Proteção social dos trabalhadores de plataformas digitais

Nenhuma Miniatura disponível

Data

2022-06-28

Tipo de documento

Monografia

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Área do conhecimento

Ciências Sociais Aplicadas

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

LIMA, Letícia Gabriela Camargo Franco de

Orientador

BARACAT, Eduardo Milléo

Coorientador

GUNTHER, Luiz Eduardo

Resumo

A economia sob demanda, gig economy ou economia de plataforma, representam sinônimos de uma forma de prestação de serviços possibilitada pela tecnologia, em que uma plataforma digital dispõe de uma gama de colaboradores para o pronto atendimento de demandas, geralmente associadas ao serviço de entregas e transporte. Esse formato ganhou notoriedade a partir de grandes empresas como a Uber Technologies Inc. Startup – UBER. No Brasil o aumento de pessoas dependentes de trabalhos informais associado a economia de plataforma ocorre em um cenário de alto desemprego e grande precarização. Assim o trabalho tem por objetivo avaliar os riscos existentes nesse ambiente laboral de intensa exploração, gerenciado por algoritmos, fomentado por um discurso de empreendedorismo. Utilizando-se do método hipotético-dedutivo, a pesquisa traz a seguinte problemática: Em que medida os projetos de lei, apresentados entre 2019-2021, em trâmite no Congresso Nacional Brasileiro, poderiam contribuir para garantir a adequada proteção social aos trabalhadores de plataformas digitais no aspecto de redução dos riscos ambientais e acesso à seguridade social? Para isso, o trabalho foi dividido em 5 partes, com introdução, três capítulos e conclusão. No primeiro apresentam-se normas (inter)nacionais destinadas à proteção do trabalhador e os desafios que a sociedade pós moderna enfrenta com o avanço da tecnologia no ambiente laboral. No segundo capítulo, é analisada a origem das plataformas digitais de trabalho e os novos formatos de regulação apresentados em legislações estrangeiras. Verifica-se ainda a responsabilidade social empresarial das plataformas de trabalho e a íntima relação com a garantia de um trabalho decente. No terceiro capítulo são analisadas as propostas do Poder Legislativo e a partir de uma análise crítica observado se é possível a compatibilização dos interesses econômicos e sociais no ambiente de plataformas e de que modo os projetos de lei contribuiriam para o alcance de um patamar de dignidade mínima aos trabalhadores inseridos neste contexto. Trata-se, portanto, de uma pesquisa voltada à tutela dos direitos fundamentais do trabalhador na atual sociedade de risco, que demanda a atuação integrada entre atores públicos e privados. O trabalhador de plataformas digitais está atrelado à contratos que não refletem um trabalho decente na perspectiva da Agenda 2030 da ONU, isso porque não se identifica um ambiente laboral sustentável e inclusivo, preocupado com garantias mínimas. Embora os projetos de lei selecionados tenham contribuído para a reflexão de que é possível conciliar a proteção social com o modo de trabalho da gig economy, mesmo tratando-se de um trabalhador autônomo, verifica-se que a grande parte das propostas deixa problemas não respondidos. Por esse motivo, não foi possível confirmar a hipótese de que há possibilidade de garantir a proteção social através dos projetos de lei analisados e compatibilizar o ambiente de trabalho de plataformas com saúde, segurança e previdência social. A compatibilização dos interesses econômicos e sociais no ambiente de plataformas será somente alcançada a partir do esforço das entidades públicas e privadas, mediante soluções conjuntas e complementares para a construção de bases sólidas que consigam lidar com as novas tecnologias e suas rápidas transformações.

Palavras-chave

Plataformas digitais de trabalho. Riscos laborais. Proteção social. Direitos fundamentais

Citação