Atravessamentos discursivos entre o dinheiro, o pagamento e o ato analítico: a noção de custo-gozo em psicanálise

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Data
2021-08-31
Tipo de documento
Dissertação
Título da Revista
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Área do conhecimento
Linguística, Letras e Artes
Modalidade de acesso
Acesso embargado
Editora
Autores
Gomes, Mário César Coelho
Orientador
Maliska, Maurício Eugênio
Coorientador
Resumo
O objetivo deste trabalho foi relacionar o gesto do pagamento ao ato analítico como possibilidade de elaboração teórica sobre a noção, que ora chamamos, de custo-gozo em psicanálise. Para tanto, primeiramente abordamos a estrutura das trocas simbólicas nas sociedades humanas a partir dos trabalhos de Marcel Mauss acerca das cerimônias do potlatch e dos ritos sacrificiais propondo uma articulação com a obra de Georges Bataille sobre o dispêndio improdutivo. A partir de então, a estrutura das trocas humanas foi tensionada à teoria psicanalítica por meio dos textos de Sigmund Freud e Jacques Lacan. Não sem estes autores, refletimos acerca da estrutura da demanda e do desejo sob a ótica psicanalítica. Alcançamos também a teoria dos quatro discursos – Mestre, Universitário, Analista e Histérica - articulada por Lacan em seu Seminário 17 – O avesso da psicanálise ([1969-1970]/1992) com vistas a compreender a estrutura discursiva do ato analítico. Analisamos também as questões emanadas pelo curto-circuito discursivo provocado pelo Discurso do Capitalista. Este mais-um discursivo evocado por Lacan numa conferência proferida em Milão no ano de 1972. O trabalho também procura articular teoricamente as questões referentes ao dinheiro como significante que circula nas análises, além das questões concernentes ao gesto do pagamento que se repete a cada sessão. Sustenta-se no decorrer do escrito que sobre este gesto que se repete a cada sessão o analista intervenha com o ato analítico. A última parte do trabalho apresenta a noção do custo-gozo como hipótese de trabalho para as intervenções sobre o pagamento e a gratuidade das sessões psicanalíticas. Para atingir tal fim, metodologicamente utilizamos a leitura-escuta do relato de análise “Uma temporada com Lacan: Relato” (1990). Seu autor, Pierre Rey, esteve em análise com Jacques Lacan na década de 1970. Identificando o mal-estar deste autor-analisante como um efeito da estrutura discursiva capitalista, procuramos observar como Jacques Lacan operava o ato analítico sobre o dinheiro e o pagamento (ou não-pagamento) nas sessões analíticas. Ato analítico que pôde levar o sintoma capitalista de Pierre Rey até as suas últimas fronteiras.

Palavras-chave
Custo-gozo, Ato analítico, Dinheiro, Pagamento
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