O suicídio à luz da Psicologia Existencial Sartriana
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Data
2020
Tipo de documento
Artigo Científico
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências Humanas
Modalidade de acesso
Acesso embargado
Editora
Autores
Marcondes, Valdenir
Orientador
Pretto, Zuleica
Coorientador
Resumo
O suicídio inquieta a humanidade, seja por seus aspectos de alto grau de tensionamento seja pela curiosidade que suscita sobre as decisões da vida e o enigma da morte. Na ausência de certezas o fato apoia-se em dilemas biológicos, morais e religiosos, porém do ponto de vista fenomenológico representa uma morte que terá de ser significada pelos sobreviventes. Quiçá a aproximação e o estudo teórico sobre o suicídio permitam uma desmistificação e um desvelamento sobre um tema no qual imperam mitos e tabus e que anualmente, segundo a ONU (2015), faz milhares de óbitos nos diferentes continentes, em variadas etnias e diferentes condições sociais e econômicas. O presente trabalho teve como objetivo o estudo da contribuição da Psicologia Existencial Sartriana na compreensão do fenômeno do suicídio, especialmente no referente a articulação entre o conceito de liberdade sartriano e o suicídio; a relação entre a concepção de projeto de ser e o suicídio; e a avaliação do direito de morrer como possibilidade do ser, segundo o existencialismo sartriano. Intentou-se, assim, com o presente trabalho indagar acerca da leitura existencialista sartriana a respeito do ato de renúncia à vida, visto que o existencialismo em Sartre permite, a partir de um mergulho fenomenológico, ampliar a reflexão acerca do sujeito, sua constituição e sua ação no mundo sem fixar-se a dogmas ou essências. Nessa perspectiva teórica o sujeito é posto no centro ativo de sua história a partir de parâmetros de liberdade e escolhas. Assim, a partir dos conceitos de constituição do ser, liberdade, responsabilidade, projeto de ser e morte este artigo intentou propor uma reflexão sobre a renúncia ao ato de viver pela interrupção drástica pela via do suicídio. Utilizando a bibliografia como metodologia e como fontes de dados publicações científicas na forma de livros e dissertações, procedeu-se a categorização e à análise dos achados através do procedimento de interpretação conceitual do texto na forma definida por Laurenti e Lopes (2016). As teses encontradas foram categorizadas analiticamente em: suicídio como fenômeno da existência; constituição do sujeito sartriano e suicídio; liberdade, responsabilidade e o suicídio; suicídio e má-fé; inviabilização do futuro como (co)fator do suicídio e a questão existencial da morte. Tais achados foram cotejados com escritos de Sartre e Simone de Beauvoir que utilizavam como referentes a constituição do sujeito, liberdade, projeto de ser e morte. Este trabalho longe de pretender desvelar e resolver a complexidade do tema procurou trazer elementos de reflexão à monumental pergunta feita por Simone de Beauvoir a Sartre se a morte (no caso o suicídio) representaria uma saída que libertaria ou uma saída que suprimiria a liberdade.
Palavras-chave
Suicídio, Projeto de ser, Morte, Liberdade, Existencialismo sartriano