Danças circulares sagradas: a contribuição de Bernhard, Maria Gabriele Wosien e a imagem do corpo-dançante a sobrevivência das danças circulares
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Data
2019
Tipo de documento
Tese
Título da Revista
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Título de Volume
Área do conhecimento
Linguística, Letras e Artes
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
Moya, Leisi Fernanda
Orientador
Santos, Antonio Carlos Gonçalves dos
Coorientador
Bonetti, Maria Cristina de Freitas
Resumo
Dance is an anachronistic artistic and cultural manifestation, because it crosses all the historical times of humanity, since the earliest times. Its survival is due to its adaptability and to always being reinvented front to all the social transformations which the human existence is subject. Since dance can be analyzed by different approaches, it is proposed a clipping and focus in the Sacred Circle Dance (SCD). The SCD arose at the end of the 20th century, but its matrix carries traces and characteristics that bring it closer to millennial dances, such as traditional dances or folk dance. Thus, we sought to investigate the survival and how the process of appropriation and re-signification of the traditional folk dance for the creation of SCD, theory/pedagogy idealized by Bernhard and his daughter Maria Gabriele Wosien. The purpose of this study was to investigate: "What is the role of DCS in the survival and resignification of the wheel dance and in what way the image of the dancing body can act as devices of memory and tradition?"
With this aim, an incursion was made in bibliographical references and in imagery records that refer us to dance, especially to circle and traditional dances. Based on the assumption of Aby Warburg that the images are great sources and transmitters of memory, they were highlighted and, together with the textual records, contributed in the elaboration of a historiography and small atlas of images of circle dance. The readings and analysis of the images enabled the realization that the circle dance is one of the oldest manifestations created by the human being. The imaging records of the dancing body allowed to visualize a trail of history, memories and traditions linked to the sacred and pagan rituals of our ancestors. These records led us through the historical tracks of circle dance, revealing a continuous, even if oscillating, presence throughout our historical trajectory. We conclude that the dance body is a living instrument of memory, through the choreographed gestures, passed on into the groups, and of the image registers, traces of our cultural history survived time and the unstoppable social changes. In the same way, we infered that the seek for the sacred or for something that transcends is very strong in the human being and the dance, in one way or another, has always been linked to this search.
A dança é uma manifestação artística e cultural anacrônica, pois atravessa todos os tempos históricos da humanidade, desde os primórdios. Sua sobrevivência se dá por sua adaptabilidade e por estar sempre se reinventado diante todas as transformações sociais pelas quais a existência humana está sujeita. Visto que a dança pode ser analisada por diversos enfoques, propõe-se um recorte e enfoque na Dança Circular Sagrada (DCS). A DCS surgiu no final do século XX, mas sua matriz carrega resquícios e características que a aproximam de danças milenares, como as danças tradicionais ou dança dos povos. Assim, buscou-se investigar a sobrevivência e como se deu o processo de apropriação e ressignificação da dança tradicional dos povos para criação da DCS, teoria/pedagogia idealizada por Bernhard e sua filha Maria Gabriele Wosien (M-G. Wosien). Para tanto, traçou-se como objetivo investigar a contribuição da DCS e dos registros imagéticos e textuais no processo de sobrevivência das danças circulares tradicionais. O interesse da pesquisa partiu em especial da inquietação: “Qual o papel da DCS na sobrevivência e ressignificação da dança de roda e de que modo a imagem do corpo-dançante podem atuar como dispositivos de memória e de tradição?”. Com esse direcionamento, foi feita uma incursão nos referenciais bibliográficos e nos registros imagéticos que nos remetem à dança, em especial à dança circular e tradicional. Partindo dos pressupostos de Aby Warburg, de que as imagens são grandes portadoras e transmissoras de memória, as imagens foram destacadas e, aliadas dos registros textuais, contribuíram na elaboração de uma historiografia e pequeno atlas de imagem sobre a dança circular. As leituras e análise das imagens possibilitaram a constatação de que a dança circular é uma das manifestações mais antigas criadas pelo ser humano. Os registros imagéticos do corpo-dançante permitem que se visualize um rastro de história, memórias e tradições ligadas a rituais sagrados e pagãos de nossos ancestrais. Esses registros nos conduziram pelas trilhas históricas da dança circular, desvelando-nos uma presença contínua, embora oscilante, por toda nossa trajetória histórica. Concluímos que o corpo-dançante é um instrumento vivo de memória, por meio dos gestos coreografados, repassados nos grupos, e dos registros imagéticos, rastros de nossa história cultural sobrevivem ao tempo e às mudanças sociais que não sessam de acontecer a todo momento. Do mesmo modo, inferimos que a busca pelo sagrado ou por algo que transcenda é muito forte no ser humano e a dança que, de um modo ou de outro, sempre esteve vinculada à essa busca.
A dança é uma manifestação artística e cultural anacrônica, pois atravessa todos os tempos históricos da humanidade, desde os primórdios. Sua sobrevivência se dá por sua adaptabilidade e por estar sempre se reinventado diante todas as transformações sociais pelas quais a existência humana está sujeita. Visto que a dança pode ser analisada por diversos enfoques, propõe-se um recorte e enfoque na Dança Circular Sagrada (DCS). A DCS surgiu no final do século XX, mas sua matriz carrega resquícios e características que a aproximam de danças milenares, como as danças tradicionais ou dança dos povos. Assim, buscou-se investigar a sobrevivência e como se deu o processo de apropriação e ressignificação da dança tradicional dos povos para criação da DCS, teoria/pedagogia idealizada por Bernhard e sua filha Maria Gabriele Wosien (M-G. Wosien). Para tanto, traçou-se como objetivo investigar a contribuição da DCS e dos registros imagéticos e textuais no processo de sobrevivência das danças circulares tradicionais. O interesse da pesquisa partiu em especial da inquietação: “Qual o papel da DCS na sobrevivência e ressignificação da dança de roda e de que modo a imagem do corpo-dançante podem atuar como dispositivos de memória e de tradição?”. Com esse direcionamento, foi feita uma incursão nos referenciais bibliográficos e nos registros imagéticos que nos remetem à dança, em especial à dança circular e tradicional. Partindo dos pressupostos de Aby Warburg, de que as imagens são grandes portadoras e transmissoras de memória, as imagens foram destacadas e, aliadas dos registros textuais, contribuíram na elaboração de uma historiografia e pequeno atlas de imagem sobre a dança circular. As leituras e análise das imagens possibilitaram a constatação de que a dança circular é uma das manifestações mais antigas criadas pelo ser humano. Os registros imagéticos do corpo-dançante permitem que se visualize um rastro de história, memórias e tradições ligadas a rituais sagrados e pagãos de nossos ancestrais. Esses registros nos conduziram pelas trilhas históricas da dança circular, desvelando-nos uma presença contínua, embora oscilante, por toda nossa trajetória histórica. Concluímos que o corpo-dançante é um instrumento vivo de memória, por meio dos gestos coreografados, repassados nos grupos, e dos registros imagéticos, rastros de nossa história cultural sobrevivem ao tempo e às mudanças sociais que não sessam de acontecer a todo momento. Do mesmo modo, inferimos que a busca pelo sagrado ou por algo que transcenda é muito forte no ser humano e a dança que, de um modo ou de outro, sempre esteve vinculada à essa busca.
Palavras-chave
História da dança, Dança circular sagrada, Teorias da imagem, Corpo-dançante, Sobrevivência.