Avaliação de parâmetros neuroquímicos e toxicológicos da ayahuasca em ratos submetidos ao modelo de neuroinflamação induzida por lipopolissacarídeo

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Data

2021-12-10

Tipo de documento

Dissertação

Título da Revista

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Título de Volume

Área do conhecimento

Ciências da Saúde

Modalidade de acesso

Acesso aberto

Editora

Autores

da Silva, Marina Goulart

Orientador

Bitencourt, Rafael Mariano

Coorientador

Resumo

Introdução: A neuroinflamação é uma resposta de defesa do sistema nervoso central. Em modelo animal é comumente induzida através da aplicação de lipopolissacarídeo. Como a neuroinflamação tem sido associada à diversas condições, cresce o interesse pelo estudo de substâncias com potencial anti-inflamatório, como a ayahuasca. Entretanto, apesar de cada vez mais utilizada, pouco se sabe sobre a concentração dos alcaloides psicoativos presentes no chá e sobre seu potencial toxicológico. Objetivo: Avaliar a resposta neuroquímica e toxicológica à ayahuasca em ratos Wistar submetidos à neuroinflamação através da aplicação intraperitoneal de lipopolissacarídeo. Métodos: O cerebelo, córtex pré-frontal, hipocampo e hipotálamo dos animais submetidos à exposição intraperitoneal de LPS (0,63 mg/kg) ou solução salina e tratados com ayahuasca (2 ml/kg) ou solução salina, foram submetidos à dosagem de IL-4, IL-6, IL-10 e BDNF, carbonilação proteica, TBARS, mieloperoxidase, nitrito/nitrato, SOD e CAT. A ayahuasca utilizada no tratamento teve as concentrações de harmina, harmalina, tetrahidroharmina e dimetiltriptamina determinadas. Os animais que receberam diferentes doses de ayahuasca via oral (controle, 1, 2, 3 e 4 ml/kg) tiveram os níveis séricos de AST, ALT, creatinina e ureia dosados. Resultados: Não foi possível avaliar a capacidade da ayahuasca de amenizar ou reverter os danos encefálicos causados pela endotoxina, já que esta não foi capaz de promover as mudanças em parâmetros encefálicos compatíveis com a neuroinflamação. Foi encontrado elevação nos níveis séricos de AST e ureia nos animais tratados com 3 e 4 ml/kg de ayahuasca contendo 0,10 mg/mL de harmalina, 2,43 mg/mL de harmina, 1,43 mg/mL de tetrahidroharmina e 1,40 mg/mL de dimetiltriptamina. Conclusão: Concluiu-se que a não validade do modelo de neuroinflamação ocorreu por conta do pó liofilizado de lipopolissacarídeo utilizado, que por ser extremamente sensível apresenta facilmente alterações em suas características físicas e químicas e que o uso moderado da ayahuasca, em dose única parece seguro.

Palavras-chave

Inflamação, Toxicologia, Ayahuasca

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