Memórias discursivas: da rádio ao podcast navegando nas ondas do interdiscurso

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Data

2022

Tipo de documento

Dissertação

Título da Revista

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Área do conhecimento

Linguística, Letras e Artes

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

Silva, Fádia

Orientador

Gallo, Solange

Coorientador

Resumo

Na dissertação aqui apresentada, a Análise do Discurso franco-brasileira, proposta por Michel Pêcheux, assume papel de relevância, a fim de se compreender as relações das formações discursivas constituintes do complexo de formações, a relação de diferentes formas discursivas e a diferença entre diferentes processos constitutivos das materialidades concretas (técnicas). Esta pesquisa aborda uma experiência pedagógica proposta a alunos do 6º ano do ensino fundamental da rede pública, que aconteceu na cidade de Macapá – Amapá. Nosso interesse foi o de compreender o motivo da falha e da não execução da atividade pelos alunos. Tratava-se da produção de uma “rádio digital” por meio da ferramenta digital podcast. A escolha da atividade proposta aos alunos se deu como tentativa de manter o vínculo entre alunos-professora, em virtude da suspensão das aulas no período de pandemia que afetava o Brasil e o mundo, em 2020, e que nos levou ao afastamento e isolamento social. O corpus de análise se constituiu de podcasts escolares, acadêmicos e de humor, mobilizando noções da Análise de Discurso, dentre elas a noção de autoria e posição-sujeito (ORLANDI, 2015, GALLO, 2001), as noções de Discurso de Escrita, Discurso de Oralidade e de Escritoralidade (GALLO, 2011); também a noção de agenciamento discursivo (GUIMARÃES, 2005), além de materialidade técnica (PEQUENO, 2020) e espaços enunciativos informatizados (GALLO; SILVEIRA, 2017). Nosso esforço aqui foi o de compreender os gestos de interpretação dos sujeitos envolvidos, e suas determinações. Observou-se que as memórias e as discursividades presentes nas materialidades digitais, quer de uma rádio ou de um podcast, afetavam os interlocutores-autores e os interlocutores-ouvintes/leitores, de modos diferentes, uma vez que a formulação se deu de maneira específica para cada uma. Constatou-se ainda que nem mesmo a materialidade digital garante uma reversibilidade entre os interlocutores, tendo em vista o fato de que as formas técnicas-políticas podem ser autoritárias. Percebeu-se ainda a predominância do Discurso de Oralidade na relação com o discurso de Escritoralidade, nas produções analisadas. Outro aspecto analisado foi o das normatizações dos espaços enunciativos informatizados, como delimitação para as produções dos sujeitos. Diante disso, pudemos compreender como a condição de sujeito-autor foi determinada.

Palavras-chave

Análise de Discurso, Espaços Enunciativos Informatizados, Sujeito-Autor, Podcast

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