Educação Sexual para pessoas com deficiência intelectual e os desafios para uma vida plena
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Data
2024-04
Tipo de documento
Dissertação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Área do conhecimento
Modalidade de acesso
Acesso aberto
Editora
Autores
CORRÊA, Aline Ribeiro
Orientador
ROCHA, Luciano Daudt
Coorientador
da Rocha
Resumo
A sexualidade está associada à vida, às sensações, às emoções, ao desenvolvimento da afetividade e da capacidade de se encontrar consigo mesmo e com o outro. A manifestação da sexualidade é entendida como um processo inerente ao ser humano, independentemente de
padrões ditos de normalidade e de necessidades especiais, sejam elas físicas, mentais ou sociais, pois se expressam em cada fase da vida. Como a sexualidade envolve múltiplas dimensões humanas, é um tema frequentemente considerado difícil de ser tratado, por ser permeado por tabus, estereótipos, preconceitos e dúvidas. A Pessoa com Deficiência (PcD) ainda é vista como assexuada, exagerada e/ou exibicionista, e essa perspectiva se estende, na maioria das vezes, aos familiares e à escola. Esta pesquisa teve por objetivo geral investigar como a Educação Sexual, no âmbito de escola especial, pode contribuir com a autopercepção das PcDI acerca da sua sexualidade. Para alcançá-lo, delineamos os seguintes objetivos específicos: a) investigar a compreensão das pessoas participantes com DI sobre sexualidade e Educação Sexual; b) identificar o que expressam as pessoas com deficiência intelectual sobre sexualidade e de que forma eles a vivenciam; e c) avaliar as potencialidades e dificuldades de pessoas com DI em relação à compreensão dos temas sobre sexualidade. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo exploratória e com estudo de caso, amparada na interseccionalidade como ferramenta analítica, que nos auxiliou na análise de uma proposta de intervenção realizada por meio de oito encontros. A população participante compreendeu jovens com DI da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE de um município do sul de Santa Catarina com idade entre 18 e 42 anos. A proposta de intervenção foi baseada na obra de Ana Cláudia Bortolozzi (2021), e foi planejada à luz do paradigma da Educação Sexual Emancipatória. Os resultados apontam que a Educação Sexual, no âmbito de escola especial, pode contribuir com a autopercepção das PcD acerca da sua sexualidade, pois nossos achados indicam que os participantes possuem grande interesse sobre o tema, além de, inicialmente, mostrarem vergonha e medo, que foram superados na medida em que os encontros ocorreram. Também destacamos a necessidade de formação inicial e continuada de professores e educadores para que possam oferecer uma educação sexual de qualidade, emancipatória, e que dê vez e voz a todos. Esperamos que esta pesquisa possa contribuir com o debate sobre os Direitos Sexuais das pessoas com DI em ambientes educativos, que proporcionem vez e voz para que os sujeitos possam expressar qual sua aproximação com a temática, além de dialogar sobre suas dúvidas, experiências, medos e aprendizado.
Palavras-chave
Pessoa com deficiência, Deficiência intelectual, Educação sexual emancipatória, Educação especial, APAE