O panelaço como resistência ao político no Brasil: discurso e memória

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Data
2016
Tipo de documento
Dissertação
Título da Revista
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Área do conhecimento
Linguística, Letras e Artes
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Damazio, Lucas Pereira
Orientador
Daltoé, Andréia da Silva
Coorientador
Resumo
From the French Discourse Analysis. principles and its theoretical procedures, we have proposed to investigate the discursive functioning of the panelaco, occurred on March 8, 2015, Brazil. The research objectifies to analyze how the manifestation is constituted discursively into our country. For this purpose, we take into consideration that it establishes discursive relations with other historical movements, mainly the ones installed on Chile and Argentina . since other discourses mark ideologically every single discourse. Therefore, initially, as method, we did a historical study to identify relations of likenesses between these sayings, the discursive paraphrases that maintain in bases of the utterable. Then, we seek to identify the points of distances, displacements, and ruptures that existed among the panelacos, a way to comprehend the polissemic processes that were established, and the reconfigured senses about the panelaco in Brazil. In order to do so, we sought to comprise the noise functioning as a materiality of the political discourse, marking the difference between this concept for the studies of the Theories of Communication, and theoretical presuppositions of the French Discourse Analysis. With this relation, we could determine this kind of materiality was not only a noise, as point out some theorists of the field in the Theories of Communication, but a discourse of resistance that put at stake the power relations that traverse the Brazilian politics. We comprehended wherefore that this discursive materiality worked as a form of resistance; this who sought to fight, protest, and reclaim rights, simultaneously tried to silence, obliterate the sayings of the President Dilma Rousseff, as a form of refutation and mostly, empowerment.
Neste estudo, a partir dos princípios e procedimentos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa, propomo-nos a investigar o funcionamento discursivo do panelaço ocorrido no dia 8 de março de 2015, no Brasil. A pesquisa tem o objetivo de analisar de que modo essa manifestação se constitui discursivamente em nosso país e, para isso, levamos em consideração que ela mantém relações discursivas com outros movimentos históricos, principalmente sucedidos no Chile e na Argentina, uma vez que todo discurso é marcado ideologicamente por outros. Por isso, inicialmente, em nosso percurso metodológico, fizemos um estudo histórico para identificar as relações de similitude entre esses dizeres, as paráfrases discursivas que se mantêm na base do dizível. Em seguida, procuramos identificar os pontos de afastamento, de deslocamento e de rompimento que existiram entre os panelaços, um modo de compreender os processos polissêmicos que se instauraram e os sentidos sobre o panelaço que foram reconfigurados no Brasil. Para tanto, buscamos compreender o funcionamento do barulho como uma materialidade do discurso político, o que fizemos marcando a diferença entre essa concepção para os estudos das Teorias da Comunicação e os pressupostos teóricos da Análise do Discurso de linha francesa. Com essa relação, pudemos constatar que não se tratava apenas de um ruído, como apontam alguns teóricos do campo das Teorias da Comunicação, mas de um discurso de resistência que colocou em jogo as relações de poder que permeiam a política brasileira. Conseguimos compreender, portanto, que essa materialidade discursiva funcionou como uma forma de resistência do povo. Este que procurou lutar, protestar e reivindicar por direitos, ao mesmo tempo que tentou silenciar e apagar os dizeres da presidenta Dilma Rousseff, como forma de refutação e, sobretudo, de conquista de poder.

Palavras-chave
Panelaço, Discurso político, Memória, Resistência
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