Educação Carcerária: As Aulas da Educação de Jovens e Adultos à Luz da Pedagogia Emancipatória

Nenhuma Miniatura disponível

Data

2024-01

Tipo de documento

Dissertação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Área do conhecimento

Modalidade de acesso

Acesso fechado

Editora

Autores

BITENCOURT, Vanessa Colares de

Orientador

WAGNER, Flávia

Coorientador

Resumo

Esta pesquisa está inserida na área das ciências da educação, na linha de Educação, História e Política, na temática da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O questionamento que mobilizou a pesquisa foi: Quais as aproximações e distanciamentos da Pedagogia Emancipatória nas aulas desenvolvidas pela Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Penitenciária Sul/SC? Partimos da hipótese de que é possível identificar elementos da Pedagogia Emancipatória entremeados com práticas tradicionais de ensino que, em momentos, aproximam-se dos princípios emancipatórios e, em outros, distanciam-se, refletindo os desafios e potenciais da educação carcerária. Neste sentido, o objetivo principal foi analisar o desenvolvimento das aulas ofertadas pela EJA na Penitenciária Sul/SC à luz da Pedagogia Emancipatória. Como pressupostos teóricos, destacamos Paulo Freire e Michel Foucault, que auxiliaram na compreensão dos aspectos que envolvem a educação de jovens e adultos; as políticas educacionais; os preceitos da Pedagogia Emancipatória, bem como do ambiente prisional. A metodologia adotada ancorou-se em uma abordagem sócio-histórica, articulando-se como um estudo de caso que integrou análise qualitativa com pesquisa bibliográfica e documental. A coleta de dados envolveu a avaliação de documentos normativos que regem o ensino nas prisões brasileiras, a realização de grupos focais com estudantes presos e entrevistas com professores, buscando assimilar as perspectivas daqueles que estão diretamente envolvidos no contexto em análise. Utilizou-se a técnica de análise de conteúdo para trabalhar e interpretar os dados, seguindo o aporte teórico de Bardin (2020) que auxiliou na construção de categorias para realizar a análise dos dados junto aos capítulos teóricos. O presente texto obteve aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, sendo registrado sob o número CAAE: 96459223.0.000.0261. Os dados obtidos nesta pesquisa lançaram luz sobre a educação nas prisões, revelando um cenário promissor onde, dos cinco preceitos emancipatórios propostos para a análise, três alinham-se à prática: a humanização e práxis educativa, a importância do rigor metódico do professor e questões sobre ética e disciplina no contexto da sala de aula prisional. Quanto à valorização cultural dos educandos e à relevância da pesquisa no processo ensino-aprendizagem, observou-se que esses aspectos ainda demandam aperfeiçoamento em sua aplicação prática, mantendo-se distantes do ideal teórico. Assim, os resultados sugerem que, apesar dos desafios inerentes à educação nas prisões, é viável e possível adaptar as abordagens educativas ao contexto prisional singular de modo a aproximar as práticas pedagógicas aos princípios da Pedagogia Emancipatória. Torna-se necessário, personalizar a teoria à realidade da prisão, reinventando o processo educativo da EJA nesses espaços.

Palavras-chave

Prisão, Pedagogia Emancipatória, Educação Carcerária, Educação de Jovens e Adultos

Citação