Influência do gabarito de respostas na autocorreção de exercício de interpretação: estudo de caso com estudantes do programa estadual de novas oportunidades de aprendizagem de Santa Catarina

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Data
2016
Tipo de documento
Dissertação
Título da Revista
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Área do conhecimento
Linguística, Letras e Artes
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Niero, Gabriela
Orientador
Rauen, Fábio José
Coorientador
Resumo
Based on relevance theory, we analyzed in this study the influence of an answer template in the correction the students of Mid-School’s first year with learning problems make of their own textual interpretations. To achieve this goal, we investigated six students of Programa Estadual Novas Oportunidades de Aprendizagem na Educação Básica (PENOA) from Escola de Educação Básica Caetano Bez Batti of Urussanga, SC. We assumed the hypothesis that these students would tend to behave as naïve interpreters in this process, due their reading difficulties. To test this prediction, we proposed an interpretation activity, using Luís Fernando Veríssimo’s text “A Verdade”, with ten questions representing Marcuschi’s (2008) question categories. The activity was followed by a session of autocorrection, mediated by an answer template with errors, and a session of activity evaluation. From a quantitative perspective, the grade that students attribute to themselves is similar to the grade that the student would have if they followed the answer template created by the researcher unconditionally. From a qualitative perspective, the students do not refute the authority of the answer template when the answers are not subjective; they do not return to the text to analyze the pertinence of their answers; and they depend on the teacher to problematize the instrument. We concluded that the students trust naïvely in the answer template as representative of the teacher’s authority, suggesting that it is more relevant to trust in this presumption than keeping in the epistemic vigilance in the activity.
Com base na teoria da relevância, analisamos neste estudo a influência do gabarito de respostas na correção que estudantes do primeiro ano do Ensino Médio diagnosticados com dificuldades de aprendizado fazem de suas próprias interpretações textuais. Para tanto, investigamos seis estudantes do Ensino Médio do Programa Estadual Novas Oportunidades de Aprendizagem na Educação Básica (PENOA) da Escola de Educação Básica Caetano Bez Batti do Município de Urussanga, SC, assumindo a hipótese de que esses estudantes, dadas as suas dificuldades em leitura, tenderiam a se comportar como intérpretes ingênuos neste processo. Para testar essa predição, propusemos um exercício de interpretação da crônica “A Verdade”, de Luís Fernando Veríssimo, contendo dez questões representando as diferentes categorias de perguntas propostas por Marcuschi (2008), seguida de uma sessão de autocorreção mediada por um gabarito de respostas com erros e de uma sessão de avaliação. Do ponto de vista quantitativo, a média que os estudantes atribuem a si próprios é mais aderente à média proposta pela remissão incondicional ao gabarito do que aquela derivada da correção da pesquisadora. Do ponto de vista qualitativo, os estudantes não contestam a autoridade do gabarito salvo em questões subjetivas; não voltam ao texto para conferir a pertinência de suas respostas; e são dependentes do professor para problematizar o instrumento. Concluímos, portanto, que os estudantes, confiam ingenuamente no gabarito como preposto da autoridade do professor, sugerindo ser mais relevante confiar nessa presunção do que manter-se em vigilância epistêmica na atividade.

Palavras-chave
Pragmática cognitiva, Teoria da relevância, Vigilância epistêmica, Correção de interpretação textual, Gabarito de respostas
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