O imaginário e as recorrências simbólicas narradas pelos descendentes dos colonizadores europeus sobre os índios Laklãnõ Xokleng: memória e associação semântica na construção histórica de José Boiteux - SC

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2018

Tipo de documento

Tese

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Área do conhecimento

Linguística, Letras e Artes

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

Jorge, Leidiane Coelho

Orientador

Moraes, Heloisa Juncklaus Preis

Coorientador

Resumo

The myth, to be established as such, is constituted by central-archetypal elements that are narrated and weaved by a specific group in a certain time-space. The strengthening of the myth happens through the practice of everyday actions full of symbolisms. The purpose of this research is to understand the imaginary and the symbolic recurrences narrated by the descendants of European colonizers about the Laklãnõ Xokleng tribe by the way of a case study in the city of José Boiteux – SC. To achieve such goal, we formulated a technique, called Semantic Association Technique, to collect data. Such technique consisted in presenting to the research collaborators seven semantic baits idealized after bibliographic studies done to sustain the research. The technique was applied to 20 different collaborators chosen in a random manner. In total, 140 reports were collected and analyzed trough the myth-criticism analysis approach proposed by Durand (1983, 1985). We can conclude that the archetypes that stood out in the reports were the hero – related to the colonizer and the pacifier –, the innocent – related to the comprehension of the Indian as someone who is not civilized –, the paternal and maternal – directed to the importance of family to the history of the city. Such archetypes based the symbolical representations of José Boiteux inhabitants. Therefore, those are the driving myths or central organizers that serve as base to the formation of symbolic representations and of the imaginary that surrounds José Boiteux since the beginning of its colonization and until the present days.
O mito, para estabelecer-se como tal, constitui-se de elementos matrizes-arquetipais, que são narrados e tecidos por um determinado grupo em um dado tempo-espaço. O fortalecimento do mito se dá através da prática das ações cotidianas, que são repletas de simbolismos. Compreender o imaginário e as recorrências simbólicas narradas pelos descendentes dos colonizadores europeus sobre os índios Laklãnõ Xokleng, partindo de um estudo de caso no município de José Boiteux – SC, é o propósito a que se destina essa pesquisa. Para cumprir essa premissa, formulamos uma técnica de coleta de dados denominada de Técnica de Associação Semântica, que consistiu em apresentar aos colaboradores da pesquisa sete iscas semânticas idealizadas a partir dos estudos bibliográficos realizados para embasar a pesquisa. A técnica foi aplicada junto a 20 colaboradores diferentes, escolhidos de forma aleatória. No total, foram coletados 140 relatos, os quais foram analisados pelo viés mitocrítico de análise proposto por Durand (1983, 1985). Podemos concluir que os arquétipos que se sobressaíram nas narrativas foram: o herói, relacionado ao colonizador e ao pacificador; o inocente, relacionado à compreensão do índio como não civilizado; e o paternal e matriarcal, direcionados à importância dos familiares para a construção da história do município. Esses arquétipos embasaram as representações simbólicas dos moradores do município. Desse modo, são esses mitos diretores ou núcleos organizadores que servem de base para a formatação das representações simbólicas e do imaginário que permeiam o município de José Boiteux desde o início de sua colonização e se perpetuam até os dias atuais.

Palavras-chave

Imaginário, Laklãnõ Xokleng, Colonizador, José Boiteux

Citação