'Ser mulher é mais do que ser mãe'

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Data

2009

Tipo de documento

Monografia

Título da Revista

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Título de Volume

Área do conhecimento

Ciências Humanas

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

Ramos, Roberta Rodrigues

Orientador

Brasil, Vanderlei

Coorientador

Resumo

Ao longo da história passou-se a associar a imagem da mulher ao papel de mãe, enquanto que paralelamente a isso, o trabalho no meio público passou a se configurar como um aspecto importante na vida da mulher. Estas duas dimensões, não necessariamente excludentes, colocam, em muitos momentos, a mulher diante de uma escolha entre ser mãe ou trabalhar. Frente a esta escolha, para muitas dilemática, buscou-se por meio desta pesquisa compreender a auto-imagem de mulheres que trabalham e optaram por não ser mães. Para alcançar este objetivo, foram realizados estudos de caso com três mulheres, sendo elas trabalhadoras e não mães por escolha própria. Como instrumento de coleta de dados, foi aplicada uma entrevista semi-estruturada contendo 59 questões que visavam: caracterizar aspectos fundamentais da vida profissional, social, familiar e pessoal das mulheres; caracterizar a trajetória profissional das mesmas; verificar a percepção delas quanto ao sentido do trabalho e da maternidade; e identificar na percepção das mulheres as possíveis decorrências sociais, profissionais e psíquicas da escolha de trabalhar e não ser mãe. As discussões ao longo desta pesquisa foram feitas sob a ótica teórica sócio-histórica da constituição humana, passando por temas como gênero, trabalho e maternidade. Para a realização da análise dos dados foram categorizadas as falas das participantes de acordo com os objetivos do trabalho. Dentre os resultados encontrados, no que se refere ao sentido da maternidade, pode-se destacar que há ausência de desejo materno, bem como o sentido da maternidade atrelado à perda da autonomia. No que tange ao aspecto profissional, percebe-se que o trabalho assume centralidade na vida destas mulheres, ou seja, o trabalho é extremamente relevante e significativo, assumindo, assim, um papel importante para a constituição da identidade delas. Além disso, elas percebem o trabalho como forma de realização pessoal. Percebe-se também o quanto é conflituoso para a mulher optar por não ter filhos, em função de eleger outras prioridades, como a carreira profissional, pois, ao fazer este movimento, a mulher nega um papel que é socialmente naturalizado e decorrente disso, algumas conseqüências são percebidas, como: sentimento de inadequação social e auto-imagem de egoístas, além disso, essas mulheres se encontram sob coerção social, devido aos desejos familiares, de amigos e da sociedade de forma geral. Estas 7 questões fazem com que elas questionem sua escolha, uma vez que esta é entendida como contrária a sua suposta natureza. Em relação à primeira participante da pesquisa, conclui-se, principalmente, que esta se sente completa e realizada no aspecto profissional, todavia sente-se insegura quanto a escolha de não ter filhos. Conclui-se com a segunda participante da pesquisa, que esta se percebe realizada no aspecto profissional e segura quanto a sua escolha por não ter filhos. No entanto, percebe-se como sendo egoísta, isso ocorre, sobretudo, pois ela acredita que, por não querer ter filhos, prioriza apenas seus interesses individuais. No que se refere à terceira sujeita desta pesquisa, conclui-se que, assim como as duas primeiras, esta se percebe completa e realizada no aspecto profissional. No entanto, percebe-se que a pressão e a expectativa social relacionadas à maternidade fazem com que ela passe a questionar a opção por não ter filhos

Palavras-chave

Mulheres - Emprego, Maternidade, Trabalho - Aspectos sociais

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