Psicologia

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A abordagem centrada na pessoa à luz da abordagem centrada no sentido como contribuição para a busca do sentido da vida
(2023-06-22) Corrêa, Giocemar Nunes Santos
Este artigo busca evidenciar, a partir de um ensaio teórico e temático, a emergência de se discutir e trabalhar o conceito da falta de sentido na vida enquanto este vazio seja provedor de angústias diversas e o sofrimento da depressão. Para salientar a importância deste tema no âmbito da psicologia e da saúde, se busca na psicologia humanista da abordagem centrada na pessoa (ACP) de Carl Rogers, bases para atualização desta linha terapêutica na acolhida deste tema do sentido do ser, à luz da contribuição da abordagem centrada no sentido, a logoterapia. Como a linha terapêutica do sentido da vida pode se fazer presente na abordagem centrada na pessoa para que esta possa contribuir na angústia existencial de nossos dias. Com este intuito o artigo parte de um estudo do histórico da ACP e da linha humanista e existencial da psicologia em suas bases fenomenológicas. Em seguida se passa a evidenciar de que forma estas bases da ACP podem contribuir hoje para as angústias da falta de sentido enquanto esta pode ser lida como um vazio existencial. Na última parte se busca uma conexão entre a Abordagem Centrada na Pessoa e a Abordagem Centrada no Sentido, da Logoterapia, enquanto se entende que ambas podem contribuir dentro do seu campo psicológico existencial para abordagem terapêutica desta causa. O artigo se encerra evidenciando as contribuições da ACP e da Logoterapia para esta temática do sentido muito urgente em nosso contexto social atual diante dos chamados “males do século” a depressão e a ansiedade. Conclui-se que o sentido da vida nos educa a sermos mais humanos e nos acolhermos como tal, como parece dizer Vitor Frankl e Carl Rogers. E, neste sentido, contribuir também para uma abordagem mais humanista da psicologia, independente da linha teórica profissional, pois, também a psicologia nos educa. De fato, como expressa o pensamento do criador da logoterapia, o único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender; que aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum conhecimento é seguro.
Compreendendo as dinâmicas familiares na dependência química: impactos, desafios e possibilidades de intervenção
(2023-06-30) Viana, Evelyn Pereira
Este artigo objetiva, através de uma revisão de literatura, mostrar como as relações familiares conflituosas podem ter relação com o uso de substâncias psicoativas, associando essas famílias como fortaleza ou abismo de seus parentes. A partir da perspectiva de uma estagiária em Psicologia, a qual vivenciou diversas situações em uma comunidade terapêutica para homens com dependência química, localizada na cidade de Alvorada/RS, foi possível exemplificar dois casos experienciados na comunidade terapêutica, os quais têm como finalidade unir o embasamento teórico com a realidade dessas pessoas. O artigo centrou-se nas seguintes temáticas: as áreas neuroquímica e biológica da substância e do indivíduos, para compreender a funcionalidade dentro do organismo; o papel do governo no amparo das famílias, políticas públicas de apoio ao tratamento e papel das comunidades terapêuticas e clínicas; o psicólogo frente a este tema e sua atribuição, a assistências às famílias e ao usuário, restabelecendo laços e trabalhando a psicoeducação sobre os efeitos das substâncias psicoativas. Conclui-se que com a rede de apoio pode fortalecer o processo de tratamento projetando uma redução nos casos e melhoras no uso e na vida dessas pessoas.
Contribuições da terapia comportamental dialética para o tratamento do transtorno bipolar
(2023-06-07) Ribeiro, Jênifer Caroline Pacheco da Rosa
O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre a eficácia e os benefícios da terapia comportamental dialética (TCD) para o tratamento do transtorno bipolar (TB) a partir de quatro bases de dados específicas das áreas da saúde e da psicologia, com periódicos datados entre os anos de 2001 até 2023. Os descritores utilizados foram: transtorno bipolar, terapia comportamental dialética e terapia cognitivo-comportamental e foram considerados artigos científicos e livros na língua portuguesa e inglesa. A pesquisa apresenta resultados positivos quanto ao tratamento da mania, dos sintomas depressivos e ideação suicida, e também na melhora da regulação emocional, o que aponta a viabilidade da TCD para o tratamento do TB. Ainda, compreende-se que as amostras dos estudos encontrados são pequenas e há poucos trabalhos que discriminam as fases do desenvolvimento, além da intersecção entre classe e gênero. Considera-se, por fim, a necessidade de progressivas contribuições científicas que minimizem os sofrimentos da pessoa com transtorno bipolar com o propósito de fortalecê-la e promover sua adesão ao tratamento.
O racismo e as implicações para a saúde mental de mulheres negras
(2023-07) Vieira, Gilvania Barros
Este artigo trata-se de um ensaio teórico que teve como objetivo contextualizar historicamente o entrelaçamento entre racismo, mulheres negras e saúde mental. A partir de uma leitura histórica e crítica da estruturação do que é ser negro no Brasil, discutiu-se as dimensões social e racial, como também a construção do racismo no Brasil. As mulheres negras são acometidas pela ação devastadora de uma sociedade patriarcal e racista, que reafirma e naturaliza o preconceito racial. Esse cenário apresenta o racismo como mecanismo discriminatório - uma violência que permeia o cotidiano das mulheres negras, reflete negativamente na constituição de identidade da mulher negra. Indica-se a necessidade do fortalecimento das políticas sociais que devem ter por finalidade o bem estar dos sujeitos. O campo da psicologia pode contribuir para o enfrentamento do sofrimento causado pelo racismo e debruçar-se nessa problemática, com vistas a fortalecer ações específicas que visem acompanhar a saúde mental das mulheres negras e suas singularidades pertinentes.
Como os problemas comportamentais cães de companhia afetam o bem-estar dos seus tutores
(2022-12-07) Vasconcellos, Camila Cardozo de
Este artigo foi desenvolvido com o objetivo de problematizar a relação entre humanos e cães ao analisar como os problemas de comportamento destes animais podem afetar o bem estar de seus tutores. Dissertar sobre como e por que há uma relação tão próxima entre essas duas espécies ao ponto de os cães passarem a ser considerados parte da família influenciando o bem-estar das pessoas. Ao longo do desenvolvimento é apresentado um relato de caso em que uma família teve seu bem estar muito comprometido devido aos problemas de comportamento apresentado pelo seu cão. Durante a narrativa do caso são abordados temas como a domesticação dos cães, teorias da coevolução entre as duas espécies, pontos importantes sobre o comportamento e aprendizado canino e estudos que equiparam o vínculo entre tutor e cão ao de mães e filhos. Conclui-se que que o bem estar das duas espécies é interligado de modo que não é possível separar bem estar humano e animal, o que demonstra ser de extrema importância o enfoque em tratamento e prevenção dos problemas de comportamento em cães para que esta relação seja saudável.
Regulação emocional e o uso de redes sociais
(2022-12-14) Varela, Lucas Ramos
Este artigo visa analisar a compreensão da relação entre regulação emocional (RE) e redes sociais (RS) em adultos. Pouco foco tem sido dado a pesquisas visando o entendimento entre RE e o uso de RS. Este é um artigo de revisão narrativa da literatura, em que treze artigos de estudos empíricos, criados a partir de 2012 foram selecionados. Utilizou-se as palavras chaves RE e RS, em inglês e portugues nas bases de dados PsycInfo e Scielo. Evidenciou-se que as RS podem proporcionar bons e maus desfechos em saúde mental, possibilitando aumento e uso de estratégias de RE que favoreçam positivamente e/ou negativamente os usuários. O tempo de uso de RS não é um bom preditor de problemas em saúde mental, mas sim a forma que as utiliza. Conclui-se que as estratégias de RE utilizadas pelo usuário definirão se a sua relação com as RS será saudável ou não.
Crenças centrais em transtornos por uso de substâncias: uma revisão de literatura
(2022-12-29) Lima, Fabian Pereira de
Este artigo busca abordar através de uma revisão de literatura, um tópico específico da terapia cognitiva direcionada aos transtornos por uso de substâncias, a reestruturação cognitiva de crenças centrais vinculadas a estas patologias. Os transtornos por uso de substâncias caracterizam-se pela dependência de drogas psicoativas. A teoria cognitiva entende esta dependência como uma inter-relação de diversas cognições, como as expectativas, suposições, pensamentos e crenças. O consumo de drogas frequentemente é uma estratégia compensatória adotada pelo sujeito com o intuito de amenizar o desconforto promovido por suas cognições disfuncionais. Quando o indivíduo recorre a esta estratégia visando anular o sofrimento emocional de suas crenças centrais, esta ação resulta na formação de novas crenças centrais associadas ao uso de drogas (crenças aditivas), que reforçarão o indivíduo em sua condição de dependente. Conclui-se que para uma recuperação satisfatória com resultados a longo prazo, o terapeuta deve realizar um fortalecimento cognitivo do paciente, ajudando-o a desenvolver e fortalecer “crenças de controle”, que irão afastá-lo e protegê-lo do uso de drogas, objetivando portanto, um enfraquecimento de suas crenças disfuncionais que estão relacionadas ao consumo destas substâncias.
Há espaço para a técnica analítica no SUS?: uma revisão de literatura
(2022-12-07) Rodrigues, Pablo Daniel Barbosa
Este artigo busca na literatura as experiências e contribuições de profissionais da saúde mental acerca do uso da técnica analítica da psicanálise nos atendimentos clínicos a usuários do Sistema Único de Saúde - SUS, a fim de conhecer a viabilidade de sua prática. Trata-se de uma revisão de literatura construída a partir de uma busca em bancos de dados como Scielo e Pubmed com os descritores “sus x psicologia” e “sus x psicanálise". Apesar de se tratar de uma temática com pouco material disponível nos referidos bancos de dados, é possível identificar nos trabalhos encontrados e referenciados para este artigo, que a maioria dos escritos sugere a viabilidade e eficácia de uma atuação clínica na saúde pública por profissionais psicólogos com viés psicanalítico. Ressalta-se, entretanto, que a prática no SUS só seria possível quando o profissional desprende a psicanálise do modelo ortodoxo e eurocêntrico. É imperiosa a oferta da escuta qualificada, apurada e acolhedora da psicanálise, não apenas a quem sofre com doença psíquica, mas também, àqueles que a aceitam, mesmo em situação de enfrentamento de dores orgânicas. Sugere-se um fazer psicológico ampliado, contextualizado, em rede, e para além da clínica psicoterapêutica.
A responsabilidade como recurso terapêutico
(2022-12-06) Rosa, Daniel dos Santos
Este artigo buscou ampliar a visão do ser humano e compreender como a responsabilidade auxilia o terapeuta e o paciente a dedicar-se e entregar-se ao processo terapêutico. Por meio de uma revisão bibliográfica de escritos de Viktor Frankl e demais autores, foi apresentado como o olhar da responsabilidade pode favorecer o desenvolvimento saudável do ser humano. Também foi apresentado a Logoterapia e Análise Existencial, a história de seu fundador, os fundamentos teóricos de sua abordagem, sua metodologia científica, sua visão ampliada do ser humano por meio das diversas dimensões que compõem o ser, incluindo a dimensão Noética que é esquecida ou mesmo excluída por outras abordagens terapêuticas, e como esta abordagem apresentou-se como uma abordagem muito eficaz para este processo, a qual pode agregar a outras abordagens terapêuticas que pouco se debruçaram sobre o tema. A partir disto, apresentou-se a responsabilidade e suas implicações para o processo terapêutico, para ambos, terapeuta e paciente, assim como sua influência que se estende para depois da terapia como um modo de ser e viver mais saudável.
Neuropsicologia e neurociências na prática: interlocuções com a terapia cognitivo-comportamental
(2022-12-13) Lhul, Roni Vian da Silva
Este artigo surgiu da necessidade de pesquisar interlocuções entre neuropsicologia, neurociências e terapia cognitivo-comportamental (TCC) e teve partida da conceitualização destas três áreas. Seu objetivo foi de investigar, por meio de revisão bibliográfica de literatura, esta interlocução. Para isto, o trabalho se desenvolveu em três tópicos, que dialogam a relação das ciências investigadas, para análise dos artigos pertinentes nas a) Interlocuções e os exames de neuroimagem e seus avanços, b) Interlocuções e os transtornos mentais, sintomas psiquiátricos e a experienciação da dor e, c) Interlocuções, ambiente e o comportamento. Ao final, foram encontradas publicações que demonstraram importantes evidências sobre alterações benéficas de funcionalidade do encéfalo em pacientes após a terapia. A partir da análise dos dados, se observou que a associação destas ciências pode promover uma atenção mais adequada ao paciente, em uma compreensão integrada e plural. Existe uma limitação na quantidade de estudos nesta temática e fomenta-se posteriores transversais ou longitudinais com amostras maiores, pois assim poderão contribuir para ampliação dos resultados encontrados e a aplicação destes resultados a outros quadros semelhantes.

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