A Valorização do Interculturalismo no Processo de Ensino e Aprendizagem na Educação Básica de Orleans (SC): a Memória Identitária Local como Proposta Pedagógica
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Data
2020
Tipo de documento
Tese
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Linguística, Letras e Artes
Modalidade de acesso
Acesso embargado
Editora
Autores
Debiasi, Andréa Andrade Alves
Orientador
Siebert, Silvânia
Coorientador
Sá, Jussara Bittencourt de
Resumo
The present investigation aims to analyze how the school contributes in the teaching and learning process, from cultural and discursive studies, to the valorization of Interculturalism that constitutes the municipality of Orleans (SC). Characterized as a field study Rauen, (2015), with a qualitative approach, the methodological procedures used are Bibliographic Research and Oral History, with the application of an instrument and interviews, using Text and Discourse Analysis (ORLANDI, 2001; 2003; 2009) for discussion of data. Initially, we reflected on the process of ethnic constitution of Brasil and the municipality of Orleans (SC), by indigenous people, african and european immigrants. We anchored, mainly, in Fausto (1996); Seyferth (2002); Zamberlam (2004); Dall´Alba (1996; 2003); Lottin (1998; 2002; 2009). Following, we seek to dialogue about the theoretical assumptions that guided the research, with the themes: Ethnicity, Cultural Identity, Cultural Diversity, Multiculturalism, Interculturalism, School, Education and the Teaching and Learning Process of Interculturalism, based on Intercultural Dialogue, in conceptions outlined by Bhabha (2010), Bauman (2000; 2005), Hall (1997; 1998; 2005), Sayad (1998; 2002), Bakhtin (1987), Candau (2008; 2009) and Serrani (2005), for example. We also discussed current public policies that deal with the importance of learning Cultural Diversity, from national to local, with the following documents: Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988); Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 1996); Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1998); Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017; 2018); Proposta Curricular de Santa Catarina – (PCSC) (SANTA CATARINA, 1997; 2014; 2019); e Lei Nº 2620, de 23 de Junho de 2015 – Plano Municipal de Educação (ORLEANS, 2015). In addition, we applied a semi-structured instrument, with 14 questions, with 9 principals from the municipal schools of Orleans (SC), in order to identify how cultural diversity is learned. As main results, we were able to verify, in general lines, that the didactic material used does not have contents specifically directed to the local culture. Only in the disciplines of History and Geography, from the 4th year of Elementary School onwards, themes are inserted in the field of cultural diversity, however, without mentioning the municipality. Contrary to what was proposed by the BNCC in making learning mandatory in all subjects and levels of education. We noticed that there is a pedagogical movement of insertion in the teaching plans. Still, it lacks adequate teaching material. Finally, through the narratives of elderly people who lived with their ancestors, who colonized the municipality, we seek to develop a proposal for implementing activities that aim to contribute to the strengthening of Interculturalism, which we call Local Identity Memory. We intend to demonstrate that it is possible to elaborate didactic appropriation of knowledge content with narratives of the elderly, configuring the history of the municipality itself through its life experiences, to strengthen and enhance memory, identity, history and place. Allied to this, clarify that the school has this responsibility. For that, it is necessary to train teachers to take ownership of the concept and, thus, be able to work interculturally.
A presente investigação objetiva analisar como a escola contribui no processo de ensino e aprendizagem, a partir dos estudos culturais e discursivos, para a valorização do Interculturalismo que constitui o município de Orleans (SC). Caracterizada como estudo de campo Rauen, (2015), de abordagem qualitativa, os procedimentos metodológicos utilizados são Pesquisa Bibliográfica e História Oral, com aplicação de instrumento e realização de entrevistas, recorrendo à Análise de Texto e Discurso (ORLANDI, 2001; 2003; 2009) para discussão dos enunciados, em uma perspectiva sócio-histórica. Inicialmente, refletimos em torno do processo de constituição étnica do Brasil e do município de Orleans (SC), pelos indígenas, imigrantes africanos e europeus. Ancoramo-nos, principalmente, em Fausto (1996); Seyferth (2002); Zamberlam (2004); Dall´Alba (1996; 2003) e Lottin (1998; 2002). Na sequência, buscamos dialogar acerca dos pressupostos teóricos que orientaram a pesquisa, com as temáticas: Etnia, Identidade Cultural, Diversidade Cultural, Multiculturalismo, Interculturalismo, Escola, Educação e o Processo de Ensino e Aprendizagem do Interculturalismo, a partir do Diálogo Intercultural, nas concepções delineadas por Bhabha (2010), Bauman (2000; 2005), Hall (1997; 1998; 2005), Sayad (1998; 2002), Bakhtin (1987), Candau (2008; 2009) e Serrani (2005), por exemplo. Discutimos, também, a respeito das políticas públicas em vigência, no âmbito educacional, que tratam da importância da aprendizagem da Diversidade Cultural, do nacional ao local, pelos seguintes documentos: Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988); Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 1996); Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1998); Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017; 2018); Proposta Curricular de Santa Catarina – (PCSC) (SANTA CATARINA, 1997; 2014; 2019); e Lei Nº 2620, de 23 de Junho de 2015 – Plano Municipal de Educação (ORLEANS, 2015). Ainda, aplicamos um instrumento semiestruturado, com 14 questões, com 9 diretoras das escolas municipais de Orleans (SC), com vistas a identificar como se dá a aprendizagem da Diversidade Cultural. Como principais resultados, pudemos averiguar, em linhas gerais, que o material didático utilizado não possui conteúdos voltados especificamente à cultura local. Somente nas disciplinas de História e Geografia, a partir do 4º ano do Ensino Fundamental são inseridas temáticas no campo da Diversidade Cultural, porém, sem mencionar o munícipio. Contrapondo-se ao proposto pela BNCC ao tornar obrigatória a aprendizagem em todas as disciplinas e níveis de ensino. Percebemos que há um movimento pedagógico de inserção nos planos de ensino. Ainda assim, carece de material didático adequado. Por fim, por meio das narrativas de pessoas da terceira idade que conviveram com os antepassados, os quais colonizaram o referido município, buscamos desenvolver uma proposta de implementação de atividade que vise contribuir no fortalecimento do Interculturalismo, o que denominamos de Memória Identitária Local. Intentamos demonstrar que é possível elaborar conteúdo didático, para apropriação de conhecimento, com narrativas de idosos, configurando pelas suas experiências de vida, a história do próprio município, para fortalecer e valorizar a memória, a identidade, a história e o local. Aliado a isso, elucidamos que a escola tem essa responsabilidade. Contudo, é preciso formação de professores, para se apropriarem do conceito e, assim, poderem trabalhar de forma intercultural.
A presente investigação objetiva analisar como a escola contribui no processo de ensino e aprendizagem, a partir dos estudos culturais e discursivos, para a valorização do Interculturalismo que constitui o município de Orleans (SC). Caracterizada como estudo de campo Rauen, (2015), de abordagem qualitativa, os procedimentos metodológicos utilizados são Pesquisa Bibliográfica e História Oral, com aplicação de instrumento e realização de entrevistas, recorrendo à Análise de Texto e Discurso (ORLANDI, 2001; 2003; 2009) para discussão dos enunciados, em uma perspectiva sócio-histórica. Inicialmente, refletimos em torno do processo de constituição étnica do Brasil e do município de Orleans (SC), pelos indígenas, imigrantes africanos e europeus. Ancoramo-nos, principalmente, em Fausto (1996); Seyferth (2002); Zamberlam (2004); Dall´Alba (1996; 2003) e Lottin (1998; 2002). Na sequência, buscamos dialogar acerca dos pressupostos teóricos que orientaram a pesquisa, com as temáticas: Etnia, Identidade Cultural, Diversidade Cultural, Multiculturalismo, Interculturalismo, Escola, Educação e o Processo de Ensino e Aprendizagem do Interculturalismo, a partir do Diálogo Intercultural, nas concepções delineadas por Bhabha (2010), Bauman (2000; 2005), Hall (1997; 1998; 2005), Sayad (1998; 2002), Bakhtin (1987), Candau (2008; 2009) e Serrani (2005), por exemplo. Discutimos, também, a respeito das políticas públicas em vigência, no âmbito educacional, que tratam da importância da aprendizagem da Diversidade Cultural, do nacional ao local, pelos seguintes documentos: Constituição da República Federativa do Brasil (BRASIL, 1988); Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº 9.394/96 (BRASIL, 1996); Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1998); Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017; 2018); Proposta Curricular de Santa Catarina – (PCSC) (SANTA CATARINA, 1997; 2014; 2019); e Lei Nº 2620, de 23 de Junho de 2015 – Plano Municipal de Educação (ORLEANS, 2015). Ainda, aplicamos um instrumento semiestruturado, com 14 questões, com 9 diretoras das escolas municipais de Orleans (SC), com vistas a identificar como se dá a aprendizagem da Diversidade Cultural. Como principais resultados, pudemos averiguar, em linhas gerais, que o material didático utilizado não possui conteúdos voltados especificamente à cultura local. Somente nas disciplinas de História e Geografia, a partir do 4º ano do Ensino Fundamental são inseridas temáticas no campo da Diversidade Cultural, porém, sem mencionar o munícipio. Contrapondo-se ao proposto pela BNCC ao tornar obrigatória a aprendizagem em todas as disciplinas e níveis de ensino. Percebemos que há um movimento pedagógico de inserção nos planos de ensino. Ainda assim, carece de material didático adequado. Por fim, por meio das narrativas de pessoas da terceira idade que conviveram com os antepassados, os quais colonizaram o referido município, buscamos desenvolver uma proposta de implementação de atividade que vise contribuir no fortalecimento do Interculturalismo, o que denominamos de Memória Identitária Local. Intentamos demonstrar que é possível elaborar conteúdo didático, para apropriação de conhecimento, com narrativas de idosos, configurando pelas suas experiências de vida, a história do próprio município, para fortalecer e valorizar a memória, a identidade, a história e o local. Aliado a isso, elucidamos que a escola tem essa responsabilidade. Contudo, é preciso formação de professores, para se apropriarem do conceito e, assim, poderem trabalhar de forma intercultural.
Palavras-chave
Interculturalidade, Educação, Orleans (SC), Memória Identitária Local