insônia em participantes de diversas idades, desde universitários a gestantes, com populações de países como Brasil, França, Espanha e Estados Unidos. O consumo de AUP considerado alto varia de acordo com o estudo e população envolvida; em pesquisa nacional, 20% da dieta composta destes alimentos foi considerado como consumo elevado, podendo significar 400 Kcal/dia em uma dieta de 2.000 Kcal/dia, esse valor pode chegar a 73% do consumo diário em AUP em países como o Estados Unidos. Alguns estudos comparam as faixas de maior e menor consumo e observaram que efeitos adversos à saúde mental foram mais presentes em pessoas que consumiam mais AUP em sua dieta. Conclusão: As evidências avaliadas neste trabalho permitem concluir que um maior consumo de AUP pode levar a diversos transtornos mentais, sendo os mais recorrentes a depressão e o declínio cognitivo. Um padrão alimentar calcado nas recomendações do Guia Alimentar para a população brasileira (2014), tendo por base alimentos in natura e minimamente processados culturalmente referenciados, pode garantir a saúde e auxiliar na prevenção de tais doenças.

Palavras-chave

Ultraprocessados - Transtornos mentais - Declínio cognitivo

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