Programa de Pós-Graduação em Ciências do Envelhecimento

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As vivências de universitários envelhescentes com ensino com componentes curriculares online
(2023-11) FERNANDES, Isabela Silva
O ensino à distância tem ganhado força no Brasil, registrando aumento de mais de 25% nas inscrições e chegando a superar o número de matrículas presenciais em 2021. Com o avanço da tecnologia, em especial após o período de pandemia de Covid-19, as Instituições de Ensino Superior têm adaptado seu modelo de ensino para abranger esse novo cenário. Entretanto, a acelerada expansão dos meios tecnológicos torna-se um desafio para a integração de indivíduos no envelhescentes e pessoas idosas. O estudo teve como objetivo identificar e analisar facilitadores e barreiras percebidos por adultos maiores de 50 anos no processo de aprendizagem com componentes online no ensino superior. Trata-se de um estudo de campo, transversal, com abordagem qualitativa. A análise de conteúdo de Bardin foi utilizada como método de tratamento dos dados e adotou-se a psicologia social do envelhecimento e conceitos freirianos como referencial teórico. O estudo contou com 9 participantes, com média de idade de 57 anos, em sua maioria do gênero feminino (n=7) e com formação acadêmica anterior (n=8). De modo geral, a classificação das afirmações acerca da percepção das aulas com componentes online foi de que ela é um grande facilitador no processo de aprendizagem. Todos os participantes relataram desejo de se recolocar no mercado de trabalho e atribuíram o ingresso na graduação como uma forma de pertencer à sociedade. Para as mulheres, este processo teve um significado ainda mais profundo, visto que devido a estigmas sociais, sentiam-se obrigadas a dedicar mais tempo à família e à casa, do que buscar investir em seus desejos particulares. A importância das relações intergeracionais e suporte social apresentaram-se com papel chave para estimular os participantes a continuar trilhando seu caminho educacional. Pode-se concluir que a história de vida está essencialmente relacionada à motivação intrínseca em voltar a estudar e que, embora haja percalços relacionados à apoio social, financeiro e de letramento, o desejo de resistir e reinserir-se em sociedade oportuniza a quebra de paradigmas e estigmas.
Intersecções entre atividade física, hábitos intestinais e envelhecimento: uma análise via árvore de decisão.
(2023-09) FILHO, Wantuil Ferreira de Paula
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o comportamento sedentário é um fator de risco para doenças crônicas. Por outro lado, a atividade física regular e uma microbiota intestinal saudável contribuem para a promoção da saúde. A complexidade dessas interações torna imperativo a investigação de como esses fatores se entrelaçam, com a finalidade de melhorar a prevenção e o gerenciamento das doenças crônicas. O objetivo principal deste estudo foi investigar a interação entre a atividade física e os hábitos intestinais em adultos. Foi realizado um estudo exploratório transversal com uma amostra de 120 adultos de ambos os sexos e com idade superior a 18 anos. A pesquisa foi realizada por meio de pesquisa online, utilizando questionários validados. Para coletar dados sobre hábitos intestinais foi utilizado o Questionário de Hábito Intestinal na População Geral e a Escala de Bristol. Para atividade física foi utilizado IPAQ e um questionário que se referiu aos dados demográficos dos participantes. Os resultados apontaram uma alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (34,4%) entre os participantes, com maior prevalência em indivíduos acima de 46 anos. Foi observada uma maior frequência de evacuação em indivíduos acima de 43,5 anos homens. Fatores como idade, gênero, peso corporal e presença de doenças crônicas pareceram influenciar a saúde gastrointestinal. Observou-se um padrão entre a prática de atividades físicas e a saúde gastrointestinal, como a consistência das fezes e a diminuição do uso de laxantes. Em contrapartida, observou-se um padrão de associação entre tempo sedentário e alteração na consistência das fezes. Apesar da alta prevalência de doenças crônicas, a maioria dos participantes não utilizou medicação para prevenir a perda de fezes, sugerindo um controle adequado dessas condições. Este estudo enfatizou a associação entre prática de atividade física e saúde gastrointestinal, além de destacar a utilidade do método CRT para a análise de dados complexos e heterogêneos. Além disso, ressaltou a necessidade de uma abordagem multidimensional no gerenciamento e prevenção de doenças crônicas, incluindo a consideração dos fatores físicos e comportamentais que afetam a saúde gastrointestinal.
Uma carta inspiradora ao estudante que habita em mim
(2023-12) NOGUEIRA, Gabriela Hermes
Eu sou uma comunicadora apaixonada pelo poder da educação. Acredito que ela é a chave para um mundo melhor, onde todos tenham a oportunidade de alcançar seus sonhos. Por isso, escrevi este e-book com o objetivo de compartilhar meu conhecimento e inspirar as pessoas a continuarem aprendendo. Sei que nem sempre é fácil aprender. Às vezes, nos sentimos desmotivados ou frustrados. Mas é importante lembrar que todos nós somos estudantes, independentemente da idade ou da experiência. O estudante que habita em cada um de nós nunca deve desistir de aprender. Então, continue aprendendo e crescendo. O mundo precisa de pessoas educadas e conscientes.
Análise do nível de letramento funcional em saúde na pessoa idosa que vive com a Diabetes Mellitus tipo 2
(2023-10-28) João, Priscila Teixeira
Estima-se que até 2050 o percentual de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos corresponda a aproximadamente 30,0% da população brasileira, esta transição demográfica resulta em alterações no perfil epidemiológico das doenças da população, com o aumento de doenças degenerativas, que podem resultar em perda da capacidade funcional, maior vulnerabilidade e dependência física do pessoa idosa. A diabete Mellitus tipo2 (DM2) está entre as doenças crônicas não transmissíveis que mais acometem os pessoa idosas, com alta prevalência e impactos nos indicadores de morbimortalidade no âmbito nacional e mundial. O Letramento Funcional em Saúde (LFS) é a capacidade de processar e compreender informações de forma a tomar decisões apropriadas quanto ao seu autocuidado e ainda uma das competências exigidas das pessoas para atender às complexas demandas do paciente portador de DM2. Objetivo: Analisar o nível de letramento funcional em saúde em pessoa idosas que vive com Diabetes Mellitus tipo 2. Método: Trata-se de um estudo transversal composto por uma amostra de conveniência, desenvolvido pela Universidade São Judas Tadeu em conjunto com o Laboratório de Estudos do Movimento do Instituto de ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o Nº CAAE 39202214.8.0000.0065. Resultados: Houve correlação negativa (r= -0,319) entre anos de estudo e hemoglobina glicada (HbA1c); houve correlação positiva entre salário (r=0,324) e anos de estudo (r=0,335) com LFS e negativa entre HbA1c e LFS, considerando p<0,05.
Perfil socioeconômico e de saúde de uma amostra de pessoas idosas e usuárias do SUS que frequentam o Centro de Convivência do município de Itapevi: um recorte racial
(2023-06-21) Aluani, Erminda Pongiluppi
No Brasil o processo de transição demográfica se apresenta de forma acelerada, com aumento expressivo da população idosa e mudança no perfil epidemiológico de todo o país. Segundo o IBGE, entre 2010 e 2050 o número de brasileiros acima de 60 anos deve triplicar o que pode ser justificado por vários fatores, entre eles o avanço da medicina e redução da taxa de natalidade. Embora o envelhecimento não seja sinônimo de doença, a maioria das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), acometem o idoso com o decorrer do avanço da idade, além, da combinação de fatores comportamentais, genéticos, fisiológicos e ambientais, caracterizados pela complexidade, fatores de risco e problemas clínicos com impacto direto no sistema de saúde. Este estudo teve como objetivo geral descrever as características sociodemográficas e de saúde, para uma amostra de pessoas idosas, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), participantes do centro de convivência de Itapevi. Os objetivos específicos foram desmembrados o que possibilitou caracterizar as condições sociodemográfica, econômicas e de saúde dos idosos que frequentavam o Centro de Convivência do Município de Itapevi, avaliar os acessos aos serviços do SUS e analisar a qualidade de vida dos participantes. Trata-se de um estudo quantitativo com abordagem descritiva, transversal. Foi utilizada uma amostra de 52 participantes, determinada pelo software G*Power. independente do gênero, com idade igual ou superior a 60 anos, domiciliados no município de Itapevi, usuários do SUS, pertencentes ao centro de convivência de idosos. Todos os participantes foram esclarecidos sobre o objetivo da pesquisa, além da total isenção de custos de ordem financeira, e, na sequência, assinaram o Termo de Consentimento de Livre Esclarecimento (TCLE) aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade São Judas Tadeu (parecer no. 5.265.869). Foram utilizados três questionários semiestruturados para caracterização quantitativa, sendo o primeiro para identificar os participantes, o segundo para coletar os dados sociodemográficos e econômicos, o terceiro para avaliar o acesso aos serviços públicos e privados. Por fim utilizou-se oinstrumento WHOQOL-OLD (World Health Organization Quality of life-old), que avaliou a autopercepção de qualidade de vida dos participantes sobre seis domínios (Funcionamento Sensorial, Autonomia, Atividades Passadas, Presentes e Futuras, Participação social, Morte e Morrer e Intimidade). Conclui-se que a caracterização sociodemográfica e de saúde contribuiu para compreender que os 52 idosos estudados na faixa etária de 62 anos a 91, predominantemente do gênero feminino, apresentaram baixa escolaridade e baixo nível socioeconômico, com necessidade de melhora no acesso aos serviços de saúde. Os resultados comparativos revelaram diferenças significativas no envelhecer das pessoas de cor branca em relação aos pretos e pardos, tal desigualdade identificou importante demanda para o SUS. O estudo apresentou perspectiva de relevância para tomada de decisão na gestão pública, na assistência e na pesquisa.
A competição de dança de salão e o envelhecer : narrativas das pessoas idosas atletas.
(2023-03-30) Lima, Carmem Lúcia Leme de
A expectativa de vida vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, esse crescimento está diretamente associado à melhoria das condições de vida e saúde da população. Muitas pessoas idosas, com o objetivo de envelhecer com saúde, bem-estar e com qualidade de vida, buscam praticar uma atividade física prazerosa, que possa lhes proporcionar uma mudança positiva, uma revigoração da mente e do corpo. A dança de salão enquanto prática corporal pode favorecer os valores humanos como a gentileza, respeito e educação, além de ser uma atividade que possibilita um melhor desempenho das capacidades físicas, motoras e psicossociais. Nesse cenário, o objetivo deste estudo é compreender o significado da experiência competitiva da pessoa idosa e sua relação com o envelhecer na modalidade de dança de salão em evento competitivo. A investigação ora apresentada teve sua aprovação ética sob o parecer nº 5.035.299, realizada por meio da abordagem qualitativa com uso do questionário sociodemográfico e de entrevistas narrativas, conduzida com oito pessoas idosas atletas de ambos os gêneros que foram finalistas dos Jogos Regionais dos Idosos no ano de 2019. Os dados produzidos foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados da pesquisa evidenciam que, a experiência competitiva na modalidade de dança de salão, contribui de modo positivo para os aspectos que envolvem a saúde física, emocional e social da pessoa idosa. Chama atenção, a ênfase atribuída ao comportamento atlético como preditor da manutenção das redes de suporte social, associadas à percepção de pertencimento, e principalmente, à sensação de ser protagonista de outras representações de velhice-longevidade. É importante ressaltar, o entendimento dos atletas quanto à especificidade da modalidade, a cumplicidade foi narrada como um aspecto valorativo que possibilita uma performance técnica e responsável na conquista de bons resultados na competição. Os atletas idosos também especificaram a necessidade de participarem nos jogos das tomadas de decisões, emitindo várias opiniões e sugestões para a realização do evento.
Percepção de qualidade de vida, aspectos nutricionais e autoestima de mulheres submetidas à cirurgia bariátrica após 5 anos
(2023-05-26) Carmo, Zenaide
A obesidade caracteriza-se como um grande problema de saúde pública, se tornando uma doença crônica associada a várias comorbidades. Intervenções cirúrgicas têm sido empregadas com sucesso no tratamento da obesidade mórbida tardia. Estudos já comprovaram essa melhora a curto prazo, mas, novas pesquisas precisam ser realizadas para avaliar o efeito da cirurgia a longo prazo. Desta forma o objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção de qualidade de vida, os aspectos nutricionais, a autoimagem, e a autoestima em mulheres após 5 anos de cirurgia bariátrica. Foi realizado um estudo descritivo com 35 mulheres com mais de 18 anos que se submeteram, após 3 anos, à cirurgia bariátrica do tipo Bypass Gástrico em Y de Roux. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade São Judas Tadeu (CAAE 46628521.5.0000.0089). Os participantes foram selecionados por conveniência. Foi utilizado os seguintes instrumentos: um questionário de identificação com perguntas sociodemográficas, sobre a cirurgia e sobre a saúde, a Escala de Autoestima, a Escala de Compulsão Alimentar Periódica, Escala de Silhuetas (Rosenberg), e Escala de qualidade de vida (WHOQOL-bref). Os dados foram compilados no Software Excel e submetidos a tratamento estatístico com auxílio do Software GraphPad Prisma 9.0. Foi considerado como significância p<0,05. A análise de dados evidenciou que as participantes apresentam sobrepeso e insatisfação corporal, com o desejo de perder peso, mas possuem autoestima satisfatória. Os resultados apresentados indicam que a maior parte dessas mulheres se encontram com sobrepeso, mesmo após 5 anos de cirurgia bariátrica, relataram que existe insatisfação corporal, demonstraram desejo de emagrecer, o que pode indicar aspectos emocionais envolvidos, mas consideram que se encontram com boa saúde atualmente, possuem autoestima e não apresentam compulsão alimentar. Além disso, apresentaram percepção satisfatória para a qualidade de vida, quando avaliados os aspectos físicos, os psicológicos, as relações sociais e o meio ambiente, evidenciando um resultado positivo da cirurgia bariátrica a longo prazo. Ressalta-se a importância do acompanhamento multidisciplinar mesmo a longo prazo.
Relação da espiritualidade na qualidade de vida e na capacidade física e cognitiva em adultos e idosos
(2023-06) Coutinho, Patrícia Mota
Introdução: O conceito de espiritualidade para muitos estudiosos tem a ver com uma experiência singular, subjetiva, intrínseca, realista, consciente, e um estilo de vida. Muitos idosos encontram o sentido da vida no tema espiritualidade. Objetivo: Analisar a relação da espiritualidade com a capacidade física e cognitiva e qualidade de vida e na vida de adultos e idosos frequentadores de um grupo religioso. Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal, controlado, realizado na Igreja Renovação e Vida com seus frequentadores, cuja coleta de dados foi feita entre os meses de novembro a maio de 2021 e 2022. Os participantes foram divididos em dois grupos, idosos (n=8) e adultos (n=12). Os critérios de inclusão foram: adultos e idosos frequentadores de um grupo religioso; ambos sexos; ser frequentador mais de cinco vezes ao mês nos cultos e reuniões semanais. Seriam excluídos caso algum participante não pudesse responder coerentemente aos questionários e escala, ou recusar-se a responder alguma questão do questionário. Os instrumentos utilizados foram aplicados em um único momento, na seguinte ordem: Questionário sociodemográfico, avaliação do estilo de vida, testes Time Up and Go Test (TUGT) e teste sentar e levantar; questionário internacional de atividade física (IPAQ); Escala de Bem-Estar Espiritual, que é dividida em bem estar religioso e existencial, foi utilizada para dimensionar o grau de espiritualidade; Questionário Medical Outcomes Study 36-Item; Escala de Depressão Geriátrica (GDS) e o Mini Exame de Estado Mental. Resultados: Os grupos apresentaram características sociodemográficas semelhantes, somente quanto ao nível de mobilidade funcional avaliada pelo TUGT (p=0,001), nível de atividade física (IPAQ) (p=0,04) e idade que começou a frequentar a igreja (p=0,002) que foram diferentes. No grupo dos adultos, a subescala bem estar existencial teve uma correlação negativa com o GDS (p<0,05; r=-0,70). Já no grupo de idosos houve correlação positiva, com os domínios da qualidade de vida de estado de saúde com o subclassificação do bem estar religioso (p=0,05; r=0,85) e com a escala de bem estar espiritual (p=0,05; r=0,76). Conclusões: O presente estudo demonstrou que idosos e adultos apresentam diferenças na mobilidade funcional que pode estar relacionada aos hábitos de atividade física. Apesar da espiritualidade ser um elemento extremamente importante, principalmente na pessoa idosa, não foram encontradas para esta população estudada, relações da espiritualidade com a capacidade física e cognitiva. Já para os adultos houve uma relação do rastreio de depressão com o bem estar existencial. Quanto ao estado de saúde, desfechos da qualidade de vida, os idosos apresentaram relação com a espiritualidade, os efeitos do controle do estresse e maior bem-estar decorrentes da vivência da espiritualidade podem auxiliar na melhora da qualidade de vida em idosos.
Avaliação do consumo alimentar na hemodiálise e no período interdialítico, do estado nutricional e da qualidade de vida de pessoas idosas
(2023-04-13) Prado, Flavia Ferreira
INTRODUÇÃO: No Brasil as pessoas idosas compreendem o grupo com idade maior ou igual a 60 anos, e esse grupo populacional vêm crescendo no país e no mundo, assim com a incidência de doenças crônicas, como a doença renal. A doença renal crônica (DRC) é a perda gradativa da função fisiológica dos rins e, no estágio final da doença, é necessária terapia renal substitutiva, sendo a mais frequente a hemodiálise (HD). A HD é um tratamento que consiste em um processo que realiza as trocas de substâncias entre o sangue e o líquido da diálise, removendo toxinas e excesso de eletrólitos e líquidos. O consumo alimentar dos indivíduos que realizam hemodiálise pode sofrer modificações decorrentes da necessidade do tratamento. OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar de pessoas idosas com doença renal crônica (DRC) na hemodiálise e no período interdialítico, o estado nutricional e a qualidade de vida. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudo realizado com 40 pessoas idosas que realizam tratamento hemodialítico em uma clínica de hemodiálise. A coleta consistiu no levantamento de dados pessoais, de saúde, dados bioquímicos e composição corporal (entrevista e coleta em prontuário eletrônico), avaliação subjetiva do estado nutricional, força de preensão manual, qualidade de vida e consumo alimentar. No prontuário foi levantado os últimos níveis registrados de albumina sérica e os valores resultantes da última bioimpedância específica (BCM). Após a assinatura do TCLE, no primeiro momento foi entregue um caderno para registro alimentar, onde anotou-se os alimentos consumidos em quatro dias, em um período de uma semana (dois dias em que realiza HD e dois dias que não realiza HD). Para a avaliação subjetiva do estado nutricional foi aplicado o instrumento “Avaliação Subjetiva Global de 7 pontos” e para avaliação da qualidade de vida o instrumento denominado KDQOL-SF (Kidney Disease Quality of Life -Short Form). Os indivíduos foram acompanhados no período de coleta de dados para sanar dúvidas decorrentes ao preenchimento do registro alimentar. Os alimentos e preparações dos quatro registros alimentares foram convertidos de medidas usuais para quantidades em peso ou volume, foi realizado a avaliação de macro e micronutrientes com o uso do software NDSR da Universidade de Minessota (EUA) e realizado ajuste de variabilidade pelo método MSM (Multiple Source Method). Foi utilizado para a análise dos dados e para avaliar as diferenças um nível de significância de 5%. Resultados: A média de idade observada foi 68,4 anos, com prevalência de eutrofia. Os níveis de albumina mantiveram-se adequados, acima das recomendações. Houve uma alta porcentagem de sarcopenia de acordo com o índice de massa muscular pela bioimpedância (62,5%). Com relação à qualidade de vida, o escore mais baixo foi o relacionado ao status de trabalho (32,05 ± 40,53) e carga da doença renal (34,62 ± 21,31). O consumo alimentar foi menor nos dias de hemodiálise para energia, gorduras, proteína total, proteína animal, fibras totais, fibras insolúveis e aminoácido leucina. A maioria das vitaminas e minerais apresentaram diferenças significativas no consumo alimentar, sendo a ingestão menor nos dias de HD. Observou-se correlação entre força de preensão manual e índice de massa corporal para mulheres. A qualidade de vida e o consumo alimentar de proteínas se correlacionaram no sexo masculino com o consumo de energia, dor e fadiga e o consumo de proteína relacionado a dor. Conclusão: As pessoas idosas com doença renal estudadas apresentaram o consumo alimentar inadequado e menor nos dias que realizam HD, a maioria apresentou sarcopenia e comprometimento na qualidade de vida, o que demonstra a importância da atuação da equipe interdisciplinar e do nutricionista no aconselhamento e na suplementação nutricional, e no planejamento adequado de refeições na clínica de diálise.
A trajetória de envelhecimento e os lutos vivenciados por imigrantes no Brasil.
(2023-03-28) Novaes, Lucas Felix
O envelhecimento é um processo natural acompanhado de alterações biopsicossociais específicas que estão associadas à passagem do tempo. Embora seja um acontecimento universal, o envelhecimento tem suas particularidades, portanto, é determinado por fatores internos e sociais. Desta maneira, a qualidade de vida, situação econômica, e contexto social ao qual o sujeito está inserido, influenciam na vivência dessa etapa da vida. A imigração não é um fenômeno recente em território brasileiro. Na última década, o Brasil contou com aumento significativo do número de imigrantes, e dado esse cenário, precisou se adequar a então, nova demanda. Embora seja observado que o Brasil realmente avançou no que tange as preocupações e particularidades do público imigrante, analisando os documentos oficiais e políticas públicas propostas aos imigrantes, nota-se que o público idoso é invisibilizado. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar a trajetória e o processo de luto em imigrantes idosos na cidade de São Paulo. Foram utilizados os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico para caracterização dos participantes e um roteiro de entrevista dirigida. A coleta de dados ocorreu de forma online devido aos protocolos de saúde da pandemia do Sars-Cov-2 (COVID-19). A pesquisa é caracterizada como transversal de cunho qualitativo. A pesquisa contou com a participação de 9 imigrantes com idade que varia de 52 a 76 anos de idade, selecionados a partir de critérios de amostragem por conveniência. O tratamento dos dados provenientes das entrevistas foi realizado a partir do método de análise de conteúdo. Os resultados indicam que as principais motivações para a vinda ao Brasil se dão por questões envolvendo a qualidade de vida, que no caso dos participantes, foi afetada por aspectos como: guerras, conflitos religiosos, conflitos políticos e dificuldades econômicas. Além disso, foi possível observar a diferença da vivência do luto em pessoas que imigraram ainda crianças e as que imigraram quando adultas. Percebeu-se que os participantes vivenciam o luto de diversas maneiras, como as perdas culturais, ausência de familiares e dificuldades linguísticas. Outro ponto relevante observado, é o de que, mesmo com todas as dificuldades e obstáculos enfrentados no Brasil, os participantes não se veem retornando ao seu país de origem. Isso é explicado pela estabilidade já alcançada no país e pelo sentimento de infamiliaridade perante ao país que em outrora era seu lar.
Empregabilidade na qualidade de vida do idoso na cidade de Santos-SP.
(2023-03-21) Souza, João Carlos João Carlos
O envelhecimento da população representa um dos principais fenômenos demográficos e sociais do mundo gerando inúmeras demandas, visto que as pessoas de tornam mais suscetíveis à presença de alterações no seu estado geral de saúde, o que corrobora negativamente para a qualidade de vida, bem-estar, autonomia e independência funcional e o envelhecimento ativo surge para integrar não somente o bem estar ou acondicionamento físico, associa-se às condições socioculturais onde o idoso está inserido, mediante convívio familiar e comunidade, com aspectos culturais que estabelece sua afetividade., proporcionando um aumento da satisfação e redução de estados depressivos e de solidão. Desta forma, foi adotada uma pesquisa exploratória descritiva que busca descrever a qualidade de vida das pessoas idosas residente na cidade de Santos-SP, considerando sexo, faixa etária e empregabilidade e analisando a contribuição dos domínios físico, social, psicológico e ambiental na qualidade de vida dos idosos. Foi realizado um estudo com a aplicação do instrumento da Organização Mundial da Saúde para avaliação da qualidade de vida no seu formato curto (Whoqol-bref). Os participantes da pesquisa foram selecionados por conveniência, sendo 87 respondentes, moradores da cidade, que foram divididos em três recortes etários: um de idosos de 60 a 64 anos, outro idade entre 65 a 79 anos e o terceiro de idosos de 80 ou mais anos. Tendo sido excluídos todos os indivíduos que não respondem legalmente por si. Para medir o impacto da qualidade de vida, foram utilizadas variáveis referentes à auto avaliação do estado de saúde (escala Likert de 5 pontos:1-débil/5-excelente) e à satisfação com a vida (escala de 0-completamente insatisfeito a 10-completamente satisfeito). Os resultados demonstram que o ideal para uma qualidade de vida satisfatória seria um equilíbrio entre as diversas ocupações e ficou evidenciado uma avaliação acima dos 50 pontos nos quatro domínios físico, psicológico, social e ambiental apresentando uma boa qualidade de vida. Também, foi possível verificar a interferência que o trabalho causa na percepção da qualidade de vida nos idosos.
Relação entre apoio social informal e qualidade de vida em idosos LGBTQIA+
(2022-04-08) Sheila Simone Alves Brandão; Priscila Larcher Longo; José Maria Montiel
Introdução: O envelhecimento da população mundial é um fenômeno atual, de crescimento exponencial que gera impacto e exige adequações em diversas áreas das sociedades. Nesse contexto, conhecimentos científicos, políticos e sociais sobre o envelhecimento têm sido gerados, entretanto, é possível afirmar que as discussões são estabelecidas num panorama heteronormativo da velhice e, poucos estudos e informações sobre a população de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros com mais de 60 anos estão disponíveis. Objetivo: Descrever o papel do apoio social informal na qualidade de vida de idosos da população LGBTQIA+. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e de natureza quantitativa. Os participantes foram convidados a participar do estudo através de mensagens por aplicativos de telefonia celular, e-mails, redes sociais e LinkedIn. Para a coleta de dados aplicou-se o questionário sociodemográfico, de apoio social e o WHOQOL-Bref para avaliar a qualidade de vida, os instrumentos foram enviados por meio de formulário eletrônico criado no Google Forms. Resultados: Participaram da pesquisa 25 idosos, a faixa etária variou de 60 a 67 anos, predomínio do sexo masculino, de cor parda, solteiro que declaram-se católicos, a maioria são aposentados, graduados e pós-graduados e vivem em domicílio com outras pessoas. Os idosos mantém contato com familiares que moram por perto e contam com eles em casos de necessidade, a maioria participa das decisões familiares, participam de ações junto à comunidade, de atividades e movimentos LGBTQIA+, além de sentirem-se apoiados pelas instituições de apoio social informal e manter o hábito de visitar os amigos com frequência. A maioria classificou sua qualidade de vida como boa e apresentam percepção positiva de saúde. Conclusão: Apesar da maior parte da população idosa LGBTQIA+ ter sofrido situações de preconceito devido à sua sexualidade, os participantes do presente estudo mostram estar satisfeitos com suas relações e possuem boa qualidade de vida o que pode estar associado à sua renda, escolaridade e apoio social informal que podem auxiliar no enfrentamento das perdas e limitações decorrentes do processo de envelhecimento.
Avaliação do manual de orientações para atividades remotas síncronas em instituições de longa permanência para idosos
(2023-03-03) Dutra, Leny
Introdução: O crescente envelhecimento populacional está relacionado a diversas mudanças biológicas, sociais e psicológicas. Muitos idosos necessitarão de cuidados contínuos e as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) apresentam papel importante para a sociedade. Entretanto, a institucionalização, muitas vezes, está associada a mudanças nos hábitos de vida diária dos idosos que ali se encontram, passando por transformações radicais no seu estilo de vida. Para muitos idosos a ILPI traz consequências como: isolamento social, perda de identidade, liberdade, autoestima, estado de solidão, recusa da própria vida e piora da qualidade do sono. Assim, são importantes as estratégias que facilitem a sociabilização e bem-estar dos idosos institucionalizados. O uso de tecnologia como meio de sociabilização e interação é importante para a sociedade. Objetivo: Avaliar o manual de orientações, para intervenções remotas em instituições de longa permanência para idosos, e a viabilidade do desenvolvimento destas intervenções em ILPI. Métodos: Trata-se de estudo descritivo. Foram convidadas 150 ILPIs por e-mail e outras em grupos de WhatsApp, públicas e privadas, e sete ILPIs consentiram em participar do estudo. Após a confirmação, as ILPIs receberam o documento com o Manual de Orientações para atividades remotas síncronas, em instituições de longa permanência para idosos, e um formulário eletrônico para sua avaliação. Após a leitura do Manual, preencherem o instrumento de avaliação. Além do Manual, foi avaliado também a viabilidade do desenvolvimento deste tipo de atividade em outras ILPIs. Os dados foram apresentados de maneira descritiva. Resultados: Todas as ILPIs são dos estados de São Paulo e Minas Gerais, a origem dos recursos financeiros é privada, têm rede/sinal de internet, em média 35 residentes e a maioria composta por mulheres. Segundo as ILPIs participantes, após a análise do Manual de orientações, o consideraram recurso interessante, sendo as atividades e o formato proposto para as atividades/intervenções viável de ser desenvolvido com idosos institucionalizados, apresentando informações claras e elementos suficientes para o desenvolvimento de proposta similar. Considerações finais: O presente estudo contribui com informações descritivas da percepção das ILPIs referente a viabilidade e aceitação de intervenções por meio de videochamadas que trabalham a socialização, qualidade de vida e bem-estar de idosos institucionalizados.
A influência da suplementação proteica sobre o controle glicêmico, tarefas funcionais e força muscular em idosos vivendo com Diabetes Mellitus Tipo 2 submetidos a um programa de treinamento resistido: ensaio clínico randomizado, triplo cego
(2023-04-06) Soares, Andre Luiz de Seixas
Objetivos: Avaliar o efeito da suplementação proteica associada ao treinamento resistido (TR) sobre o controle glicêmico, tarefas funcionais, força muscular e composição corporal em idosos vivendo com Diabetes Mellitus Tipo 2 (DMT2). Secundariamente, avaliar a segurança do protocolo em relação a função renal. Métodos: A população foi composta por 26 homens idosos, vivendo com DMT2 (68,5 ± 11,5 anos). Os indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: Grupo Proteína GP e Grupo Controle GC. A avaliação da força muscular foi realizada pelo teste de força de preensão palmar e por dinamometria isocinética de joelho. As tarefas funcionais foram avaliadas nos protocolos de subir e descer degraus, sentar e levantar e andar e retornar, a composição corporal avaliada por bioimpedância. O controle glicêmico e a função renal foram medidos por análises bioquímicas de amostras sangue e pelo Modification of Diet in Renal Disease (MDRD). Ambos os grupos realizaram o TR por 12 semanas, duas vezes por semana. A suplementação proteica foi de 20 g proteína do soro do leite (PSL) e o GC recebeu 20g de maltodextrina. Resultados: Não houve diferença significante entre os grupos no que se refere FPP e a força isocinética de joelho, no desempenho de tarefas funcionais e no controle glicêmico, a função renal não apresentou alterações. Conclusão: A ingestão de PSL em idosos vivendo com DMT2 não aumentou o efeito do TR nas medidas de força muscular, tarefas funcionais e controle glicêmico. O protocolo mostrou ser uma intervenção segura no que tange a função renal.
Autopercepção da saúde e nutrição de uma amostra de idosos que acessam redes e mídias sociais
(2023-02-06) Matos, Sara Azevedo
O envelhecimento da população pode ser resultado de diferentes avanços no desenvolvimento tecnológico, social e cultural de um país, como a própria disponibilidade de acesso de informação, por exemplo, pelas redes sociais. Diante desse cenário, as interações das redes sociais com a saúde podem ocorrer de forma não perceptível, uma vez que ocorrem sem que o indivíduo opine em determinados conteúdos. Neste cenário, uma abordagem comportamental pressupõe a possibilidade de se analisar os possíveis efeitos de eliciadores nas atitudes de um indivíduo, na era digital onde uma determinada população pode ser influenciada sem que tenha intenção de algo. É oportuno diferencias as representações corriqueiras de redes sociais do tipo cotidianas e/ou marketeiras, com as representações de bem-estar ‘realísticas’, ‘sérias’ que as pessoas consomem e podem atribuir qualidade para suas vidas. Nisto, vale destacar, os efeitos nos componentes emocionais com o uso e tempo na tela, que de maneira não perceptível repercutem na vida dessas pessoas. Nesta perspectiva, o objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre tempo de uso de tela, componentes emocionais e suas implicações na alteração do padrão alimentar em pessoas acima de 60 anos que utilizam as redes sociais. O estudo é caracterizado num corte transversal, correlacional e sem pretensões da casualidade. Enquanto participantes, esses foram idosos de ambos os sexos com idade entre 60 a 89 anos. O instrumento utilizado foi questionário de perguntas abertas e fechadas. A coleta de dados foi realizada por meio do Google Forms, os convites foram enviados no mês de dezembro/2021 e janeiro/2022. Com base nos resultados, foi possível observar que ocorre relação da alteração do padrão alimentar, autocuidado, ciclo circadiano, autoimagem, com o tempo de tela e a gestão da informação. Noutra perspectiva definir conhecimentos e a autonomia diante das escolhas apresentada nas redes sociais, tem sido analisando por diferentes estudiosos e sugerem sua importância na vida da população, os resultados desta dissertação corrobora tais indagações ao observar que componentes emocionais estão Interligados nas escolhas alimentares, com consequências no padrão alimentar das pessoas e são preconizadores no hábito alimentar, mantendo relações imbricadas na qualidade de vida e socialização na velhice. Ainda, este estudo sugere que a mediação no uso de tela pode favorecer as escolhas alimentares, e isso pode propiciar melhores escolhas de grupos nutricionais, uma vez que não sofrerá influências comerciais ou ideológicas, mas sim reais necessidades para cada indivíduo.
Diversidade da microbiota fecal em idosas antes e durante o distanciamento social e físico devido à pandemia da covid-19
(2022) Lima, Alexandre José Bancher de
Estudos atuais evidenciam o papel da microbiota intestinal na homeostase durante a vida e no processo de envelhecimento. A composição da microbiota é influenciada por diversos fatores como idade, tipo de alimentação e hábitos de vida. Com o surgimento de um novo Coronavírus em 2019, as autoridades governamentais do mundo todo adotaram medidas de contenção da doença como promover o distanciamento físico e social. Nesse contexto, esse estudo teve como objetivo analisar a composição da microbiota fecal de idosas antes e durante o distanciamento social e físico pela pandemia da COVID-19. Ao todo, 15 mulheres com mais de 60 anos forneceram amostras de fezes em dois períodos: antes e após seis meses do início de distanciamento. Foram realizadas as extrações de DNA total utilizando o kit MoBio seguindo as instruções do fabricante e a amplificação e sequenciamento com Illumina Miseq da região hipervariável V3-V4 do gene 16SrRNA. Em média obteve-se 382.232 leituras de cada amostra e a curva de rarefação apresentou platô em cerca de 20 mil leituras. A análise dos amplicons mostrou que Firmicutes e Bacteroidetes representavam a maior parte dos componentes microbianos e que a razão entre esses os Filos apresentou constância em 3 participantes, aumento em 7 e diminuição em 5, indicando a individualidade das amostras pois também não foi possível agrupar as amostras pelos períodos "antes" e "durante" pelos índices de Jaccard, Bray Curtis e Unifrac. Os padrões microbianos se mantiveram entre as amostras durante as coletas. É possível concluir que as mudanças físicas e sociais causadas pela pandemia não causaram mudança padrão na composição da microbiota das idosas, ou seja, houve diferença na composição de algumas participantes, mas não na totalidade, descaracterizando um padrão.
Suicídio entre os idosos: o fenômeno na perspectiva dos enlutados
(2022-09-30) Silva, Fernanda Rezende
O evento da morte é uma condição de todo ser vivo, intransferível, universal e igualitário. Entretanto, a morte por suicídio é uma questão de saúde pública, sendo necessária uma amplitude de discussões de políticas de prevenção à população de forma efetiva, incluindo os impactos pós-suicídio, devido à violência e à devastação gerada nos familiares após a morte autoinfligida. O suicídio é um fenômeno complexo, multifatorial, não tendo uma única causa, mas sim, causalidades. Dentre os diferentes intervalos etários, os idosos são acometidos de forma significativa pela morte por suicídio, se comparado às demais etapas da vida. A presente pesquisa tem como objetivo principal analisar o suicídio na velhice a partir das percepções dos enlutados. Trata-se de um estudo de campo, transversal e de metodologia de base qualitativa, utilizando o delineamento de autópsia psicológica. Foram participantes do estudo nove familiares de idosos que morreram por suicídio no prazo retroativo máximo de três anos a partir da data da coleta de dados. Foram adotados os seguintes instrumentos na pesquisa: questionário de coleta de informações gerais do familiar; roteiro de entrevista semiestruturada de autópsia psicológica com informações sobre a morte do idoso; e um roteiro de entrevista com informações sobre o processo de luto do familiar. Os dados foram analisados a partir do procedimento de análise do conteúdo. Foi observado a letalidade do ato, a recorrência da escolha do método, bem como o local do falecimento ser entre as proximidades ou na própria casa do idoso. Além de traços da personalidade, aspectos de rigidez de pensamento, as vivências de perdas e lutos estão acentuadas entre essa população idosa, bem como os conflitos familiares e sociais dos quais esse público fazia parte. Dias ou meses antes há recorrências de comunicação para um membro da sociedade sobre ideação de morte autoprovocada. O luto dos familiares é expresso por sentimentos de culpa, angústia, impotência e solidão. O preconceito da sociedade intensificando o pesar da morte.
Singularidades: feminismo, envelhecimento, ser mulher – autopercepção do envelhecer
(2022-09-20) Vieira, Kamila Braga
O movimento feminista possibilitou rompimentos e permitiu que mulheres pudessem participar na sociedade, mostrando que podemos mudar aquilo que é considerado imutável. Na atualidade mulheres continuam sendo julgadas por serem mulheres, e o julgo é maior quando envelhecem, cabendo ao movimento feminista não silenciar esta questão cultural que ridiculariza o envelhecer da mulher. Com este estudo procuramos entender como feministas e simpatizantes percebem o processo de envelhecer e em qual aspecto (subjetivo, emocional, social) temem envelhecer. Foi avaliada a percepção do envelhecer de 225 mulheres com idades entre 18 e 75 anos, participantes ou simpatizantes do movimento feminista, através do questionário QAPE que é um instrumento multidimensional desenvolvido para avaliar a opinião de seu próprio envelhecimento composto por 32 questões que é divido através dos domínios cíclico, cronológico, consequências e controle positivo e negativo. Trata-se de um estudo transversal, descritivo de abordagem mista, sendo os dados coletados de maio a agosto de 2021, através do formulário google forms, após convites realizados através de redes sociais (Instagram, WhatsApp, e-mail) para grupos denominados feministas. Nos resultados podemos identificar que as participantes representaram o envelhecer de forma positiva visto que o domínio que apresentou o escore maior foi o domínio de consequências positivas com 4,33 seguido pelo controle positivo 4,00. Na representação subjetiva do envelhecer 95 participantes caracterizaram o envelhecer como um aspecto cronológico, 92 representa o envelhecer de forma positiva, 26 de forma negativa e 12 atribui um significado emocional. A participação maior foi de simpatizantes do feminismo (184 mulheres), o que nos mostra que a internet contribui para disseminar o pensamento feminista e promover, a junção de simpatizantes ao feminismo que, é bem-vinda e necessária pois estas agregam sororidade ao movimento e trazem questões desconhecidas. Estudos feministas têm contribuído ao longo dos anos para emancipação da mulher, porém no momento em a mulher é mais desvalorizada (velhice) ainda vemos carência de estudos por feministas que tem sua influência devido o pensamento libertador, se fazendo necessário novos estudos, para que a população feminista possa ser conhecida em sua totalidade. Palavras chaves: envelhecimento, feminismo, percepção, mulher
Efeitos de diferentes modelos de exercícios com e sem restrição do fluxo sanguíneo sobre a massa e força muscular, funcionalidade e percepção de dor em pessoas idosas com osteoartrite nos joelhos
(2022-10-03) Paula, Rodrigo Pereira de
Introdução: A osteoartrite (OA) é uma doença crônica multifatorial caracterizada pela perda gradual do tecido cartilaginoso das articulações sinoviais que causa dor e incapacidade funcional. O exercício físico tem sido proposto como estratégia não farmacológica no tratamento da doença, no entanto, os pacientes com OA e outras disfunções nos joelhos não conseguem executar os exercícios com cargas elevadas sobre a articulação, o que pode aumentar o agravamento da doença. Portanto, a combinação de diferentes estratégias de treinamento com baixa intensidade associada à restrição do fluxo sanguíneo (RFS) em pacientes com osteoartrite pode ser uma forma alternativa de exercício. No entanto, essas estratégias têm sido pouco investigadas. Objetivo: Investigar o efeito de diferentes estratégias de exercícios com e sem restrição do fluxo sanguíneo sobre a massa e força muscular, função e percepção de dor, em idosos com osteoartrite de joelho. Metodologia: Para esse estudo foram recrutados 45 idosos de ambos os sexos com diagnóstico de osteoartrite de joelho. Os participantes foram divididos randomizados em quatro grupos, sendo eles: grupo 1 – controle, que realizou apenas as avaliações e testes; grupo 2 - fisioterapia, que foi submetido às sessões de fisioterapia com aplicação de eletroterapia, mobilização articular, treinamento de força dinâmico para quadril, quadríceps, isquiotibiais, dorsiflexores e flexores plantares, treinamento funcional, treinamento de força estático para estabilizadores central (Core); grupo 3, que realizaram treinamento de força com baixa intensidade (20% de 1RM) associado a restrição de fluxo sanguíneo (Força+RFS) e o grupo 4, que realizaram treinamento aeróbio (40% da frequência cardíaca de reserva) associado a restrição de fluxo sanguíneo (Aeróbio+RFS). A pressão de RFS usada nos protocolos dos grupos 3 e 4 foi entre 60 e 80% da pressão de oclusão arterial do membro inferior. Os participantes foram submetidos às intervenções por um período de 12 semanas, com frequência de duas vezes por semana e intervalo de 72h entre elas. As medidas de pico de torque isocinético dos músculos extensores do joelho a 90º/s e 180°/s, a força dinâmica máxima dos músculos extensores do joelho no exercício leg press horizontal unilateral (1RM), a espessura do musculo reto femoral, testes de funcionalidade, e a percepção de dor foram realizadas pré e após 12 semanas de intervenções. O modelo misto com medidas repetidas foi utilizado para análise das variáveis de interesse com nível de significância estabelecido em p<0,05.
Efeitos da utilização de probióticos em idosos institucionalizados: ensaio clínico randomizado
(2022-11-11) Santos, Thiago
Introdução: A microbiota intestinal afeta a saúde, principalmente em idosos, devido a sua relação com a modulação da imunidade inata, a sarcopenia e a função cognitiva. Objetivo: Avaliar o efeito do consumo de probióticos nas características clínicas e antropométricas, força de preensão manual e capacidade cognitiva em idosos institucionalizados durante 12 semanas. Método: Trata-se de um estudo prospectivo longitudinal randomizado triplo-cego. Foram incluídos 20 participantes de ambos os sexos residentes de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos particular na cidade de São Paulo. Os participantes foram aleatoriamente distribuídos em grupo controle (placebo), e grupo experimental que foi suplementado com probióticos comerciais contendo Bifidobacterium lactis e Lactobacillus acidophillus por 12 semanas. Dois participantes do grupo controle foram excluídos em função da necessidade de internação hospitalar. Todos os participantes foram avaliados em dois momentos, pré e pós suplementação. Foi aplicado um questionário sociodemográfico, características clínicas, medidas antropométrica, força de preensão manual (dinamômetro de mão Jamar®) e capacidade cognitiva pelo questionário Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e Montreal Cognitive Assessment- Basic (MoCA-B). Resultados: Os dados da caracterização da amostra, demonstraram que os grupos foram homogêneos. Para avaliar os efeitos da suplementação de probióticos foi calculado o delta variação de cada variável (pós-pré), apresentado por mediana e realizado o teste comparativo. Não houve diferença referente às características clínicas, medidas antropométricas, força de preensão manual (p=0,40) e na capacidade cognitiva pelo MEEM (p=0,73) e MoCA-B (p=0,89). Considerações finais: O estudo apresentou algumas limitações metodológicas importantes, como o tamanho amostral e possível viés na avaliação na coleta de dados. A suplementação de probióticos não demonstrou influenciar nos parâmetros avaliados. Entretanto, estes achados devem ser melhor investigados com estudos que corrijam estas limitações descritas, para que os dados possam ser extrapolados para a população idosa institucionalizada.

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