Violência obstétrica: uma realidade negligenciada
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Data
2021-04-05
Tipo de documento
Dissertação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Ciências da Saúde
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Cureau Miechuanski, Pauline
Orientador
Traebert, Jefferson Luiz
Coorientador
Resumo
Introdução: O fenômeno da violência obstétrica não tem um conceito único e na maioria dos países não é definido em termos legais, dificultando seu reconhecimento e prevenção. Essa forma de violência pode ser ativa ou passiva, relacionada a comportamento de indivíduos ou às condições do sistema de saúde. Estratégias alternativas esbarram no modelo de atenção predominante, focado no médico, no uso rotineiro de intervenções e desvalorização de aspectos psicossociais do parto.
Objetivo: Identificar o construto da violência obstétrica bem como seus fatores influenciadores e protetores.
Métodos: Revisão sistemática da literatura relatando fatores qualificados como violência obstétrica, abuso ou desrespeito à mulher no momento do parto, bem como aspectos que levam à satisfação com o parto e outras percepções a respeito do momento. Foi realizada uma metassumarização e metassíntese qualitativa dos resultados.
Resultados: Foram selecionados 161 artigos. Desses, 75% foram publicados entre os anos de 2016-2020 e apresentaram uma distribuição global com maiores índices de pesquisas na América do Sul, América Central e Caribe (29%) e África (25%). O termo mais frequente descrevendo o fenômeno foi “violência obstétrica” (33%). Descrevem-se aqui os subtipos componentes do evento e os fatores protetores para sua ocorrência encontrados na literatura. Abuso físico, cuidado não consentido e cuidado não digno foram os fatores descritos com maior frequência.
Conclusão: A violência obstétrica tem sido negligenciada mesmo que amplamente difundida, resultando em sérios entraves na saúde pública. A conscientização da existência do fenômeno e todos os seus fatores ocasionadores e influenciadores por parte da equipe profissional, gestores e políticos pode ser o início de ações com o fim de aprimorar a assistência obstétrica em todo o mundo. Ações que transmitam orientações às pacientes e seus familiares podem melhorar o vínculo entre aqueles que exercem a obstetrícia e a população assistida.
Palavras-chave
Parto, Obstetrícia, Violência, Abuso, Percepção